134591 - Dispositivos de controles de travessias e suas fronteiras: transgeneridades, migrações e refúgios |
Período da turma: | 01/07/2025 a 29/07/2025
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Descrição: | O curso está estruturado em cinco encontros (de 2h cada), que objetivam trabalhar, de modo introdutório, o: No primeiro encontro, será apresentado o programa do curso e seus objetivos, introduzindo noções que serão examinadas ao longo dos cinco encontros, sendo elas: migração, fronteira, estado-nação, trânsito de gênero, corpo e território. A partir do segundo encontro, nos deteremos aos estudos de migração, perquirindo a constituição das categorias “migrante” e “refugiado”, as dinâmicas de raça que perpassam a experiência dos sujeitos, bem como a produção da cidadania e do Estado-nação. No terceiro encontro, adentraremos nos estudos trans, investigando os saberes que nomearam e fixaram experiências corporais a partir de lógicas e narrativas fixas sob o signo da “transexualidade” ou do corpo “intersexo”, “hermafrotida”, “invertido”. Esses estudos servirão para compreender como são produzidas as fronteiras do corpo sexuado e generificado, e como elas variam historicamente. O quarto encontro será dedicado à bibliografias que discutem a intersecção entre migração e minorias de gênero, refletindo sobre a categoria “refugiados de gênero” e os processos migratórios de pessoas trans em países onde suas vidas são ameaçadas e criminalizadas. O quinto e último encontro, intensificará a intersecção entre migração e transgeneridade, retomando as discussões dos encontros anteriores, refletindo como a experiência desses sujeitos é marcada pela narrativa constante de suas trajetórias para agentes e instituições de Estado na obtenção de documentações, acesso a procedimentos médicos e autorizações jurídicas, refletindo sobre os dispositivos de controle dessas travessias.
Conteúdo programado: Aula 1 – 01/07: Introdução ao curso Bibliografia obrigatória: 1. ANZALDÚA, Gloria. Borderlands/La Frontera: The New Mestiza. San Francisco: Aunt Lute Books, 1987. 2. FELDMAN-BIANCO, Bela; SANJURJO, Liliana; DA SILVA, Douglas Mansur. Migrações e deslocamentos: balanço bibliográfico da produção antropológica brasileira entre 1940 e 2018. BIB-Revista Brasileira de Informação Bibliográfica em Ciências Sociais, n. 93, p. 1-58, 2020 3. MOIRA, Amara. O cis pelo trans. Estudos Feministas, v. 25, n. 1, p. 365-373, 2017. Complementar: ÁGUAS, C.L.P. Quilombos em Festa: Pós-colonialismos e os caminhos da emancipação social”. Tese de Doutorado em Sociologia. Universidade de Coimbra., 2012.(Ver capítulo) DAS, Veena; POOLE, Deborah. El estado y sus márgenes: etnografias comparadas. Cuadernos de antropología social, n. 27, p. 19-52, 2008. OLIVAR, José Miguel. Gênero, cuidado e a reconfiguração da fronteira.. fronteiras, fronteiras!. R@u : Revista de Antropologia Social dos Alunos do PPGAS-UFSCAR, v. 11, n. 1, p. 552-576, 2019 Tradução. Disponível em: https://www.rau2.ufscar.br/index.php/rau/article/view/300. Acesso em: 25 mar. 2025. NASCIMENTO, S. de S. (2019). Fugas e contrapontos na fronteira: reflexões etnográficas sobre transitividades corporais e de gênero no Alto Solimões/AM. Revista De Antropologia Da UFSCar, 11(1), 524–551. Aula 2 – 08/07: Estado-Nação Bibliografia obrigatória: 1. AGIER, Michel. Refugiados diante da nova ordem mundial. Tempo Social, v. 18, p. 197-215, 2006. https://www.scielo.br/j/ts/a/dfrz9tB3Bg93PRGY3pZTjNv/ 2. FELDMAN-BIANCO, Bela. “O Brasil frente ao regime global de controle das migrações: Direitos humanos, securitização e violências”. TRAVESSIA - revista do migrante, n. 83, p. 11-36, 2018. 3. FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso: aula inaugural no Collège de France, pronunciada em 2 de dezembro de 1970. Edições Loyola, 1996. 4. SOUZA LIMA, Antônio Carlos de. O estudo antropológico das ações governamentais como parte dos processos de formação estatal. Revista de Antropologia, v. 55, n. 2, p. 559-564, 2013. Complementar: CARNEIRO, Aparecida Sueli. A construção do outro como não-ser como fundamento do ser. 2005. Feusp- São Paulo. Tese de Doutorado. BAPTISTA, José Renato de Carvalho. O Haiti e os discursos de construção nacional: uma nação constituída no dilema entre a “A França Negra” e “A África Americana”. FANON, Frantz. A experiência vivida do negro. In: Pele negra, máscaras brancas (R. Silveira, Trad.). Salvador, BA: EdUFBA, v. 24, 2008. Aula 3 – 15/07: Trânsitos de gênero Bibliografia obrigatória: 1. PRECIADO, Paul B. Cidadania em transição. In: Um apartamento em Urano: Crônicas da travessia. Tradução de Eliana Aguiar. Rio de Janeiro: Zahar, 2020. 2. FAUSTO-STERLING. Anne. Dualismos em duelo. Cadernos pagu, p. 9-79, 2002. 3. HALBERSTAM, Jack. Trans*: ¿qué hay en un nombre? In: Trans: Una guía rápida y peculiar de la variabilidad de género. Traducción de Javier Sáez. Barcelona – Madrid: Egales, 2018. Complementar: CORRÊA, Mariza. Não se nasce homem. Trabalho apresentado no encontro" Masculinidades/Feminilidades", nos Encontros Arrábida, 2004. PRECIADO, Paul B. Eu sou o monstro que vos fala. Rio de Janeiro: Zahar, 2022. GILL-PETERSON, Jules. Sex in Crisis: Intersex Children in the 1950s and the Invention of Gender. Histories of the transgender child. University of Minnesota Press, 2018. Aula 4 – 22/07: Intersecção entre migração e minorias de gênero Bibliografia obrigatória: 1. CAMMINGA, B. Shifting Borderlands and Becoming a Gender Refugee. In: Transgender Refugees and the Imagined South Africa. Global Queer Politics. Palgrave Macmillan, Cham, 2019. p. 129-159. 2. CINTRA, N.; OWEN, D.; RIGGIROZZI, P. Problematizing the migrant–refugee distinction in Latin America. In: RIGGIROZZI, P.; CINTRA, N. (org.). Displacement, human rights and sexual and reproductive health: conceptualizing gender protection gaps in Latin America. Bristol: Bristol University Press, 2023. p. 45-63. Complementar: CAMMINGA, B. Competing marginalities and precarious politics: a South African case study of NGO representation of transgender refugees. Gender, Place & Culture, v. 31, n. 9, p. 1293–1310, 2022. Disponível em: https://doi.org/10.1080/0966369X.2022.2137473. Acesso em: 7 maio 2025. DANISI, Carmelo; DUSTIN, Moira; FERREIRA, Nuno; HELD, Nina. Queering Asylum in Europe: Legal and Social Experiences of Seeking International Protection on Grounds of Sexual Orientation and Gender Identity. Cham: Springer Nature, 2021. QUINAN, C. L.; BRESSER, N. Gender at the Border: Global Responses to Gender-Diverse Subjectivities and Nonbinary Registration Practices. Gender & Politics, v. 1, n. 1, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.1525/GP.2020.12553. Acesso em: 7 maio 2025. SERT, D.; TURKMEN, F. Gender, Mobility, and Displacement: From the Shadows to Questioning Binaries. Oxford Research Encyclopedia of International Studies, 24 fev. 2022. Disponível em: https://oxfordre.com/internationalstudies/display/10.1093/acrefore/9780190846626.001.0001/acrefore-9780190846626-e-634. Acesso em: 7 maio 2025. Aula 5 – 29/07: Retomada e finalização do curso Bibliografia obrigatória: 1. CUSICANQUI, Silvia Rivera. Ch’ixinakax utxiwa: uma reflexão sobre práticas e discursos descolonizadores. Trad. Ana Luiza Braga e Lior Zisman Zalis. São Paulo: N-1 Edições, 2021. 2. PRECIADO, Paul B. “Exposição apátrida” e “Goteiras diplomáticas: Julian Assange e os limites sexuais do Estado-nação”. In: Um apartamento em Urano: Crônicas da travessia. Tradução de Eliana Aguiar. Rio de Janeiro: Zahar, 2020 Bibliografia complementar do curso: ANZALDÚA, Gloria. ‘(Un)Natural Bridges, (Un)Safe Spaces’. In This Bridge We Call Home: Radical Visions for Transformation, edited by Gloria Anzaldúa and AnaLouise Keating, 1–5. New York: Routledge, 2013. APPADURAI, Arjui. Soberania sem territorialidade: notas para uma geografia pós-nacional. Novos Estudos (São Paulo) n.49, p. 33-49, 1997. BALLER, Leandro. Cultura, Identidade e Fronteira: Transitoriedade Brasil/Paraguai (1980-2005). Dissertação de Mestrado. Dourados: UFGD, 2008. BUTLER, Judith. Corpos que importam: os limites discursivos do" sexo". n-1 edições, 2020. GRIMSON, Alejandro. 2003. “Los procesos de fronterización: flujos, redes e historicidad”. In: Clara Inés García (ed). Fronteras: territorias y metáforas. Medellín: Hombre Nuevo Editores, pp. 15-34. HALBERSTAM, Jack. Trans*-gender transitivity and new configurations of body, history, memory and kinship. Parallax, v. 22, n. 3, p. 366-375, 2016. HANNERZ, U. 1997. “Fluxos, fronteiras, híbridos: palavras-chave da antropologia transnacional”. Revista Mana; vol. 3(1), pp. 7-39. JARDIM, Denise. Imigrantes ou refugiados?: Tecnologia de controle e as fronteiras. Jundiaí, Paco, 2017. |
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Carga Horária: |
10 horas |
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Tipo: | Obrigatória | ||||
Vagas oferecidas: | 87 | ||||
Ministrantes: |
Francisco Janis Borges Xavier de Gouveia Rosiane Trabuco de Oliveira |
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