Atividade

132827 - Ainda a escola?

Período da turma: 26/03/2025 a 02/07/2025

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Descrição: Quartas-feiras das 19h30 às 21h

Aula 1 - 26/3 - Ecos internacionais nas políticas de instrução pública do Brasil Império, com
Alexandre Ribeiro
Minicurrículo do ministrante: Doutor e Mestre em Educação pela Faculdade de Educação da
Universidade de São Paulo. Graduado em Pedagogia pela Universidade Federal do
Maranhão. Integrante do Grupo de Estudos em Filosofia e História das Ideias Pedagógicas
(GEFHIPE) e do Projeto Temático FAPESP "Saberes e práticas em fronteiras: por uma
história transnacional da educação (1810-...)" com Bolsa de Doutorado (Processo n.
2020/11928-8). Tem interesse nos seguintes temas: História Transnacional da Educação,
história da Educação Comparada, políticas e reformas da instrução pública no século XIX.
Ementa: A aula abordará alguns projetos e reformas da instrução pública propostos e
discutidos no âmbito da Câmara dos Deputados, um dos componentes do poder legislativo
imperial, em meados do século XIX. Em primeiro lugar e como pano de fundo, serão
apresentados indícios da circulação de autores estrangeiros, especialmente dois franceses,
François Guizot e Victor Cousin, na imprensa e em relatórios administrativos nas décadas de
1830 e 1840. Em seguida, será estudado o projeto de reforma do ensino primário e secundário
na Corte apresentado pelo deputado Francisco de Sales Torres Homem em 1847,
esmiuçando-se as ideias pedagógicas ali propostas. Na sequência, será analisada a discussão
sobre o projeto, registrada nos anais parlamentares, com especial atenção ao discurso do
proponente que, ao defender a necessidade da reforma educacional, valeu-se largamente da
comparação com outros países e fundamentou suas ideias na experiência de autores
estrangeiros considerados autoridades em assuntos de instrução pública. Assim, será
percebido como reformadores educacionais do Império brasileiro se apropriavam de um
repertório pedagógico internacional em circulação para buscar solucionar problemas
educacionais locais.
Justificativa: A aula guia-se pela chamada perspectiva da História Transnacional da
Educação, que valoriza fenômenos de circulação e conexão histórica entre as nações a partir
do deslocamento de sujeitos, livros e objetos, atentando para o intercâmbio de ideias e
experiências. Ao ser utilizada para o caso das reformas da instrução pública brasileira no
século XIX, tal conjunto de ferramentas teórico-metodológicas permitem afastar as teorias do
transplante cultural, segundo as quais as elites brasileiras meramente copiavam ou imitavam
pensadores europeus, para fazer ver os processos de apropriação, isto é, de consumo criativo
de referências externas para a elaboração e legitimação de propostas reformistas. Essa
problemática, vale ressaltar, está presente ainda nos dias atuais, talvez de maneira até mais
acirrada, com o advento da globalização e de instâncias supranacionais na política e na
economia.
Aula 2 - 9/4 - Imprensa feminina e a fabricação de um novo currículo escolar para meninas
no século XIX, com Jocemir Reis
Minicurrículo do ministrante: Doutorando em Educação pela Universidade de São Paulo
(Faculdade de Educação). Mestre em Educação pelo Programa de Pós-graduação da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro - PropEd UERJ. Bacharel e Licenciado em
Filosofia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Integrante do GEFHIPE
(Grupo de Estudos de Filosofia e História das Ideias Pedagógicas). Professor na Secretaria de
Estado de Educação do Estado do Rio de Janeiro, Coordenador da Biblioteca Paulo Freire no
Complexo do Chapadão, Diretor Executivo do Projeto Agroecológico Quintal Escola Chico
Mendes. Atualmente dedica-se à pesquisa da História das Mulheres no século XIX com foco
na produção de periódicos feministas oitocentistas.
Ementa: A fabricação da educação formal, escolarizada para meninas no Brasil, passou por
diversas conformações ao longo dos anos, sobretudo no final do século XIX. Um discurso
hegemônico genuinamente produzido pelo sistema sexo-gênero conduzidos às mãos de ferro
pelo “pater família” exigiu grandes esforços para que a mulher e o feminino obtivessem uma
escola, e consequentemente, método, didática e currículo que não diferissem dos oferecidos
aos meninos. Algumas iniciativas foram tomadas por partidários da igualdade de direitos
para que a escola oferecida aos meninos fosse a mesma que às meninas. Assim, diversos
movimentos femininos, protofeministas para ser mais específico, pipocaram neste horizonte
de acontecimentos. Um desses movimentos de grande importância foi o aparecimento da
imprensa feminina genuinamente escrita por mulheres, haja visto que naquele tempo, era
muito comum que os homens falassem por elas, subtraindo-lhes a fala nos primeiros jornais
escritos para mulheres. Nesse complexo contexto, uma espécie de escola por
correspondência aparece no final do anos de 1888 com a publicação de “A Familia : jornal
litterario dedicado a educação da mãe e família”. Publicado por cerca de 10 anos, o jornal
oferecia um vasto repertório composto por temas como filosofia, arte, literatura universal,
teatro, direito, política e educação. Neste sentido esta aula propõe uma análise sobre a
materialidade do referido periódico como vestígios de um passado cujo foco de experiências
nos possibilita compreender este horizonte epocal estuariano confluído de lutas, interesses e

conquistas. São palavras chaves nesta análise: Imprensa Feminina, Escola questionada
(hegemonia questionada), Repertório cultural, Currículo, Comunidade Imaginada.
Justificativa: A invenção da escola contemporânea, de alguma forma, passa pelo fenômeno
do capitalismo editorial feminino, pelas lutas de classes e disputas de poder com
consequências gravíssimas nos, e pelas produções de discursos e sentido à formação de uma
comunidade imaginada de sujeitas históricas que protagonistas, inventaram a feminilidade e a
mulher contemporânea. A conquista dos direitos à escola comum (entre meninos e meninas)
é também uma conquista política que envolve método, currículo e didática, cujos interesses
femininos possibilitaram-lhes um ganho significativo, promovendo-as aos lugares de
destaques na ocupação dos rankings na educação básica e superior. Tais nexos epocais e
imbricamentos de sentido, possibilitam-nos compreender em algum nível, as lutas
contemporâneas empreendidas por elas.
Aula 3 - 23/4 - A construção da escola pública brasileira: professores, alunos, espaços e
conteúdos, com Vanessa Souza Batista
Minicurrículo da ministrante: Possui graduação em História pela Universidade Federal de
Alfenas – UNIFAL/MG (2015). Mestrado em Educação pela Universidade Federal de Ouro
Preto – UFOP (2018). Atuou como professora de História da Educação Básica da rede
estadual de Minas Gerais (2018-2022). Atualmente é doutoranda no programa de pós-
graduação em Educação da Universidade de São Paulo- USP. É integrante do Grupo de
Estudos de Filosofia e História das Ideias Pedagógicas (GEFHIPE). Tem experiencia na área
de História da Educação, concentrando pesquisas sobre educação no século XIX,
especialmente o perfil dos alunos e dos mestres de primeiras letras, no que diz respeito ao
sexo, raça/cor, organização familiar e condição socioeconômica.
Ementa: A partir das Reformas Pombalinas (1759-1772) foram estabelecidas as primeiras
escolas públicas no Brasil, chamadas no período de Aulas Régias de Primeiras Letras, nas
quais ocorria o ensino da leitura, escrita e cálculo. Com a independência brasileira em 1822,
ampliou-se o debate sobre a necessidade de expandir essa rede educacional, que passou a ser
chamada de instrução primária e ocorria nas escolas de primeiras letras. Assim, a presente
aula tem como objetivo discutir os principais mecanismos mobilizados no processo inicial de
construção desse sistema de ensino público. Para isso, abordaremos quatro aspectos
fundamentais: as exigências para aqueles que almejam se tornar professores ou professoras de
primeiras letras; os alunos que frequentavam esse ensino; os espaços onde ocorriam as aulas e
os conteúdos que deveriam ser ministrados. Uma vez que, esses aspectos estavam
diretamente relacionados ao modelo de cidadão que se almejava forjar no país recém
independente: alfabetizado, patriota e católico. Sendo o professor e a professora de primeiras
letras um exemplo moral a ser seguido
Justificativa: A partir do estabelecimento da instrução pública como um direito constitucional
em 1824, deu-se início a um extenso percurso de organização do sistema educacional, que
desenvolveu processos mais amplos como a profissionalização do corpo docente, a
obrigatoriedade da frequência escolar e a construção de espaços e materiais específicos para o
ensino. Ao analisar esses aspectos sob uma perspectiva histórica, percebemos que a escola
pública, enquanto um espaço de frequência obrigatória para crianças, foi construída
gradualmente, marcada por diversas tensões e ressignificações por parte dos sujeitos

envolvidos, principalmente os professores, que adaptaram as prescrições legais mediante os
desafios do cotidiano escolar. Além disso, é importante ressaltar que o período histórico
abordado nesta aula, correspondente à primeira metade do século XIX, é marcado pela
vigência da escravidão e por limitadas possibilidades de mobilidade social para
afrodescendentes, bem como para mulheres e grupos sociais desfavorecidos. Assim, é
extremamente importante discutirmos os grupos que tiveram acesso ao espaço da escola, seja
como alunos, seja como docentes.
Aula 4 - 7/5 - Pestalozzi e suas escolas contra o charlatanismo, com Cauê Cardoso Polla
Minicurrículo do ministrante: Graduado em filosofia, com mestrado (2008) e doutorado
(2013) em filosofia alemã pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da
Universidade de São Paulo, pós-doutorado em educação (2024) pela Faculdade de Educação
da Universidade de São Paulo, atualmente pesquisa e realiza traduções sobre a temática das
fábulas na educação, com ênfase no século XVIII.
Ementa: Esta aula visa apresentar os projetos institucionais que Pestalozzi buscou estabelecer
durante toda sua vida. De insucesso em insucesso, sem nunca desistir - hasteando a sua
própria insistência como bandeira e norte - o educador suíço se tornou um dos nomes mais
importantes da história do pensamento pedagógico. Partindo da leitura de dois textos
fundamentais, Carta de Pestalozzi a um amigo sobre sua estadia em Stanz (1799) e Como
Gertrudes ensina suas crianças (1801), apresentarei alguns dos conceitos básicos do
pensamento pestalozziano em sua relação com a fundação de seus institutos, principalmente
no que visa a educação do povo, cerne de toda a obra do educador. Conjuntamente, a leitura
do texto Sobre Epidemias (1782), visa ressaltar o papel esclarecedor da educação no sentido
de combater o charlatanismo compreendido por Pestalozzi como o grande mal opressor do
povo.
Justificativa: O pensamento pedagógico de Pestalozzi, muito afamado, mas raramente
estudado em profundidade no cenário brasileiro, demanda sucessivas leituras. A apresentação
de um delineamento geral, próximo das obras-fontes, propriamente traduzidas, pode
contribuir para a disseminação de um pensamento que é conditio sine qua non para a
compreensão da pedagogia moderna e de seus ecos, que se escutam até a atualidade.
Aula 5 - 21/5 - A formação de escolas normais no Brasil no século XIX: causas e
consequências, com Bruna Polachini
Minicurrículo da ministrante: Doutora, mestre e bacharel em Letras pela Universidade São
Paulo, na área de Historiografia Linguística, com foco na produção de gramáticas de língua
portuguesa no Brasil nos Oitocentos. Integrante do Centro de Documentação e Historiografia
Linguística (CEDOCH, FFLCH-USP) e do Grupo de Estudos de Filosofia e História das
Ideias Pedagógicas (GEFHIPE, FEUSP). Possui pós-doutorado em História da Educação na
Universidade de Lisboa, sob supervisão do Prof. Dr. António Nóvoa. Atualmente é pós-
doutoranda em História da Educação, com foco na história do ensino de língua portuguesa no
século XIX, no projeto temático "Saberes e práticas em fronteiras: por uma história
transnacional da educação (1810-...)", com bolsa FAPESP (Processo n. 2020/06753-4), sob
supervisão da Profa. Dra. Carlota Boto. Atua nas áreas de historiografia linguística e história
da educação.

Ementa: Nesta aula tratamos da preocupação relacionada à formação institucional de
professores de educação básica, que surge em diversos países do Ocidente durante o século
XIX, culminando no Brasil, na criação de diversas escolas normais pelas províncias.
Abordamos também algumas das consequências sociais da criação dessas escolas, como a
feminização do magistério e maior institucionalização do ensino. Embora tratemos de forma
geral das escolas brasileiras, damos destaque à Escola Normal de São Paulo, criada em 1846,
observando em maior detalhe seus currículos e trajetória.
Justificativa: As escolas normais são parte fundamental do percurso da história da educação
para que compreendamos a formação de professores nos dias de hoje. Após a Igreja Católica
não ser mais a principal responsável pelo ensino básico, surge a necessidade de uma
instituição que forme professores. Em um primeiro momento, houve escolas e cursos
relacionados ao ensino mútuo e, posteriormente, criaram-se as escolas normais brasileiras, as
quais passaram por muitas instabilidades ao longo do século XIX, recebendo acesso à
investimentos mais robustos apenas no final do século. A Escola Normal de São Paulo, à qual
damos destaque no curso por ser objeto de pesquisa de nosso pós-doutorado, foi criada em
1846 e é simbólica entre as escolas normais brasileiras para tratar das etapas por que elas
passaram.
Aula 6 - 4/6 - Educação Feminina e Desigualdade Social: Desafios e perspectivas da
educação no início do Século XX, com Miriam Fernandes Muramoto
Minicurrículo da ministrante: Doutora em Educação pela Universidade de São Paulo
(Faculdade de Educação). Mestre em Educação pela mesma instituição e especializada em
Projetos Didático-Pedagógicos para Cursos na Modalidade a Distância pela Universidade
Virtual do Estado de São Paulo. Graduada em Pedagogia pela Universidade de São Paulo.
Atuou como monitora bolsista e colaboradora em cursos de extensão na Faculdade de
Educação da USP (2016-2024). Técnico III da FAPESP, no Acervo Histórico da Escola
Normal Caetano de Campos. Facilitadora na Universidade Virtual do Estado de São Paulo
entre 2022 e 2024. Integrante do GEFHIPE (Grupo de Estudos de Filosofia e História das
Ideias Pedagógicas). Suas pesquisas abordam iniciativas católicas na educação paulista no
início do século XX, com ênfase nas práticas educativas entre 1900 e 1930, e abordando
temas como educação, infância, imigração, higiene e filantropia.
Ementa: Esta aula busca explorar os desafios enfrentados pela educação de meninas e
mulheres das classes populares no Brasil no início do século XX, um período de grandes
mudanças políticas, sociais e culturais. Vamos discutir como as escolas e outras instituições
educacionais ajudaram a formar meninas e mulheres, moldando práticas pedagógicas
influenciadas por valores morais e religiosos da época. Analisaremos ainda, como essas
instituições criaram um "ideal de feminilidade" que refletia os papéis sociais esperados das
mulheres, especialmente para aquelas das classes mais pobres. Além disso, examinaremos o
papel das congregações religiosas, que ampliaram o acesso à educação, mas muitas vezes
equilibraram o ensino de habilidades domésticas com iniciativas que buscavam abrir
caminhos para a emancipação intelectual e social das mulheres. Por fim, falaremos sobre o
contexto da Primeira República, destacando como a educação, apesar de ser apresentada
como uma ferramenta de progresso e cidadania, muitas vezes reforçava as desigualdades de
gênero e classe.

Justificativa: Compreender a educação feminina no início do século XX ajuda a refletir sobre
as desigualdades de gênero e classe que ainda existem na educação brasileira. Nesse período,
as mulheres eram educadas principalmente para cumprir papeis tradicionais, como cuidar do
lar, enquanto o acesso a uma formação que estimulasse sua autonomia intelectual era
limitado. As escolas, muitas vezes influenciadas por valores religiosos e burgueses,
reforçavam essas divisões sociais. Esta aula propõe uma análise desses contextos históricos,
incentivando educadores a reconhecer como essas influências ainda afetam o sistema
educacional atual e a trabalhar por uma educação mais inclusiva.
Aula 7 - 18/6 - Entre o desejo da memória e o interesse pela história: investigação sobre a
Creche Baroneza de Limeira, com Carolina Mostaro
Minicurrículo da ministrante: Professora de História da Educação da Faculdade de Educação
da Universidade de São Paulo (FEUSP). Doutora em Educação pela Universidade de São
Paulo, na área temática "História da Educação e Historiografia" (2016). Mestra em Educação,
pela Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais, na linha de pesquisa
História da Educação (2010). Graduada em História pela Universidade Federal de Minas
Gerais (2008). Atua principalmente nos temas: projetos educativos para mulheres e crianças
pobres, história da formação de professores e do ensino profissional.
Ementa: Esta aula explora as conexões entre memória e história no âmbito das investigações
em História da Educação. Partindo da questão “Ainda a escola?”, abordam-se as
permanências e transformações pelas quais passam as instituições educativas longevas, cujo
passado desperta o interesse contemporâneo de pesquisadoras e pesquisadores, assim como
dos sujeitos escolares. Com base em minha atual experiência de pesquisa na Creche Baroneza
de Limeira, instituição que remonta a uma associação de mulheres criada em 1905 e que
guarda um volume significativo de documentação escolar, pergunta-se: “Qual história da
educação interessa ao presente?”. Pretende-se falar sobre a história do amparo e da educação
infantil na capital paulista, destacando a importância do registro, da organização e da
preservação de vestígios que compõem memórias individuais, institucionais e sociais. Além
disso, a aula se propõe a analisar possibilidades e limites para a pesquisa acadêmica na
interface com as expectativas que os sujeitos escolares projetam do presente sobre o passado.
Justificativa: Examinar as relações entre memória e história no âmbito da história da
educação oferece a possibilidade de refletir sobre as articulações entre passado e presente na
definição de questões de pesquisa e na determinação do que foi e do que é “a escola”. Trata-
se, portanto, de promover a discussão sobre a constituição de um objeto de investigação que,
em primeira instância, pode se apresentar, ilusoriamente, como já conhecido. A pesquisa
sobre a Creche Baroneza de Limeira, instituição tão longeva como metamórfica, permite
revelar a diversidade, muitas vezes surpreendente, de serviços, sujeitos e públicos atendidos
ao longo da trajetória de uma instituição denominada “creche”. Além disso, destaca a
importância da apropriação da história e da memória institucional, do legado histórico e
documental, promovendo ou reforçando vínculos de pertencimento e identidade entre os
sujeitos escolares.
Aula 8 - 2/7 Jorge Larrosa e seu livro Elogio da escola, com Claudia M. Liba e José Roberto
Soares Júnior

Minicurrículos dos ministrantes: Claudia M. Liba é bióloga pela UNESP, Mestre em Ciências
pelo Instituto de Ciências Biomédicas da USP e professora, com experiência em instituições
de ensino superior da rede privada. Integrante do GEFHIPE (Grupo de Estudos de Filosofia e
História das Ideias Pedagógicas).
José Roberto Soares Júnior, é formado em História e Geografia, mestre em História Social
pela PUC-SP. Atualmente realiza seu doutorado na FEUSP na área de História da Educação.
Integrante do GEFHIPE (Grupo de Estudos de Filosofia e História das Ideias Pedagógicas).
Ementa: A aula se propõe a apresentar o Livro Elogio da escola (2017), organizado por Jorge
Larrosa, professor de Filosofia da Educação na Universidade de Barcelona. Neste contexto
ficam patentes os interesses principais de Larrosa, com temas que aborda: a experiência e a
linguagem, a experiência e a subjetividade, a experiência e a educação. O livro busca um
entendimento filosófico da escola, em um momento em que esta passa por ataques e
transformações, o que coloca em questão a sua importância como o principal meio de
aprendizado no mundo atual.
Justificativa: Neste contexto, torna-se importante observar não apenas o elogio da escola, mas
a sua defesa, o que faremos a partir da concepção apresentada por Larrosa, e da scholé como
um espaço protegido, suspenso, onde se apresenta o mundo para o estudante. Esta aula
pretende, ainda, como propõem Masschelein e Simons, colocar sobre a mesa aspectos do
cotidiano, que serão pensados junto aos demais autores contidos no livro, bem como a
intervenções de autores brasileiros.
Bibliografia
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DIAS, M. H. Professores da Escola Normal de São Paulo (1846-1890): a história não escrita.
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Carga Horária:

24 horas
Tipo: Obrigatória
Vagas oferecidas: 1000
 
Ministrantes: Alexandre Ribeiro e Silva
Bruna Soares Polachini
Carlota Josefina Malta Cardozo dos Reis Boto
Carolina Mostaro Neves da Silva
Cauê Cardoso Polla
Claudia Maria Liba
Jocemir Moura dos Reis
José Roberto Soares Júnior
Miriam Fernandes Muramoto
Vanessa Souza Batista


 
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