Cursos e Atividades de Extensão

10400448 - Monstros, fantasmas e santos no cinema queer contemporâneo
Atenção! As inscrições desse curso não são por ordem de chegada.

Todas as inscrições realizadas durante o período de inscrições serão aceitas no sistema.
Será realizado um sorteio de vagas no dia 16/09/2024.

Unidade:
Reitoria da Universidade de São Paulo
Modalidade:
Difusão
Tipo:
Presencial
Público Alvo:
Pessoas interessadas pelo tema
Objetivo:
Curso Presencial 18/09/2024 a 20/09/2024 Horário: 14h às 18h Objetivos do curso: - Apresentar um panorama histórico do cinema queer em diálogo com questões temáticas e estéticas em torno de monstruosidades, fantasmagorias e santidades; - Refletir sobre gêneros e tendências cinematográficas diversas, como o fantástico, o horror, a pornografia e o realismo fantasmagórico, entre outras terminologias; - Desenvolver aspectos de análise fílmica e métodos comparatistas de cinema; - Aprofundar a compreensão do cinema queer em tensão com outras formas artísticas, como videoarte, instalação, fotografia, literatura, etc., a partir de noções teóricas, filosóficas e históricas. Há cerca de dez anos, o CINUSP lançava o livro Realismo fantasmagórico (2015, org. Cecília Mello), trazendo com ineditismo um conceito que, desde então, vem ganhando espaço e exercendo influência em novos pesquisadores. Com isso em mente, pretendemos partir do realismo fantasmagórico, com um detalhamento dos termos que o compõem e, também, expandindo seu escopo para noções de "fantástico", "horror" e "cinema queer". Os cineastas centrais de nossa abordagem serão: Apichatpong Weerasethakul, sobretudo com Mal dos trópicos (2004) e Tio Boonmee, que pode recordar suas vidas passadas (2010); Tsai Ming-liang, com Vive l'Amour (1994), Adeus, Dragon Inn (2003) e The Deserted (2017) - experimento em realidade virtual que, no Brasil, só foi possível ver, de fato, no CINUSP -; João Pedro Rodrigues, com O fantasma (2000), O corpo de Afonso (2012) e O ornitólogo (2016); e Bruce LaBruce, com Otto; or, Up with Dead People (2008), LA Zombie (2010) e Saint-Narcisse (2020). Esses filmes centrais, em grande parte já exibidos em mostras do CINUSP, o que comprova sua relevância junto à instituição e ao seu público cinéfilo, são deflagradores de discussões sobre as filmografias dos cineastas de modo mais amplo, bem como sobre a tendência contemporânea de que eles participam, com as devidas noções estéticas, filosóficas e políticas que fazem emergir. As aulas ocorrerão de modo presencial, com exibição de curtas-metragens e trechos de longas-metragens disparadores das discussões, envolvendo análise fílmica e práticas comparativas de cinema, em diálogo com outras formas artísticas. AULA 1: Antes 1.1. O fantástico Na primeira parte da aula, faz-se uma contextualização histórica do fantástico na literatura, a partir de Tzvetan Todorov ([1970]; 2015) e de alguns de seus analistas, como Remo Ceserani (2006) e David Roas (2014). Centralmente detidos sobre o século XIX, tais autores nos oferecem interessantes insights sobre a passagem da literatura fantástica ao cinema de cunho fantástico/fantasmagórico dos primórdios. 1.2. O cinema queer Nesta parte da aula, realizamos uma localização histórica do termo "queer" (HALBERSTAM, 1995; 2021). O cinema queer, compreendido como tal a partir do New Queer Cinema, será abordado com o aporte de autores como B. Ruby Rich, Karl Schoonover, Rosalind Galt, Mateus Nagime e Lucas Murari. 1.3. "Old queer cinema" e o fantástico Consideramos um histórico do cinema queer, anterior ao New Queer Cinema, ao qual poderíamos chamar "um certo old queer cinema" (cf. BETTIM; NAGIME, MURARI, 2015), que já trabalha nas intersecções do fantástico com o religioso, fantasmagórico, horripilante, etc., com figuras como Chantal Akerman, Pier Paolo Pasolini, Jean Cocteau, Jean Genet, Yukio Mishima, Kenneth Anger, Ulrike Ottinger, Rainer Werner Fassbinder, entre outras. AULA 2: Durante 2.1. O horror queer de Bruce LaBruce Nos anos 1980, LaBruce encabeçou o zine J.D.s (1985), deflagrador do movimento queercore no Canadá. Em sua passagem à realização cinematográfica, nos anos 1990, experimentou com filmes "semipornográficos" e políticos em Super-8mm, logo sendo inserido no nascente New Queer Cinema (RICH, [1991], 2013). Nos filmes centrais de nosso estudo neste primeiro momento, LA Zombie: Hardcore (2010) e Otto; or, Up with Dead People (2008), emergem questões sobre a monstruosidade queer (cf. BENSHOFF, 1997, PRECIADO, 2022; HALBERSTAM, 1991; 2020; MOMBAÇA, 2021) e a (pré/pós-)pornografia (WILLIAMS, 1999; GERASE, 2007) como locus de perturbação e transformação política. 2.2. Realismo fantasmagórico em Apichatpong e Tsai Contextualizamos o realismo cinematográfico a partir de André Bazin (2018), atualizado e influente na teoria e na prática de cinema especialmente a partir dos anos 1990, com o chamado "retorno do real" no dito "world cinema" (NAGIB, MELLO, 2009; ELSAESSER, 2015). No realismo fantasmagórico (MELLO, 2015), a estética realista de Bazin se agrava com presenças misteriosas, fantásticas e fantasmagóricas. 2.3. Fantasmagoria e santidade queer em João Pedro Rodrigues O primeiro longa-metragem de João Pedro Rodrigues, O fantasma (2000) nos fornecerá insights sobre a precariedade (BUTLER, 2020; VIEIRA JR., 2022) e sobre a fantasmagoria de corpos vivos. Em O ornitólogo (2016), o conceito de "santidade queer" (ALTHAUS-REID, 2000; 2019) nos interessa por politizar e corporificar as manifestações religiosas do presente pós-secular em que vivemos (SPARGO, 2017). AULA 3: Depois 3.1. Apichatpong e Tsai: entre o erótico e o pornográfico em distintos espaços exibidores Apichatpong Weerasethakul, com o projeto Primitive, de pronto materializa o impulso intermidiático de sua obra ao coadunar cinema, instalação, videoarte, etc. Além disso, elementos pornográficos ou eróticos se adicionam à tatilidade, ou hapticidade (MARKS, 2000; 2002), de seus filmes. Em Tsai, o elemento pornográfico é mais explícito, em filmes como O sabor da melancia (2005) e o curta A passarela se foi (2002). Em The Deserted: VR (2017), ele potencializa ainda mais a sensorialidade, expandindo o que o cinema pode ser. 3.2. João Pedro Rodrigues: erotismo queer e o corpo do mito Em O corpo de Afonso (2012), João Pedro Rodrigues se vale da imagética dos testes para atores pornôs para dar corpo às narrativas míticas de Dom Afonso, rei de Portugal. No mesmo sentido se dá O ornitólogo, com a narrativa arquetípica de Santo Antônio pontuada por momentos de fisicalidade destacada. Em ambos os casos, o diálogo com a pornografia leva os filmes a um campo fértil nos estudos de cinema (WILLIAMS, 1999; 2002). 3.3. Bruce LaBruce: erotismo e pornografia no cinema e na fotografia Em sua filmografia, LaBruce explorou diversas estéticas e formatos, do underground ao mainstream, envolvendo-se (no que aqui nos interessa em particular) na indústria pornográfica de fato, trabalhando com atores e produtoras do gay porn-star-system. Além disso, o artista tem produções na literatura e na fotografia, que levam a ainda outras instâncias sua provocação queer. 3.4. Epílogo - Expansões no Brasil contemporâneo Consideramos, por fim, o presente desde o qual falamos, em que manifestações artísticas e políticas de todo tipo se dão. Chamamos atenção para curtas-metragens (Eu preciso dizer que te amo, KBELA, Negrum3, Kila e Mauna, etc.), músicas e videoclipes (de Ventura Profana, Jup do Bairro, Linn da Quebrada, Alice Guél, BIXARTE, Getúlio Abelha, etc.), que trabalham exemplarmente na complexificação do aparente binário sagrado-profano.
Pré-requisito Graduação:
Não
   
Área de Conhecimento:
Cinema
   

Edição 24001
Número do Oferecimento 1
Período de Realização: de 18/09/2024 até 20/09/2024
Local do curso: Rua do Anfiteatro 181, Colmeias, Favo 04 - Cidade Universitária
Vagas: 120
 
Inscrição
On-line: de 02/09/2024 00:00 até 15/09/2024 23:59
Data do sorteio: 16/09/2024
Atenção:
As inscrições não são por ordem de chegada.

Todas as inscrições realizadas durante o período de inscrições serão aceitas no sistema.
Será realizado um sorteio de vagas no dia 16/09/2024.
Procedimento de inscrição: Via sistema Apolo
 
Conteúdos/Disciplinas Monstros, fantasmas e santos no cinema queer contemporâneo
 
Responsáveis
Coordenador: Cecilia Antakly de Mello
 
Critérios de seleção: O sorteio será realizado pelo sistema Apolo na data definida pela Unidade.
Critérios de aprovação: Frequência
   
Curso Gratuito
Isenções:
   
Vagas gratuitas
 
Local de inscrição
Telefone: (11)3091-3152
Ramal: 3152
Fax:
Contato: Rodolfo Ferronatto de Souza
Site: http://www.usp.br/cinusp/
E-mail: rodolfo.ferronatto.souza@usp.br



 
 voltar

Créditos
© 1999 - 2025 - Superintendência de Tecnologia da Informação/USP