Unidade:
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Reitoria da Universidade de São Paulo |
Modalidade:
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Difusão |
Tipo:
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Presencial |
Público Alvo:
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Pessoas interessadas no tema |
Objetivo:
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Dias: 18/03; 19/03; 20/03; 25/03; 26/03; 27/03.
Horário: 14h-18h
Presencial
Loca: CINUSP FAVO 4 - Rua do Anfiteatro 181, Colmeias, Favo 04 - Cidade Universitária
- Apresentar e comentar os principais filmes de Dziga Viértov, por meio de projeções e debates com os discentes;
- Apresentar a contribuição de Dziga Viértov à teoria cinematográfica: sua "teoria dos intervalos", suas reflexões sobre a montagem cinematográfica, o "cinema não-atuado" e o som no cinema;
- Através da figura de Viértov e de seu grupo de trabalho, introduzir os discentes a alguns dos principais debates da historiografia do cinema na URSS, como as tensões entre realizadores e o Estado, entre representantes do "cinema atuado" e do "cinema não-atuado" e as diferentes correntes no interior da cinematografia documental;
- Discutir ressonâncias do trabalho de Viértov no cinema documentário contemporâneo.
Um dos mais influentes realizadores do cinema soviético, Dziga Viértov (1896-1954) desenvolveu em seus filmes e escritos um pensamento bastante particular, aproximando o cinema de não-ficção de um amplo arco de influências que vão da psiconeurologia experimental ao construtivismo e à poesia de Maiakóvski e Khliébnikov. Trabalhando em um momento de rápidas transformações estéticas e políticas, anteviu a criação de redes de trocas de imagens e sons e defendia a experimentação constante de novas formas.Filmes como O homem com a câmera (1929), A sexta parte do mundo (1926) e Três cantos sobre Lênin (1934) são hoje estudados como clássicos do cinema documentário.Sua filmografia, porém, vai além desses títulos, incluindo também inovadores cinejornais(como a série Kino-Pravda, 1922-1924), curtas-metragens, animações, filmes de arquivo(O aniversário da revolução, História da guerra civil) e um dos mais radicais experimentos do início do cinema sonoro: Entusiasmo (Sinfonia de Donbass) (1930).Desde o início do século XXI, uma nova onda de interesse por sua obra tem se traduzido em novos estudos sobre seu trabalho, restauros de filmes antes considerados perdidos enovas edições de seus escritos, incluindo materiais até então inéditos. É o caso, por exemplo, do volume "Cine-olho: manifestos, projetos e outros escritos" (Editora 34, 2022),organizado e traduzido por Luis Felipe Labaki, professor ministrante do curso.Este curso pretende servir como uma apresentação tanto de sua filmografia quanto de sua contribuição à teoria cinematográfica. Viértov é um pensador do cinema de não-ficção,mas suas contribuições extrapolam esse campo específico. Escreveu e praticou também o cinema ficcional, o cinema de animação, educativo, infantojuvenil e propôs experimentos metalinguísticos que até hoje são revisitados por artistas e pensadores de diferentes áreas: de Jean-Luc Godard a Vladimir Carvalho, de Annette Michelson ao teórico das novas mídias Lev Manovich, que em "The Language of New Media" (MIT Press, 2001)enxerga O homem com a câmera como uma obra fundamental para se pensar a"imaginação de base de dados" das artes digitais; de Harun Farocki à Mídia NINJA, que já fez repetidas referências ao coletivo de trabalho de Viértov, o grupo Cine-Olho, em declarações sobre sua própria prática.Assim, um olhar sistemático para a produção de Viértov em filme e texto poderá ser proveitoso à comunidade acadêmica e demais interessados em conhecer mais sobre uma figura fundamental do cinema do século XX.As aulas avançarão cronologicamente através de sua produção. Em cada encontro,haverá uma exposição inicial que discutirá o filme a ser projetado e seu contexto de produção, relacionando-o a ideias propostas por Viértov em seus artigos. |
Pré-requisito Graduação:
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Não |
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Área de Conhecimento:
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Cinema
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