131997 - Cursos de verão da FFLCH 2025 - O horror nosso de cada dia: a literatura de horror latinoamericana produzida por mulheres |
Período da turma: | 11/02/2025 a 20/02/2025
|
||||
|
|||||
Descrição: | Aula 1 (11/02/2025) - A morte disfarçada de amor: o feminicídio consumado na obra “Venha ver o pôr do sol”, de Lygia Fagundes Telles.
Na aula inaugural, pretende-se, além de discutir as imbricações do gênero horror/terror na literatura de autoria feminina contemporânea, pensar nessa forma literária como expressão possível para a representação de uma realidade violenta que acomete as mulheres. Dessa forma, a intenção é mostrar como Lygia Fagundes Telles se vale de razões estéticas bem definidas, como gênero, identidade, subjetividade e explora, no conto “Venha Ver o Pôr do Sol”, o horror de maneira psicológica e sutil ao retratar um caso de feminicídio, criando, assim, uma atmosfera de suspense que evolui para o terror existencial. Referências: FREITAS, Sérgio Luiz Ferreira de. “A compreensão da literatura gótica na história da literatura brasileira e as bases para sua reavaliação”. Muitas Vozes, v. 7, n. 2, p. 467–486, 14 mar. 2019. GOMES, Carlos Magno. “Literatura e performances políticas sobre a violência contra a mulher”. Pontos de Interrogação, v. 7, n. 2, p. 107-119, jul./dez., 2017. Disponível em: 143https://www.revistas.uneb.br/index.php/pontosdeint/article/view/4498. Acesso: 29 out 2024. MORAES, Paulo Eduardo Benites de, & SOUZA, Maria Alice Sabaini de. (2021). “A escrita do feminino: assédio e feminicídio no conto Venha ver o pôr-do-sol, de Lygia Fagundes Telles.” Revista Criação & Crítica, v. 29, 121-144. Disponível em: https://doi.org/10.11606/issn.1984-1124.i29p121-144. Acesso em 29 out 2024. SAFFIOTI, Heleieth I. B. “Já se mete a colher em briga de marido e mulher”. São Paulo em perspectiva. São Paulo v.13, n. 4, Oct./Dec. 1999. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-88391999000400009&script=sci_arttext. Acesso: 30 out 2024. TELLES, Lygia Fagundes. “Venha ver o pôr-do-sol”. In: FERNANDES, Rinaldo de. Contos Cruéis: as narrativas mais violentas da literatura brasileira. São Paulo: Geração editorial, 2006. TODOROV, Tzvetan. Introdução à literatura fantástica. São Paulo: Editora Perspectiva, 2010. Aula 2 (13/02/2025) - Estupro e psicose coletiva: o caso de “El hombre del túnel túnel” (1963), de Armonia Somers. A partir do conto da autora uruguaia, nesta aula se refletirá sobre a tradição da escrita de mulheres no gênero horror latino-americano. Serão aprofundados os elementos considerados inerentes ao gênero e sua estética, além de explorar as inovações no estilo e na temática da autora. Com a finalidade de estabelecer diálogos com a história uruguaia, abordaremos as influências anarquistas da autora, o classismo e os preconceitos que dali derivam. Também serão traçadas rupturas e continuidades com outras narrativas contemporâneas, e analisaremos a incidência do mercado literário e/ou editorial na recepção da obra. Referências: Casanova Vizcaíno, S. El gótico transmigrado: narrativa puertorriqueña de horror, misterio y terror en el siglo XXI. Buenos Aires: Corregidor, 2020. DALMAGRO, María Cristina. Desde los umbrales de la memoria. Ficción autobiográfica en Armonía Somers. Montevideo: Biblioteca Nacional, 2009. LOPEZ-ABADIA LAYA, Anamaria, "La tentación del abismo en Armonía Somers: entre el expresionismo de vanguardia y el gótico postmoderno". 2014. 226f. Tese (Doutorado em filosofia) - Universidade Federal da Flórida. Miami, 2014. Disponível em: https://digitalcommons.fiu.edu/etd/1662/ Acesso em 30 out 2024. MARTÍNEZ, Noelia M. “Los cuentos de Armonía Somers: una poética del derrumbamiento”. Revista Cahiers de LIRICO, n. 5, p. 125-141, 2010. Disponível em: https://journals.openedition.org/cahierslirico/403 Acesso em 29 out 2024. ROMANO HURTADO, Berenice (Coord.). Neogótico latinoamericano en la literatura escrita por mujeres: estudios críticos de obras representativas del siglo XXI. México: Editora Nómada, 2023. SOMERS, Armonía. Cuentos completos. Madrid: Páginas de Espuma, 2021. ZANETTI, S. E. “El arte de narrar en los cuentos de Armonía Somers”. Revista Orbis Tertius, V. 8, n.9, p. 1-13, 2002-2003. Disponível em: https://www.efyc.fahce.unlp.edu.ar/index.php/OT/article/view/OTv08n09d01 Acesso em 31 out 2024. 1-13. Aula 3 (18/02/2025) - O corpo feminino e o monstro: o abjeto e o contágio no conto “Fim de Curso”, de Mariana Enríquez A terceira aula será dedicada a explorar a figura do monstro na literatura de horror, com foco no conto “Fim de Curso”, buscando discutir a percepção de monstruosidade e sua relação com o corpo. Serão analisadas as características e transformações do personagem monstruoso ao longo do tempo enquanto representações de medos e ansiedades culturais, assim como o conceito de abjeção proposto pela filósofa Julia Kristeva. Assim, busca-se discutir como estes conceitos permeiam a narrativa para corroborar na atmosfera horrorífica do conto. Referências: BUTLER, Judith P. Problemas de gênero. Feminismo e subversão da identidade. 19ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2020. CARROLL, Noël. A filosofia do horror ou Paradoxos do coração. Tradução de Roberto Leal Ferreira. Campinas: Papirus, 1999. ENRÍQUEZ, Mariana. Fim de Curso. In:________. As coisas que perdemos no fogo. 1ª ed. Tradução: José Geraldo Couto. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2017. E-book ePub. COHEN, Jeffrey Jerome. A cultura dos monstros: sete teses. In: Pedagogia dos monstros: os prazeres e os perigos da confusão de fronteiras. Tradução de Tomaz Tadeu da Silva. Belo Horizonte: Autêntica, 2000. KRISTEVA, Julia. Powers of Horror: An Essay on Abjection. Nova York: Columbia University Press, 1982. Aula 4 (20/02/2025) - O sangue andino: as múltiplas violações do corpo adolescente em “Sangre coagulada”, de Mónica Ojeda Nesta aula, o curso abordará uma das vertentes da literatura de terror equatoriano, o “gótico andino". Em um primeiro momento, apresentar-se-á aos alunos os principais traços desse gênero, como a referência aos mitos e elementos sobrenaturais andinos, a paisagem formada pelas montanhas e vulcões, e as sensações decorrentes dela, e, por último, as suas conexões com um dos principais problemas contemporâneos da América Latina, a violência contra as mulheres. No segundo momento da aula, analisar-se-á o conto “Sangre coagulada”, da escritora Mónica Ojeda, a partir de temas como o estupro, a adolescência, a automutilação e a bruxaria. Referências: BOLOGNESI, Sara. La a-moralidad femenina en Mandíbula, de Mónica Ojeda: un diálogo entre la literatura y el psicoanálisis. Anales de literatura hispanoamericana, vol. 51, 2022, p. 299-307. Disponível em: https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=8884948. Acesso em 31 de out. de 2024. _____. Lo primitivo que nos habita: la narrativa pornoerótica de Mónica Ojeda. 2020.105f. Dissertação (Mestrado em literatura). Universidad Autónoma de Madrid. Madrid. 2020. Disponível em: https://www.academia.edu/82647261/Lo_primitivo_que_nos_habita_la_narrativa_pornoer%C3%B3tica_de_M%C3%B3nica_Ojeda. Acesso em 31 de out. de 2024. LEONARDO-LOAYZA, Richard Angelo. Lo gótico andino en Las voladoras (2020) de Mónica Ojeda. Brumal, vol. 10, n. 1, p. 77-97, 2022. Disponível em: https://revistes.uab.cat/brumal/article/view/v10-n1-leonardo-loayza. Acesso em 31 de out. de 2024. OJEDA, Mónica. Sangre coagulada. In: _______. Las voladoras. Madrid: Páginas de Espuma, 2023, p. 17-31. |
||||
Carga Horária: |
8 horas |
||||
Tipo: | Obrigatória | ||||
Vagas oferecidas: | 80 | ||||
Ministrantes: |
Ana Beatriz Machado da Silva Domingues Giulia Tofanini de Souza Nadia Ayelen Medail Olívia Dias Queiros |
![]() |
Créditos © 1999 - 2025 - Superintendência de Tecnologia da Informação/USP |