132589 - Feminismos: Teoria e crítica |
Período da turma: | 15/04/2025 a 06/05/2025
|
||||
|
|||||
Descrição: | Aulas:
Aula 1 - Feminismo Marxista - O que a PEC das domésticas tem a ver com a ascensão do fascismo no Brasil? O objetivo da primeira aula é traçar uma linha paralela entre a aprovação da Emenda Constitucional 478/10 e a ascensão de movimentos classificados como de extrema direita ocorridos a partir de junho de 2013. Identificamos que a PEC das domésticas teria sido um gatilho para o descontentamento da classe média tradicional com a constante perda de privilégios ocorridos na penúltima década, quando enfim ocorre a regulamentação da profissão de empregada doméstica, suprimindo um dos últimos resquícios escravocratas da sociedade brasileira. Como arcabouço teórico, desta primeira aula, contaremos com textos de Angela Davis, Silvia Federici e Heleieth Saffioti. Onde serão debatidos conceitos como sociedade de classes, trabalho de reprodução social, interseccionalidade e exploração de trabalho feminino. Aula 2 - Feminismo Negro - Problemas de raça no feminismo contemporâneo Na segunda aula vamos fazer uma comparação crítica entre as visões sobre feminismo em duas publicações. Serão contrapostos os conteúdos das obras “O feminismo é para todo mundo” de bell hooks e “O feminismo para os 99%” de Cinzia Arruzza, Tithi Bhattacharya e Nancy Fraser. Notamos que existe um apagamento da produção intelectual de mulheres negras, uma vez que ambos os livros apresentam conteúdos semelhantes, e apesar da obra de hooks ter sido publicada quase vinte anos antes, não se tornou um marco revolucionário no feminismo atual como sua similar, escrita, majoritariamente, por mulheres brancas. Serão trazidas para o debate as teorias de opressão X resistência, interseccionalidade e agenciamento de Patricia Hill Collins, subalternidade de Gayatri Spivak e descentralização do conhecimento de bell hooks. Aula 3 - Feminismo Queer - Questões sobre sexo e cuidado Diante da crise mundial do cuidado, que tem se revelado um dos grandes problemas da contemporaneidade, nossa terceira aula propõe uma articulação entre os conceitos de contrassexualidade e farmacopornografia de Paul B. Preciado e corpos ciborgues de Donna Haraway a fim de imaginar um futuro onde a cooperação entre os sexos seja alternativa à desigualdade de gênero e o care seja compreendido como bem comum e parte fundamental para a produção, reprodução e existência da espécie humana. Aula 4 - Feminismo Descolonial Em nosso último encontro traremos teorias que elucidem nossa posição geopolítica no contexto internacional e de que maneira seria possível utilizar teorias cosmopolitas para solucionar problemas locais. Além disso, chamaremos para o centro do debate teóricas feministas brasileiras e sul-americanas, compreendendo as especificidades e necessidades do feminismo do sul global. Traremos para a nossa conversa Grada Kilomba e sua teoria sobre ferida colonial, Rita Segatto com sua crítica à colonialidade e forclusão de gênero e raça, Lélia Gonzalez com a necessidade de um feminismo regional e bell hooks com a perspectiva das margens no enfrentamento sexismo, racismo e capitalismo. Bibliografia: "ADORNO, Theodor W. Aspectos do novo radicalismo de direita. Tradução: Felipe Catalani. São Paulo: Editora Unesp, 2020. ARAGÃO, Herifrania Tourinho; SANTANA, Jessy Tawanne; SILVA, Guilherme Mota da; SANTANA, Milenna Freitas; SILVA, Larissa Nascimento Mota da; OLIVEIRA, Millena Luize de Lima; MELO, Cláudia Moura de. Impactos da Covid-19 à luz dos marcadores sociais de diferença: raça, gênero e classe social. Revista Saúde Debate. Rio de Janeiro. V. 46, N. Especial 1, P. 338-347, Março de 2022. ARRUZZA, Cinzia; BHATTACHARYA, Tithi; FRASER, Nance. Feminismo para os 99%: um manifesto. Tradução: Heci Regina Candiani. 1° edição. São Paulo: Boitempo, 2019. BOSI, M; MACHADO, M. Amamentação: um resgate histórico. Cadernos ESP - Escola de saúde pública do Ceará - V. 1 - N. 1 - Julho - Dezembro - 2005. COIMBRA, Marcos. Os órfãos no mundo político. Revista Carta Capital. São Paulo. 2013. (Edição de 03 de julho de 2013) COLLINS, Patrícia Hill. Pensamento feminista negro. Tradução Jamille Pinheiro Dias. São Paulo: Boitempo, 2019. DALTON, Paula. Retratos Brasileiros. MASP: São Paulo, 2022. DELEUZE, Gilles. ; GUATARRIi, F. Mil Platôs. Tradução: Ana Lúcia de Oliveira e Lúcia Cláudia Leão. São Paulo: Ed. 34, 1995. EVARISTO, Conceição. Poemas da recordação e outros movimentos. Rio de Janeiro: Malê. 2021. FEDERICI, Silvia. O calibã e a bruxa. Tradução Coletivo Sicorax. São Paulo: Editora Elefante, 2017. ___________. O ponto zero da revolução. Tradução Coletivo Sicorax. São Paulo: Editora Elefante, 2019. FRASER, Nancy. Contradições entre capital e cuidado. Tradução: José Ivan Rodrigues de Sousa Filho. Princípios: Revista de Filosofia, Natal, v. 27, n. 53, maio - ago. 2020. FREYRE, Gilberto. Casa-grande e senzala. Lisboa: Livros do Brasil, 1957. GONZALEZ, Lélia. Por um feminismo afrolatinoamericano: ensaios, intervenções e diálogos. Organização: Flávia Rios e Márcia Lima. Rio de Janeiro: Zahar. 2020. GRAMSCI, Antonio. Cadernos do cárcere, volume 4. Edição e tradução Carlos Nelson Coutinho. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001. HARAWAY, Donna; Kunzru, Hari & Tadeu, Tomaz, Antropologia do ciborgue: As vertigens do pós-humano, Belo Horizonte, Autêntica, 2009, 2a ed. HIRATA, H. Travail productif, travail de care, in Actuel Marx, dossier Reproduction Sociale, n° 70, p. 62-76. 2021. (Tradução provisória: Maira Abreu e Lettícia Leite) ____________Gênero, classe e raça : interseccionalidade e consubstancialidade das relações sociais, in Tempo Social, V.26, n° nov., p.61-74. HOOKS, Bell. O feminismo é para todo mundo: políticas arrebatadoras. Tradução Bhuvi Libanio. 15° edição. Rio de Janeiro: Rosa dos tempos, 2021. ___________. E eu não sou uma mulher? mulheres negras e o feminismo. Tradução Bhuvi Libanio. 9° edição. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 2021. ___________. Teoria Feminista: da margem ao centro. Tradução: Rainer Patriota. São Paulo: Perspectiva, 2019. KILOMBA, Grada. Memórias da plantação: episódios de racismo cotidiano. Tradução: Jess Oliveira. Rio de Janeiro: Cobogó, 2019. MBEMBE, Achille. Necropolítica: biopoder, soberania, estado de exceção, política da morte. Tradução de Renata Santini. São Paulo: N-1 Edições, 2018. PARADIS, Clarisse Goulart; SARMENTO, Rayza. A “PEC das domésticas” e os enquadramentos midiáticos sobre o trabalho de mulheres. Revista Sociedade e Cultura., Goiânia, v. 19, n. 2, p. 83-94, jul./dez. 2016. PERNIOLA, Mario. Do Sentir. Lisboa: Editorial Presença, 1993. PINHEIRO, L.,TOKARSKI, R., POSTHUMA, A (2021) Entre relações de cuidado e vivências de vulnerabilidade. Dilemas e desafios,para o trabalho doméstico e de cuidados remunerado no Brasil, IPEA/OIT. PRECIADO, Paul B. Manifesto contrassexual: práticas subversivas de identidade sexual. Tradução Maria Paula Gurgel Ribeiro. São Paulo: n-1 edições. 2014. __________________. Testo Junkie: sexo, drogas e biopolítica na era farmacopornográfica. Tradução: Maria Paula Gurgel Ribeiro. São Paulo: n-1 edições. 2018. SAFFIOTI, Heleieth. A mulher na sociedade de classes: mito e realidade. São Paulo: Livraria Quatro Artes Editora, 1969. SANTOS, Clécio Cardoso. “Tem gente que nem entende o que a gente está fazendo, ainda”: A emergência do ativismo digital antirracista no Brasil / Clécio Cardoso Santos. – Rio de Janeiro: UFRJ/COPPE, 2022. SEGATO, Rita. Crítica da colonialidade em oito ensaios. Tradução: Danielli Jatobá e Danú Gontijo. Rio de Janeiro: Bazar do tempo. 2021. SINGER, André. Classes e ideologias cruzadas. Revista Novos Estudos. São Paulo. 2013. SOUZA, Jessé. A elite do atraso: da escravidão à Lava Jato. Rio de Janeiro: Leya, 2017. SPIVAK, Gayatri C. Pode o subalterno falar? Tradução Sandra Almeida, Marcos Feitosa e André Feitosa. Minas Gerais: Editora UFMG, 2010. |
||||
Carga Horária: |
8 horas |
||||
Tipo: | Obrigatória | ||||
Vagas oferecidas: | 150 | ||||
Ministrantes: |
Manuela de Souza de Almeida Leite |
![]() |
Créditos © 1999 - 2025 - Superintendência de Tecnologia da Informação/USP |