132415 - Introdução à Psicofarmacologia Clínica 2025 |
Período da turma: | 05/05/2025 a 23/06/2025
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Descrição: | Desde tempos imemoriais sabe-se que substâncias químicas introduzidas no organismo podem modificar estados psíquicos. Álcool, ópio, haxixe, cocaína e alucinógenos foram amplamente utilizados pelas mais diversas civilizações, associados as práticas de cura, de união com os deuses e com o sagrado, de revelações e puramente hedonistas.
Em 1860, o químico alemão Albert Nieman extraiu da folha de coca seu alcaloide, a cocaína, que foi comercializada 20 anos depois, e seus efeitos terapêuticos como estimulante e no tratamento da dependência a morfina foram sugeridos. Em seguida foi utilizada nas patologias psiquiátricas mais diversas, como para combater a histeria, a hipocondria, os distúrbios da melancolia e o estupor. Todavia, somente na década de 1950 o uso de fármacos com eficácia no tratamento psiquiátrico foi comprovado dando início a moderna Psicofarmacologia. A introdução da Clorpromazina por Delay e Denicker em 1952 foi o início da moderna Psicofarmacologia e o marco de uma revolução na terapêutica psiquiátrica que acabou por afetar o conjunto das ciências e a visão que o Homem tem de si mesmo. Em 1960, com a introdução do clordiazepóxido iniciava-se a era dos benzodiazepínicos que vieram a substituir, com grandes vantagens, os barbitúricos no tratamento farmacológico dos estados de ansiedade. Na década de 70 ocorreu a difusão do uso de sais de lítio e de medicações inicialmente utilizadas na epilepsia (carbamazepina e ácido valpróico) como estabilizadores do humor. Nos anos 80 foram introduzidos na terapêutica os neurolépticos chamados atípicos e uma nova classe de antidepressivos, os ISRS (inibidores seletivos da recaptação de serotonina). Nos anos 90 proliferaram os ISRS e foram lançados os IRSN (inibidores de recaptação de serotonina e noradrenalina) e os ISRN (inibidores seletivos de recaptação da noradrenalina). O uso de fármacos no tratamento de distúrbios psiquiátricos tem se tornado mais preciso com a evolução e precisão dos diagnósticos clínicos e o progresso da Farmacogenômica. Também, o conhecimento dos mecanismos moleculares envolvidos nas ações dos psicotrópicos tem contribuído para o entendimento das bases neuroquímicas destes distúrbios, o que levou a criação das disciplinas de Biologia Psiquiátrica e Psicofarmacologia O curso atual foi desenvolvido para estudantes e profissionais das áreas da saúde e humanidades, visando uma introdução aos mecanismos de ação dos fármacos em função das atuais teorias neurobiológicas das doenças e distúrbios psiquiátricos. Referências bibliográficas: Introdução a Psicofarmacologia Clínica -Aizenstein, M.L.- Introdução a Psicofarmacologia Clínica, 2ª edição, Clube de Autores, São Paulo, 2019. -Brunton, L. et al. - In: Goodman &; Gilman Manual de Farmacologia e Terapêutica, Artmed, Porto Alegre, 2010. -Ferreira, P.E.M.; Martinib, R.K.- Cocaína: lendas, história e abuso. Rev. Bras.Psiquiatr., 23(2):96-9, 2001. -Fountoulakis ,K.N. & Tohen,M.-Interpreting the findings of a meta-analysis of psicosocial intervention on bipolar disorder. JAMA Psychiatry 78:447-448, 2021. -Geffen, J. et al. – Treatment of adult ADHD: A clinical perspective. Therapeutic Advances in Psychopharmacology 8:25, 2018. -Graeff, F.G. & Guimarães F.S.- Fundamentos da Psicofarmacologia 2ª edição. Atheneu, São Paulo, 2012. -Khaderi, S.A. Alcohol and Alcoholism. Clin Liver Dis 23: 1–10, 2019 https://doi.org/10.1016/j.cld.2018.09.009. -Moncrieff J. et al. – The serotonin theory of depression: a systematic umbrella review of the evidence. Molecular Psychiatry 28:3243-3256,2023. -Zuardi, A.W. History of cannabis as a medicine: a review. Rev. Bras. Psiquiatr. 28(2):153-7, 2006. |
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Carga Horária: |
32 horas |
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Tipo: | Obrigatória | ||||
Vagas oferecidas: | 200 | ||||
Ministrantes: |
Moacyr Luiz Aizenstein |
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