31714 - Módulo 3: Aprofundamentos em Psicopatologia e Introdução Histórica às Políticas de Saúde Mental |
Período da turma: | 04/03/2010 a 15/12/2011
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Descrição: | DISCIPLINA 5: Psicopatologia e Técnica Psicanalítica I – o conceito de inconsciente como pilar da teoria psicanalítica
OBJETIVOS: Trabalhando essencialmente com o texto freudiano, esta disciplina visa oferecer uma introdução a conceitos fundamentais da teoria psicanalítica com vistas a permitir uma compreensão da psicanálise como teoria psicopatológica, além de situar os alunos quanto à gênese e constituição da técnica psicanalítica, demonstrando, na obra de Freud, a relação necessária entre experiência clínica, investigação científica e reflexão e produção teóricas. O objetivo principal do curso é fazer da leitura minuciosa da Interpretação dos Sonhos uma introdução ao campo psicanalítico. Apresentaremos o campo psicanalítico de modo análogo à forma como é apresentado por Freud neste livro, isto é, não tanto a partir da sua dimensão meramente técnica, mas sim, a partir de uma atitude singular do autor diante de suas ocorrências psíquicas e que se caracteriza por ser reflexiva. Por isso, também será objetivo do curso perguntar pelas especificidades do ato reflexivo psicanalítico: o que ocorre quando se vai em busca de si mesmo no campo psicanalítico? A proposta é a de transmitir uma psicanálise desprovida de uma suficiência dogmática e também mostrar que não existe psicanálise sem biografia: a psicanálise é uma ciência do singular; uma ciência do microcosmo pessoal. Na Interpretação, estão registrados duzentos e vinte e três sonhos. Quarenta e sete são de Freud, cento e setenta e seis de amigos e pacientes. Por isso, deveremos também trabalhar para entrelaçar sonho e vida a ponto de, como faz Freud em sua obra magna, conceber a intimidade do homem como sendo um sonho. A biografia de Freud deve ganhar destaque. Um último objetivo é por de manifesto o jogo de forças psíquicas que nos mobiliza e desmobiliza, a partir das descobertas da Interpretação. JUSTIFICATIVA: Considerando a importância da psicanálise na história do pensamento e das ciências em geral, especialmente no campo da psicopatologia, considerando que a dimensão das contribuições psicanalíticas para este campo científico só pode ser alcançada a partir do conhecimento de seu arcabouço teórico-clínico fundamental e, por fim, considerando que a melhor e mais clara introdução ao campo psicanalítico é exatamente a obra de seu fundador, acreditamos que um percurso através dos escritos de Freud é essencial para qualquer estudioso da área, sendo, portanto, indispensável em um curso de formação em psicopatologia. Para introduzir as contribuições freudianas fundamentais, pode ser extremamente rico e produtivo partir da obra que o fundador da psicanálise considerou a sua contribuição mais importante para o campo da ciência psicopatológica, ou seja, a Interpretação dos Sonhos na qual somos introduzidos tanto ao conceito de inconsciente como ao percurso genético de constituição do aparelho psíquico tal como proposto pela teoria psicanalítica, pilares básicos desta abordagem psicopatológica. CONTEÚDO: a) a noção de inconsciente: sua gênese e desenvolvimento em Freud; discussão das noções fundamentais conexas de processo primário e secundário, condensação e deslocamento; b) o aparelho psíquico e seu funcionamento, especialmente a 1ª tópica freudiana; a questão do conflito psíquico como imanente à constituição do psiquismo; os conceitos de defesa e recalque; Roteiro de leitura de A Interpretação dos Sonhos I Flectere si nequeo superos, Acheronta movebo (Virgílio) Por em evidencia a singularidade formal da Interpretação dos Sonhos: autor e personagem envolvidos como Dante na Divina Comédia. Para atravessar o inferno, Dante estende a mão a Virgílio: a auto-análise de Freud (a relação de Freud com Flies). II A Literatura Cientifica que trata dos Problemas de Sonhos A nossa intimidade concebida como sonho: “na vigília pensamos com conceitos ao sonhar com imagens” Fisiologia psíquica ou o estudo da mecânica da intimidade; Para que nos aproximamos da intimidade do outro? O que é um mecanismo psíquico? III O Método de Interpretar Sonhos: O sonho de Irma O sintoma histérico. A experiência de Freud com Charcot: o fenômeno psíquico e seu impacto corporal; Nossa intimidade: uma construção em confronto com o mundo externo? O modelo catártico. IV Um sonho é a Realização de um Desejo O que orienta nossa intimidade? O que organiza nossa intimidade? O sonho é uma manifestação orgânica ou psíquica ou psíquica/orgânica ou orgânica/psíquica? O que desejamos intimamente? Falar do que normalmente não falamos; A ambição, a inveja, a necessidade, o prazer, o desejo; A intimidade é um estado conflitivo? A intimidade sepultada no mutismo. V O material e as fontes dos Sonhos Tempo, memória e desejo: os espelhos reflexivos da nossa intimidade As vozes da intimidade Voz interna e consciência O que impulsiona nossa voz? Existe algo para além da voz? O pressentimento. O silencio na intimidade. Do que se alimenta nossa intimidade? VI A Elaboração dos Sonhos Condensação, deslocamento e elaboração secundária: a expressão; Formas expressivas na arte; A linguagem da intimidade se manifesta na intimidade da linguagem; isto é, no interior da língua; A estranha materialidade de nossa intimidade: a lei; Não se trata de formular uma teoria geral das emoções, mas de escutar na emoção o efeito necessário da comunicação do corpo com a alma e da alma com o corpo. VII A Psicologia dos Processos Oníricos O que é um modelo? Do que precisa dar conta um modelo da alma psicanalítico? A mecânica da alma; O modelo freudiano da alma humana: a primeira tópica. BIBLIOGRAFIA Esta matéria terá como bibliografia básica as obras completas de Sigmund Freud (versão brasileira, Editora Imago, Rio de Janeiro), das quais destacaremos, em função dos pontos programáticos, alguns textos essenciais, que serão trabalhados no todo ou em parte e não obrigatoriamente na ordem aqui apresentada: A Interpretação dos Sonhos (1900) Formulações sobre os dois princípios do funcionamento mental (1911) O inconsciente (1915) Suplemento metapsicológico à teoria dos sonhos (1915) Uma nota sobre o bloco mágico (1925) O Ego e o Id (1923) Psicologia de grupo e a análise do ego (1921) Repressão (1915) Inibições, sintoma e angústia (1926) Conferências Introdutórias à Psicanálise – nº XXV – A angústia (1917) Mezan, R. Freud, Pensador da Cultura. Editora Companhia das Letras, SP, 2006 Masson, R. (org.) A correspondência Completa de Sigmund Freud para Wilhelm Fliess(1887-1904). Ed. Imago, RJ, 1986. Garcia-Roza, L A Freud e o Inconsciente. Ed. Zahar, Rio de Janeiro. DISCIPLINA 6: Introdução à Psicopatologia Pré e Peri-Natal OBJETIVOS: 1. O estudo do desenvolvimento primitivo do ser humano, anterior ao nascimento, partindo da premissa de que a fase embrionária fetal é de decisiva importância para a futura condição física e psíquica na vida pós-natal. 2. Procurar identificar e esclarecer os componentes etiológicos primários que estão na patogenia da psicose infantil e autismo. 3. Relacionar essas descobertas com o que se revela na clínica psicanalítica, no atendimento de pacientes seriamente perturbados que, em momentos de intenso sofrimento psíquico, regridem a funcionamentos próprios do psiquismo fetal. JUSTIFICATIVA: O nascimento não significa que a vida orgânica esteja iniciando, mas prosseguindo em continuidade com a vida embrionária fetal. Ao nascer, a qualidade do corpo que o bebê desenvolveu durante a essa etapa, sua condição de saúde e vitalidade serão fundamentais para que ele possa assumir a totalidade das suas funções. Quando algo não andou bem durante essas fases, verificam-se conseqüências orgânicas das mais variadas intensidades. Equiparando-se o acima exposto à parte mental, inferimos que ocorre o mesmo, estabelecendo-se aí os alicerces da psicose. Com os atuais avanços das ciências médicas e tecnológicas, muita luz tem sido lançada sobre os mistérios da vida fetal. Graças a ultrassonografia fetal, agora sabemos muito mais a respeito do seu desenvolvimento. Temos, hoje, a oportunidade de ver o que ocorre no útero sem interferir no desenvolvimento normal do bebê; isso tem posto em evidência a existência de um psiquismo no feto; já existem pesquisas evidenciando a sofisticação da sua percepção, da sua capacidade motora, assim como a crescente complexidade do seu aparato mental. CONTEÚDO: - Projeções em vídeo de imagens ultrassonográficas de fetos nas diferentes etapas da gestação. - Estudo sobre a evolução do pensamento humano a respeito da vida intra-uterina. A) Estudos pré-científicos B) Pensamentos científicos: contribuições da etologia; contribuições dos psicanalistas - Freud, Rank, Klein, Rascovsky, Aray, Kanner, Bion, Balint, Winnicott, Mahler, Tustin, Meltzer e Piontelli. C) Contribuições da ultrassonografia: Apresentação de casos. - Etiologia e patogenia das psicoses infantis e autismo, através de abordagem multidisciplinar. Toda a programação será desenvolvida com a participação dos alunos em discussão de casos, procurando estabelecer a relação entre a teoria e a clínica, assim como abertura para a busca de medidas preventivas de saúde mental e para questionamentos sobre a eficiência das técnicas psicoterápicas. BIBLIOGRAFIA (em conformidade aos pontos programáticos da disciplina): BALINT M: A Falha Básica: aspectos terapêuticos da regressão. Porto Alegre, Artes Médicas, 1993. FREUD S: A interpretação dos Sonhos. Edição Standard Brasileira. Vol. 4/5, Rio de Janeiro, Imago, 1972. FREUD S: Psicopatologia da Vida Cotidiana. Edição Standard Brasileira, vol 6, Rio de Janeiro, Imago, 1972. FREUD S.: Psicoanálisis: cinco conferências pronunciadas en la Clark University, USA. Obras Completas, vol. 2. Madrid, Biblioteca Nueva, 1981. FREUD S.: Totem e Tabu. Ed. Standard Brasileira, vol .13, Rio de Janeiro, Imago, 1974. FREUD S.: Lo Siniestro. Obras completas, vol. 3. Madrid, Biblioteca Nueva, 1981. FREUD S.: O ego e o id. Ed. Standard Brasileira, vol. 19. Rio de Janeiro, Imago, 1976. FREUD S.: O Futuro de uma Ilusão. O Mal-estar na Civilização e Outros Trabalhos. Ed. Standard Brasileira, vol. 21. Rio de Janeiro, Imago, 1974. FREUD S.: Novas Conferências Introdutórias sobre Psicanálise. Ed. Standard Brasileiras, vol. 22. Rio de Janeiro, Imago, 1973. FREUD S.: Além do Princípio do Prazer. Ed. Standard Brasileira, vol. 18. Rio de Janeiro, Imago, 1920, pp. 50 e 55. FREUD S.: Inibição, Sintoma e Angústia. Ed. Standard Brasileira, vol. 14. Rio de Janeiro, Imago, 1926, pp. 94-5. FREUD S.: El Yo y el Ello. Obras completas, vol. IX. B. Aires, Santiago Rueda, 1953, pp. 203-4. FREUD S.: Metapsicologia. Lo Inconsciente. Obras completas, vol. IX. B. Aires, Santiago Rueda, 1953, p. 156. KLEIN M, HEIMANN P, ISAACS S & RIVIERE J: Os Progressos da Psicanálise. Rio de Janeiro, Zahar Editores, 1952. MAZET P & STOLERU S: Manual de Psicopatologia do recém-nascido. Porto Alegre, Artes Médicas, 1990. MAZET P & LEBOVICI S: Autismo e Psicoses da Criança. Porto Alegre, Artes Médicas, 1991. PIONTELOLLI A: De Feto a Criança. Um estudo observacional e psicanalítico. Rio de Janeiro, Imago, 1995. RASCOVSKY A, RASCOVSKY M, ARAY J, KALINA E, KIZER M & SZPILKA J: Niveles Profundos del Psiquismo. Buenos Aires, Editorial Sudamericana, 1971. SOUZA DIAS T.G.: Considerações sobre o Psiquismo do Feto. 2ª ed., São Paulo, Escuta, 1999. TUSTIN F: Autismo e Psicose Infantil. Rio de Janeiro, Imago, 1975 . TUSTIN F: Estados Autísticos em Crianças. Rio de Janeiro, Imago, 1984. DISCIPLINA 7: EVOLUÇÃO DAS LEGISLAÇÕES E CATEGORIAS EM SAÚDE MENTAL NA REPÚBLICA BRASILEIRA OBJETIVOS: Trabalhar com a noção de que o adoecimento mental deve ser objeto de ação do Estado como de fato vem sendo na República Brasileira, desde os seus primórdios. Estudar, a partir da proclamação, os projetos concernentes àquilo que atualmente chamamos de Saúde Mental que foram desenvolvidos no país em caráter oficial. JUSTIFICATIVA: Justifica-se tal disciplina como fundamento para uma compreensão histórica das interrelações entre conceito de psicopatologia e ordenamento jurídico. Essa fundamentação procura oferecer subsídios para uma análise crítica das políticas públicas da atualidade, concernentes à área de saúde mental. CONTEÚDO: A estratégia didática passará pela análise, por meio de seminários e leituras, de textos representativos de cada época. Simultaneamente, aulas expositivas tratarão do tema, contando com convidados especialistas nos diversos assuntos abordados. Essa modalidade de formatação da disciplina pretende dar vazão ao pluralismo característico do Curso de Especialização em Psicopatologia e Saúde Pública. BIBLIOGRAFIA 5. BIBLIOGRAFIA BIBLIOGRAFIA ESSENCIAL 1. http://wwwt.senado.gov.br/legbras. Todas as leis brasileiras são acessíveis pelo site do Senado. No entanto, o curso oferecerá as leis e normas relevantes ao tema. 2. American Psychiatric Association. Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders. Fourth edition. Text revision. Washington D.C: 2000 3. Basaglia F (org) A instituição negada . Rio de Janeiro. Graal. 1985 4. Brandão T. Elementos fundamentaes de psychiatria clinica e forense. Leite Ribeiro & Maurillo. Rio de Janeiro. 1918 4. Ministério da Saúde. Legislação em Saúde Mental, 5a edição ampliada. 5. Yahn, M. Higiene Mental e Saúde Pública. Gráfica e Editora Edigraf. São Paulo, 1955 BIBLIOGRAFIA ACESSÓRIA 1. Amarante P (coordenador). Loucos pela Vida. A trajetória da reforma psiquiátrica no Brasil. 2a edição, Editora Fiocruz. 2001 2. Andrade L, Walters E, Gentil V, Laurenti R. Prevalence of ICD-10 mental disorders in a catchment area in the city of São Paulo, Brazil. Soc Psychiatry Psychiatr Epidemiol. 37(7):pp. 316-325. 2002 3. Bertolote, José Manoel, As origens do conceito de saúde mental, Temas, 2000, 58:46-56 4. Costa, Jurandir F. Ordem médica e norma familiar 5. Chanot, P-F. Epidemiologie em psychiatrie. Presses Universitaires de France. 1985 5. Demyttenaere K. et al., Prevalence, severity, and unmet need for treatment of mental disorders in the World Health Organization World Mental Health 6. Healy, D. The anti-depressant era. Harvard University Press. 2003 7. Escohotado, A. Las drogas. De los orígenes a la prohibición. Alianza Cien. Madrid. 1994 8. Saraceno, B. Il progetto dell´Istituto Mario Negri: salute mentale in América Latina. Epidemiologia e Psichiatria Sociale, 3, 1, 1994, pp. 49-58 9. Scliar, M et al. Saúde Pública. Histórias, políticas e revolta. Editora Scipione. 2002. 10. OPAS. OMS. Relatório sobre a saúde no mundo. Saúde mental: nova concepção, nova esperança. 2001 DISCIPLINA 8: Psicanálise e Saúde Pública OBJETIVOS: A disciplina tem como objetivo estabelecer a interface entre os campos de reflexão e ação da Saúde Pública e da Psicanálise. Para tanto, partirá da discussão dos fundamentos epistemológicos desses dois espaços e dos métodos e teorias que os sustentam. JUSTIFICATIVA: As políticas públicas voltadas à criança e ao adolescente receberam uma resposta operária no campo da saúde pública. No tocante à saúde mental desses extratos populacionais, uma série de iniciativas pioneiras estão sendo levadas a termo em que pese sua insipiência. A psicanálise, quer pela sua fecundidade, quer pela sua vocação inicial, tem importante papel a desempenhar junto aos equipamentos sociais voltados à atenção da criança e do adolescente em estado de sofrimento psíquico. Assim, a presente disciplina se justifica por discutir e analisar as condições dessa inserção. CONTEÚDO: A disciplina será desenvolvida em duas partes: G. Conceitos fundamentais. • Elementos da história da Saúde Pública • O Grupo Materno-Infantil • Transição epidemiológica e advento das Ciências Humanas na Saúde Pública • Psicanalistas e dentistas: herdeiros da medicina liberal do séc. XIX • É a psicanálise social? • Sonho como mito do indivíduo e Mito como sonho dos povos: questão de método • As obras culturais de Freud e seus significados. II. A Psicopatologia da Ética • A criança e o adolescente como sujeitos de direito. • A psicanálise como clínica da palavra e da responsabilidade. • Formações psicopatológicas da criança e do adolescente. • A criança na família e nas instituições. BIBLIOGRAFIA (em conformidade aos pontos programáticos da disciplina) FOUCAULT, M. (1974) Saúde e Loucura FREUD, S. (1985) Totem e tabu, Imago, RJ KEHL, M.R. (2000) Função paterna, R.J, Releme Damará, R.J. Mental Health: new understanding, new hope. (2001) França: World Health Organization. LASCH, C. Refúgio no mundo sem coração, (1986), Paz e Terra, R.J. Programa Agentes Comunitários de Saúde – PACS (2000) Brasília: Ministério da Saúde. Ações prioritárias na atenção básica em saúde. (2000) Secretaria executiva. Brasília: Mistério da Saúde. Programa de Saúde da Família. (1994) Brasília: Ministério da Saúde. Revista Brasileira de Saúde da Família. (2000) Brasília: Ministério da Saúde. Revista da Saúde Pública, 32 (4); pp. 299-316. Revista Brasileira de Saúde da Família. (1999) Brasília: Ministério da Saúde. Revista USP nº 43 (1999) Psiquiatria e Saúde Mental. São Paulo, setembro/novembro. ROSEN, G. (1994) Uma história da saúde pública. São Paulo: Edunesp, Hucitec e Abrasco. TRAD, L. A. B. e BASTOS, A.C. de S. (1998) “O impacto sócio-cultural do Programa de Saúde da Família (PSF): uma proposta de avaliação” in Cadernos de Saúde Pública, RJ, 14 (2), abr-jun, 1998; pp. 429-435. BLEGER, j. (1988) Psico-higiene e psicologia institucional. Porto Alegre: Artes Médicas. CAMPOS, G. W. DE Sousa (1992) “Modelos de atenção em saúde pública: um modo mutante de fazer saúde” in Saúde em Debate, no 37/dez 92; pp. 16-19. Carta de Otawa (1986) Organização Mundial de Saúde. DEPARTAMENTO DE ATENÇÃO BÁSICA – Secretaria de Políticas de Saúde (2000). “Programa de Saúde da Família” in Revista de Saúde Pública, 34 (3); pp. 316-319. DIMITROV, P. (2000) “Saúde da família sim! E daí?” in Revista Momento APSP, dez/2000. ENGELS, F. A origem da família, da propriedade e do Estado FERNANDES, M. I. A. (1999) “Saúde mental: a clausura de um conceito” in Revista USP nº 43 “ Psiquiatria e Saúde Mental”, pp.90-99. FORATTINI, O. P. (2000) “A saúde pública no século XX” in Revista de Saúde Pública, 34 (3); pp. 211-213. FOUCAULT, M. História da sexualidade. Vol.2 O uso dos prazeres. III. Econômica I. A sabedoria do casamento., 1990, R.J., Graal. FOUCAULT, M. História da sexualidade. Vol.3. O /cuidado de si III. Eu e o os Outros. O papel matrimonial. V. A Mulher. 1. O vínculo conjugal. 2. A questão do monopólio. 3. Os prazeres do casamento, 1985, R.J., Graal. GREGORI, M. F. Desenhos familiares: pesquisa sobre crianças e adolescentes de rua. DISCIPLINA 9: A Psicopatologia Fundamental diante dos Transtornos Alimentares OBJETIVOS: Esta disciplina pretende abordar, do ponto de vista psicanalítico, os transtornos da alimentação da primeira infância, a anorexia e a bulimia como distúrbios da oralidade e refletir sobre o tratamento dessas manifestações psicopatológicas. JUSTIFICATIVA: Os transtornos alimentares têm aumentado muito na últimas décadas, principalmente, entre crianças e adolescentes. A problemática alimentar/oral apresenta-se, na maioria dos casos, como uma relação aditiva, vinculada a conformações familiares específicas, comprometendo o desenvolvimento do sujeito e solicitando uma abordagem multiprofissional para o seu tratamento. CONTEÚDO: Inicialmente, a anorexia e a bulimia serão estudadas como transtornos alimentares, principalmente, sob o ponto de vista psiquiátrico do Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais na sua quarta edição, o DSM IV e da Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento do CID-10, da Organização Mundial da Saúde. Em seguida, se verá como o critério diagnóstico que indica haver “uma distorção da imagem corporal” nesses pacientes pode ser aprofundado e ampliado. Não se tratará da compreensão da imagem distorcida como uma visão distorcida da realidade, e sim, da imagem metafórica que relaciona o sujeito ao outro. Valendo-se de questões suscitadas a partir de exemplos clínicos e da leitura de autores que tratam do tema, propõe situar o problema psicopatológico da anorexia e da bulimia relacionando-as às adições e à concepção freudiana da melancolia e do ideal do ego. A noção de oralidade torna-se pertinente para a compreensão dessas manifestações psicopatológicas e reflete sobre o enquadre, a técnica e a transferência. Pontos Programáticos: 1. Os transtornos da alimentação da primeira infância 2. Anorexia e bulimia como transtornos alimentares: - A abordagem psiquiátrica - A abordagem psicodinâmica - A imagem corporal 3. Clínica: apresentação de fragmentos clínicos e discussão em grupo 4. Anorexia e bulimia como distúrbios da oralidade: - Anorexia e bulimia como adições - Anorexia, bulimia e sua relação com a melancolia - O Ideal anoréxico X culpa bulímica: diferenças entre anorexia e bulimia 5. O tratamento dos distúrbios da oralidade: - O tratamento multiprofissional – o tratamento compartilhado. - A importância da clínica da anorexia e da bulimia para a clínica em geral - A maleabilidade do enquadre psicoterapêutico. BIBLIOGRAFIA (em conformidade aos pontos programáticos da disciplina): 1. Os transtornos da alimentação da primeira infância: 1.1. Kreisler, L., Fain, M., Soulé, M. A criança e seu corpo. Psicossomática da primeira infância. Rio de Janeiro, Zahar Editores, 1981. 2. Anorexia e bulimia como transtornos alimentares: 2.1. Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais (DSM IV), Porto Alegre, Artes Médicas, 1991. 2.2. CID-10 2.2. Bruch, Hilde. Eating Disorders - Obesity, Anorexia Nervosa and Person Within, Basic Books, harper Torchbooks, 1973. 2.2. Lasègue, Charles. "Da Anorexia Histérica", in: Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, Ano I, vol. I, no.3, Setembro de 1998, p.158-171. 3. A imagem corporal: Dolto, Françoise. A imagem Inconsciente do corpo, São Paulo, Ed. Perspectiva, 1984. Freud, S. “Sobre o Narcisismo uma introdução”, in: Edição Standard das Obras Completas de Sigmund Freud, vol.XVI, Rio de Janeiro, Imago, p.85-119. Bastos, Liana Albernaz de Melo. Eu-corpando: o ego e o corpo em Freud, São Paulo, Escuta, 1998. Green, André. Narcisismo de Vida, Narcisismo de Morte, São Paulo, Escuta, 1988. Aulagnier, Piera. “Nascimento de um corpo, origem de uma história”, in: Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, Ano II, vol.II no.3, Setembro de 1999. 4. Anorexia e bulimia como distúrbios da oralidade: Scazufca, Ana Cecília Magtaz. “Abordagem Psicanalítica da Anorexia e da Bulimia como Distúrbios da Oralidade”, Dissertação de Mestrado apresentada à Banca Examinadora em 29/10/1998 na PUC/SP, sob a orientação do Prof. Dr. Manoel Tosta Berlinck. Urribarri, Rodolfo(org). Anorexia e Bulimia, São Paulo, Escuta, 1999. Bidaud, Eric. Anorexia Mental, ascese, mística: uma abordagem psicanalítica, Rio de Janeiro, Companhia de Freud, 1998. Freud, S. “Luto e Melancolia”, in: Edição Standard das Obras Completas de Sigmund Freud, vol. XIV, Rio de Janeiro, Imago, p. 275-291. Freud, S. “O Ego e o Id”, in: (E.S.B.), vol. XIX, Rio de Janeiro, Imago, p. 25-89. 5.O tratamento dos distúrbios da oralidade: Victoi, Anna. “Cybelle: o tratamento de uma adolescente anoréxica”. In: Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, Ano IV, vol. IV, no.3, Setembro de 2001, p.89-115. Enriquez, Micheline. Nas Encruzilhadas do Ódio: paranóia, masoquismo e apatia. São Paulo, Escuta, 1999: Cap. 3: “Harmonia e desarmonia no tratamento”, p.197-202. Cap. 4: “Desinvestimento e ódio de transferência”, p.203-219. DISCIPLINA 10: INTRODUÇÃO ÀS BASES LÓGICO-FILOSÓFICAS DA PESQUISA EM PSICOPATOLOGIA OBJETIVOS: A presente disciplina possui duas ordens de objetivos interdependentes: teóricos e práticos. Objetivos teóricos. Tomando em consideração o diálogo interdisciplinar que caracteriza o saber, o discurso e a prática da psicopatologia, a presente disciplina tem por objetivo a construção de conceitos fundamentais de lógica geral, epistemologia e história da ciência, necessariamente mobilizados nesse contexto em que se encontram, e por vezes se entrechocam, os paradigmas das ciências naturais, das ciências humanas e da psicanálise. Trata-se aqui de um objetivo concernente à formação teórica ampla dos alunos mas que, atentando ao que é específico à área da saúde, coloca no centro desse empreendimento filosófico a análise crítica de conceitos tais como o próprio conceito de paradigma, bem como os de definição, classificação, inferência, além de inúmeros outros que convergem para a estruturação de uma noção simultaneamente ampla e rigorosa da noção de diagnóstico. Objetivos práticos. A prática aqui visada é aquela que se consubstancia no comportamento lógico-lingüístico do profissional ligado à psicopatologia, à saúde pública ou à área da saúde em geral. Trata-se, portanto, de insistir — contra a falsa disjunção ordinariamente aceita entre ação e discurso — no fato, desde há muito reconhecido pela filosofia da linguagem, de que freqüentemente o dizer já é um fazer (Austin, 1990). Desse ponto de vista, os objetivos práticos desta disciplina consistem no exercício e conseqüente aprimoramento das habilidades de produção e de interpretação de conceitos, teses e argumentos, nos registros orais e escritos do discurso psicopatológico, tanto em vista do debate acadêmico quanto em vista das discussões solicitadas no contexto da atuação profissional dos alunos, seja quando do diálogo com seus pares no trabalho, seja quando da comunicação com o paciente ou com um público mais amplo. Finalmente, a sensibilização para distinções categoriais, o refinamento do rigor conceitual, a aquisição de critérios formais de compreensão e o enriquecimento da cultura em história da filosofia e da ciência constituem condições necessárias não só para o aproveitamento adequado de todas as demais disciplinas da pós-graduação em psicopatologia e saúde pública, como também para o desenvolvimento proficiente e autônomo da pesquisa e da redação da monografia obrigatória ao final do curso. JUSTIFICATIVA: O discernimento das problemáticas lógico-filosóficas pressupostas pelos diversos tipos de investigações clínicas condicionam a compreensão crítica de que, mesmo quando eminentemente comprometidas com a eficácia operacional na lida com fenômenos psicopatológicos concretos, as práticas nesta área da saúde — como, aliás, em toda e qualquer área que comporte um domínio técnico — são o exercício de alguma teoria, ainda que nem sempre reconhecida de modo suficientemente explícito e consciente por aquelas que a praticam. Essa pressuposição é patente quando se verifica como, a partir de sintomas, a terapêutica se revela dependente da elaboração de um diagnóstico, assim como este último, por sua vez, enquanto expediente definicional, taxionômico e inferencial, pressupõe certas concepções teóricas sobre o que seja, em geral, definir, classificar e inferir. E esse compromisso teórico não diminui — e talvez até aumente — quando o profissional julga ser necessário criticar ou recusar esses expedientes e a diagnose para a qual eles convergem (pois não se critica ou recusa senão o que foi muito bem compreendido). Assim, o aprendizado, a investigação e a prática da psicopatologia não podem realizar-se de forma verdadeiramente livre e responsável sem que o profissional tenha alguma vez se dedicado a discernir minimamente essas concepções filosóficas mais amplas que sub-repticiamente presidem sua prática. Ademais, o exercício requerido pela passagem a esse regime teórico vem solicitar e promover o desenvolvimento das capacidades lógico-lingüísticas dos estudantes, de modo a capacita-los para o manejo mais autônomo do conhecimento psicopatológico adquirido ao longo da pós-graduação e que será empregado, ao final, na redação da monografia. CONTEÚDO: O conteúdo desta disciplina também se divide em duas partes, que podem ser discernidas em função da ênfase dada, respectivamente, aos exercícios de leitura e aos exercícios de escrita: PARTE I: LER. - A arte da memória na cultura clássica (ou: o paradigma de composição e de acompanhamento desta disciplina); - Tempo lógico e tempo histórico (ou: princípios do método de leitura estrutural) - A ciência do concreto (ou: classificação e estrutura nas sociedades ditas primitivas) - Sobre o conceito de lógica segundo Immanuel Kant - O conceito de lógica formal - Questões sobre a distinção entre verdade e validade. PARTE II: ESCREVER. - realização de um exercício monográfico artificialmente dirigido; - caracterização de uma monografia. - redação de um breve texto monográfico sobre o tema: “Pressupostos lógico-filosóficos do diagnóstico em psicopatologia”. - comentários sobre a bibliografia: a crítica de Kant à lógica de certos “modernos” (ou: a crítica formalista à confusão entre lógica e psicologia); a crítica dos Modernos à lógica formal (ou: a Lógica na tradição da Medicina Mentis); a crítica da Medicina Mentis ao instrumentalismo (ou: Medicina Mentis versus Psicopatologia Instrumental) e a crítica ao CID 10 e DSM IV no horizonte da crítica à racionalidade instrumental. BIBLIOGRAFIA OBRIGATÓRIA: Adorno, T. & Horkheimer, M. A dialética do esclarecimento. Tradução: Guido de Almeida. Jorge Zahar Ed. Rio de Janeiro,1985. Espinosa, Baruch; Pensamentos metafísicos, Tratado da correção do Intelecto, Ética, Tratado Político, Correspondência. Vários Tradutores. Ed. Abril Cultural, São Paulo, 1979. Goldschmidt, Victor. “Tempo lógico e tempo histórico na interpretação dos sistemas filosóficos” in A religião de Platão. Tradução: O. Porchat. Difusão Européia do Livro, São Paulo, 1970. Horkheimer, Max. Eclipse da Razão. Centauro Editora, São Paulo, 2002. Ionescu, S. Quatorze abordagens de psicopatologia. Artes Médicas, Porto Alegre,1997 Kant, Immanuel, Crítica da razão pura. Tradução: M. P. dos Santos e A. F. Morujão. Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 1989. Kant, Immanuel, Manual dos cursos de lógica geral. Tradução: F. Castilho. Ed. Unicamp, Campinas, 2003. Lacan, J. & outros. A querela dos diagnósticos. Jorge Zahar Editor, Rio de Janeiro, 1989 Lévi-Strauss, Claude, O Pensamento Selvagem. Papirus, São Paulo, 1989. Rezende, C. N. Espinosa e a Lógica como Medicina Mentis. (mimeo) Yates, Francis, A Arte da Memória. Tradução: F. Bancher. Ed. Unicamp, Campinas, 2007. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR: Austin, J.L. Quando dizer é fazer. Ed. Artes Médicas, 1990 Blanché, Robert. História da Lógica de Aristóteles a Bertrand Russel. Trad. A. J. P. Ribeiro. Edições 70, Lisboa, 1985. Kneale, W. & Kneale, M. O Desenvolvimento da lógica. Calouste Gulbenkian, Lisboa, 1991. Kuhn, Thomas. A Estrutura das Revoluções Científicas. Ed. Perspectiva, São Paulo, 1975. Popper Karl. A lógica da pesquisa científica. Cultrix, Snao Paulo, 1993. Rezende, Cristiano Novaes de . “Os perigos da razão segundo Espinosa”. Cadernos de História e Filosofia da Ciência (UNICAMP), v. 14, p. 59-118, 2004. DISCIPLINA 11: Entrevistas e Apresentações Clínicas do Paciente Internado (Estágio no GREA – Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas do Depto. de Psiquiatria da FMUSP) OBJETIVOS: Oferecer aos alunos experiência presencial no GREA – Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas do Depto. de Psiquiatria da FMUSP, considerado hoje como Centro de Excelência para Tratamento e Prevenção de drogas, pela Secretaria Nacional Antidrogas - SENAD. O GREA vem desenvolvendo desde 1981 trabalhos na área de pesquisa, ensino, assistência e prevenção de álcool, tabaco e outras drogas. JUSTIFICATIVA: Com referência ao valor formativo do estágio no GREA – Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas do Depto. de Psiquiatria da FMUSP, destaque-se que seu método se caracteriza por uma abordagem multidisciplinar, com equipe formada por psiquiatras, psicólogos, terapeuta ocupacional e fonoaudiólogo. Tal método apresenta notável congruência com o objetivo do Curso de fundamentar e estabelecer um campo de diálogo entre a psicofarmacologia, a psiquiatria e a psicanálise sobre as formas de diagnóstico e tratamento do sofrimento psíquico. CONTEÚDO: O programa dessa disciplina oferece ao aluno possibilidade de acompanhar as seguintes atividades: a) Entrevistas e atendimentos psiquiátrico c psicológico com pacientes com quadros de abuso, síndrome de dependência e outras complicações psiquiátricas advindas do consumo inadequado de substâncias psicoativas, inclusive de pacientes internados no Instituto de Psiquiatria da FMUSP. b) Pesquisas epidemiológicas e farmacológicas na área de Dependências Químicas. c) Conferências clínicas de médicos residentes em psiquiatria. d) Abordagens terapêuticas multidisciplinares dispensadas nos Ambulatórios de Cocaína, Alcoolismo, Tabagismo e Maconha. |
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Carga Horária: |
155 horas |
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Tipo: | Obrigatória | ||||
Vagas oferecidas: | 75 | ||||
Ministrantes: |
Alberto Olavo Advincula Reis Ana Cecilia Magtaz André Malbergier Audrey Setton Lopes de Souza Cristiano Novaes de Rezende David Calderoni Enrique Isaac Mandelbaum Guilherme Peres Messas Luciana Chaui Berlinck Sanchez Therezinha Gomes de Souza Dias |
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