96558 - Prostituição feminina na Grécia antiga: representações e imagens na poesia arcaica |
Período da turma: | 28/07/2020 a 04/08/2020
|
||||
|
|||||
Descrição: | Objetivo: A figura da prostituta na Grécia antiga foi normalmente referida de modo tangencial. No entanto, estudos recentes se debruçam sobre ela e trazem informações mais detalhadas. Por exemplo, os termos pórnē e “hetera” eram entendidos como categorias mais bem rígidas que, de modo geral, faziam alusão à classe social à qual a prostituta pertencia. Porém, hoje entende-se que o uso dessas palavras nos fragmentos de que dispomos dependia muito mais da intenção do falante para com o seu ouvinte, do que da situação do cotidiano da prostituta. Outro exemplo é o tema da prostituição sagrada que, embora permeie o imaginário sobre a antiguidade, é questionado de maneira insistente na atualidade. Assim, sob a perspectiva de estudos atuais, o objetivo deste curso é apresentar algumas das principais imagens e temas acerca da prostituta na Grécia antiga a partir da leitura e análise de fragmentos de dois gêneros poéticos da época arcaica (séculos VII a VI a.C.), a mélica e o jambo.
Cronograma de aulas: Aula 1: Trataremos sobre os problemas de terminologia e definição das palavras pórnē e hetera, entendendo o contexto em que elas aparecem nos fragmentos que nos propomos estudar. Uma dessas circunstâncias é o simpósio ou banquete, instituição fundamental do universo grego antigo. Outra, são os bordéis, cuja abordagem é mais complexa, pois embora existam referências textuais, há apenas uma única evidência arqueológica mais consistente do século V a.C., a qual será apresentada. Aula 2: Os poetas e as prostitutas (parte 1): Analisaremos o uso dos termos pórnē e de outros da mesma esfera em três fragmentos de três poetas diferentes: Alceu, Fr. 117b Voigt, Hipônax, Fr. 104 West e Anacreonte, Fr. 388 PMG. Aula 3: Os poetas e as prostitutas (parte 2): Analisaremos o uso ambíguo do termo hetera e de outros diferentes, mas de âmbito próximo, em dois fragmentos: Anacreonte, Fr. 346 e Píndaro, Fr. 122 Maehler. Este último traz o tema da prostituição sagrada na antiguidade, questionado de maneira insistente nos dias de hoje. Referências Bibliográficas BOWRA, C.M. Greek Lyric Poetry. London: Oxford University Press, 1961. BROWN, C. “From Rags to Riches: Anacreon’s Artemon”. Phoenix 37, 1983, pp. 1-15. BRUCE, W. “A Note on Anacreon 388”. CQ 61, nº 1, maio 2011, pp. 306-309. BRUNIERI, M. F. Mulheres nos Sympósia: representações femininas nas cenas de banquete nos vasos áticos (séculos VI ao IV a.C.). São Paulo: Dissertação de mestrado MAE-USP, 2009. BUDIN, S. L. The Myth of Sacred Prostitution in Antiquity. Nova Iorque: Cambridge University Press, 2008. CAMPBELL, D. (ed. e trad.). Greek Lyric I. Sappho, Alcaeus. Cambridge: Harvard University Press, 1990. ____. Greek Lyric II. Anacreon, Anacreontea, early choral lyric. Cambridge: Harvard University Press, 1988. CHANTRAINE, P. Dictionnaire Étymologique de la Langue Grecque. Paris: Klincksiek, 1968. CORNER, S. “Bringing the Outside In: the andron as brothel and the symposium’s civic sexuality”. In: __ GLAZEBROOK, A.; HENRY, M. M. (eds.). Greek Prostitutes in the Ancient Mediterranean 800 BCE-200 CE. Madison: The University of Wisconsin Press, 2011, pp. 60-85. DAVIES, M. “Artemon Transvetitus? A query”. Mnemosyne 34, 1981, pp. 288-289. ____. (ed.). Poetarum Melicorum Graecorum Fragmenta I. Oxford: Clarendon Press, 1991. GENTILI, B. (ed., coment.). Anacreonte. Roma: Ateneo, 1958. _____; CATENACCI, C. (introd., coment., notas, trad.). Polinnia. Messina: G. D’Anna, 2007. GERBER, D. Greek Iambic Poetry. Cambridge, Mass. e Londres: Harvard University Press, 1999. GLAZEBROOK, A. “Porneîon: prostituition in Athenian civic space”. In: __ GLAZEBROOK, A.; HENRY, M. (eds). Greek Prostitutes in the Ancient Mediterranean 800 BCE-200 BCE. Madison: The University of Wisconsin Press, 2011, pp. 34-59. ____; TSAKIRGIS, B. (eds). Houses of Ill Repute. The archaeology of brothels, houses, and taverns in the Greek world. Philadelphia: The University of Pennsylvania Press, 2016. GOLDHILL, S. “Is There a History of Prostitution?”. In MASTERSON, M. et alii (eds). Sex in Antiquity. Oxford e Nova Iorque: Routledge, 2014, pp. 179-197. HENDERSON, J. The Maculate Muse. Obscene Language in Attic Comedy. Nova Iorque: Oxford University Press, 1991. HERNANDEZ, E. A. (CARRETERO). Prostituição feminina na mélica e jambo arcaicos: imagens e temas. São Paulo: Dissertação de mestrado FFLCH-USP, 2019. KAPPARIS, K. Prostitution in the Ancient Greek World. Berlim: De Gruyter, 2018. KNIGGE, U. The Athenian Kerameikos. Berlim: Krene Editions, 1991. KURKE, L. “Pindar and the Prostitutes, or Reading Ancient ‘Pornography’”. Arion, Vol. 4, nº 2, 1996, pp. 49-75. ____. “Inventing the Hetaira: sex, politics, and discursive conflict in archaic Greece”. CA 16, 1997, pp. 106-150. MAEHLER, H. Pindari Carmina cvm fragmentis. Vol. 2. Leipzig: Teubner, 1989. MURRAY, O. “Sympotic History”. In: __. (ed.). Sympotica: A symposium on the symposion. Oxford: Oxford University Press, 1990. ONELLEY, G. (trad); CURADO, A. L. (Intr., Notas). Apolodoro. Contra Neera [Demóstenes] 59. São Paulo: Annablume Clássica, 2012. PAGE, D.L. (ed.). Poetae Melici Graeci. Londres: Oxford University Press, 1962. PIRENNE-DELFORGE, V. L’Aphrodite Grecque. Contribuition à l’étude de ses cultes et de sa personnalité dans le panthéon archaïque et classique. Atenas e Liège: Centre International d’Étude de la Religion Grecque Antique, 1994. PIRONTI, G. “L’Afrodite di Corinto e il ‘Mito’ della Prostituzione Sacra”. In: BERNARDINI, P. (ed.). Corinto. Luogo di azione e luogo di racconto. Pisa, Roma: Fabrizio Serra Editore, 2013, pp. 13-26. RAGUSA, G. Lira, Mito e Erotismo: Afrodite na poesia mélica grega arcaica. Campinas: Editora Unicamp, 2010. (Apoio Fapesp) SEBILLOTE CUCHET, V. “Women as ‘Wool-Workers’ and ‘Sex-Workers’ in Athens (Fourth Century BCE)”. Clio 38, 2013, pp. 219-227. SERRAO, G. “L’Ode di Erotima: da timida fanciulla a donna pubblica”. QUCC 6, 1968, pp. 36- 51. SLATER, W.J. “Artemon and Anacreon: no text without context”. Phoenix 32, 1978, pp. 185-194. STEHLE, E. Performance and Gender in Ancient Greece. Princeton: Princeton University Press, 1997. VERNANT, J.P. Mito e sociedade na Grécia Antiga. Rio de Janiero: José Olympio Editora, 1999. VOIGT, E-M. Sappho et Alcaeus: fragmenta. Amsterdam: Athenaeum – Polak & Van Gennep, 1971. WEST, M.L. (ed.). Iambi et Elegi Graeci. Oxford: Oxford University Press, 1989. vols. 1-2. |
||||
Carga Horária: |
6 horas |
||||
Tipo: | Obrigatória | ||||
Vagas oferecidas: | 100 | ||||
Ministrantes: |
Enrique Andres Carretero Hernandez |
voltar |
Créditos © 1999 - 2024 - Superintendência de Tecnologia da Informação/USP |