Atividade

130281 - Núcleo de Estudos em Epilepsia e Cuidados Paliativos

Período da turma: 15/10/2024 a 03/12/2024

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Descrição: Detalhamento
Carga horária: 8h

O Núcleo de Estudos em Epilepsia e Cuidados Paliativos abordará os seguintes temas:
• Epilepsia: A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece a epilepsia como uma grande preocupação de saúde pública. A epilepsia ocorre devido à hiperexcitabilidade e a um desequilíbrio entre excitação e inibição dos neurônios, levando a crises convulsivas. Segundo a OMS, cerca de cinquenta milhões de pessoas em todo o mundo são afetadas pela epilepsia, tornando-a uma das doenças neurológicas mais comuns globalmente. A epilepsia é um transtorno neurológico caracterizado por crises convulsivas recorrentes causadas por um aumento súbito na atividade elétrica do cérebro. Isso ocorre devido a descargas neuronais anormais ou hiperexcitabilidade dos neurônios com sincronia. No entanto, a frequência dessas crises varia para diferentes pessoas. A epilepsia se caracteriza como um transtorno neuronal multifatorial. As crises epilépticas são movimentos anormais, espasmódicos ou tremores no corpo devido à atividade neuronal anormal e podem resultar em danos ao cérebro ou outras partes do corpo. Mesmo uma única crise pode causar mudanças no desenvolvimento neural e levar a alterações comportamentais e cognitivas. As crises epilépticas apresentam características clínicas adversas. Essas crises têm um impacto negativo na vida dos pacientes, especialmente naqueles que têm recorrências frequentes. As crises epilépticas causam alterações emocionais, comportamentais e neurológicas.
• Epilepsia farmacorresistente: Em países onde o diagnóstico e o tratamento adequados estão disponíveis, 30-40% das pessoas com epilepsia apresentam crises que não são controladas por medicamentos, o que representa 80% do custo da epilepsia nos Estados Unidos. Portanto, a epilepsia medicamente refratária é uma grande preocupação de saúde, não apenas para os pacientes e suas famílias, mas para a sociedade como um todo. Os objetivos do tratamento da epilepsia são ausência de crises e ausência de efeitos colaterais, o mais rápido possível. Intervenções eficazes precoces oferecem a melhor oportunidade para prevenir as consequências psicológicas e sociais adversas das crises recorrentes, déficits progressivos que levam a incapacidades irreversíveis e morte prematura. Em particular, crises que interferem na escola, no trabalho e nas relações interpessoais durante a adolescência e o início da idade adulta impedem a aquisição de habilidades vocacionais e sociais necessárias para viver de forma independente. Quando os tratamentos disponíveis com potencial para eliminar crises incapacitantes são adiados (por exemplo, nos Estados Unidos, o tempo médio desde o início da epilepsia até a cirurgia é de 22 anos), os pacientes que conseguem ficar livres das crises muitas vezes não podem ser reabilitados e permanecem dependentes de suas famílias e da sociedade. A identificação precoce da epilepsia farmacorresistente e a instituição de tratamentos alternativos podem prevenir uma vida inteira de incapacidades.
• Cuidados Neuropaliativos: Estima-se que as doenças neurológicas acometam, aproximadamente, 1 bilhão de pessoas no mundo e sejam causa de uma a cada dez mortes. Muitas dessas condições são incuráveis e implicam em reduzida expectativa e qualidade de vida e maior dependência, além de estarem associadas a sintomas que predispõem ao sofrimento, o que justifica a integração dos cuidados paliativos (CP) aos usuais. No Brasil, dados recentes evidenciam que as doenças neurocríticas são responsáveis por, aproximadamente, 14% das internações em unidades de terapia intensiva (UTI), 9% das admissões relacionadas a neurocirurgias eletivas e 14% em urgência. Todavia, embora o objetivo dos cuidados intensivos seja recuperar a função orgânica de indivíduos sob risco de morte iminente e/ou em frágil condição clínica e que, potencialmente, irão beneficiar-se de intervenções terapêuticas, estima-se que 14%-20% dos pacientes críticos têmi ndicação de CP, com projeção de duplicar até 2030. Assim, embora relevante e atual, o tema ainda é pouco discutido e muito do que se conhece sobre CP neste contexto são extrapolações sobre abordagens em outras condições.


Horário 15/10/2024 - Terça-feira Descrição Responsáveis
8:00 - 8:20 Abertura CPAFF 20 anos: Reconstruindo histórias, planejando o futuro Prof. Dr. Leonardo Régis Leira Pereira
(FCFRP/USP)
8:20 - 8:40 Apresentação das pesquisas em epilepsia e cuidados paliativos no CPAFF Prof.ª Dr.ª Fabiana Rossi Varallo
(FCFRP/USP)
8:40 - 9:00 Diálogo I Prática em Cuidados Neuropaliativos: panorama atual Me. Lincoln Marques Cavalcante Santos
(FCFRP/USP)
9:00 - 9:10 Caso Clínico I Estudo de Caso
9:10 - 9:30 Gamificação:
Barreiras e facilitadores para a implantação de programa de cuidados paliativos em clínica de neurologia
9:30 - 10:00 Feedback e Encerramento


Horário 29/10/2024 - Terça- feira Descrição Responsáveis
8:00 - 9:00 Aula Expositiva II Epilepsia: abordagem diagnóstica e introdução ao tratamento Dr. Frederico Nakane Nakano (HCFMRP/USP)
9:00 - 9:10 Caso Clínico II Estudo de Caso Me. Lincoln Marques Cavalcante Santos
(FCFRP/USP)
9:10 - 9:30 Metodologia Fishbowl:
Disfunção renal e hepática em ambulatório de Epilepsia Adulto
9:30 - 10:00 Feedback e Encerramento


Horário 19/11/2024 - Terça- feira Descrição Responsáveis
8:00 - 9:00 Aula Expositiva III Epilepsia farmacorresistente: mecanismos e eventos adversos Prof. Dr. Veriano Alexandre Junior (FMRP/USP)
9:00 - 9:10 Caso Clínico III Estudo de Caso Me. Lincoln Marques Cavalcante Santos
(FCFRP/USP)
9:10 - 9:30 Técnica de Problematização:
Manejo de farmacorresistência de gestantes com Epilepsia
9:30 - 10:00 Feedback e Encerramento


Horário 03/12/2024 - Terça- feira Descrição Responsáveis
8:00 - 9:00 Aula Expositiva IV Cuidados Paliativos Pediátricos Dr.ª Leila Costa Volpon (UEHCFMRP/USP)
9:00 - 9:10 Caso Clínico IV Estudo de Caso Me. Lincoln Marques Cavalcante Santos
(FCFRP/USP)
9:10 - 9:30 Aprendizagem Baseada em Problemas:
Cuidados Neuropaliativos no contexto de vulnerabilidade social
9:30 - 10:00 Feedback e Encerramento

Metodologia

Para a realização das dinâmicas de estudo com os Casos Clínicas e melhor fixação do conteúdo, algumas técnicas de aprendizagem serão utilizadas, a saber:
• Metodologia Fishbowl
O fishbowl se caracteriza por ser uma técnica interativa e dinâmica utilizada para grupos pequenos, em que os participantes se organizam em dois círculos concêntricos. No círculo interno, os participantes discutem determinadas questões, de modo a contribuir para o desenvolvimento do tema. Por sua vez, o círculo externo é formado pelos observadores, os quais devem se organizar e ouvir ativamente (BRYANT, 2009; SUTHERLAND et al., 2012). Uma ou duas cadeiras do círculo interno ficam vazias para que os participantes observadores possam, a qualquer momento, se envolver na discussão. Para que isso funcione, um membro do círculo interno deverá sair voluntariamente quando a cadeira vazia for ocupada por outro membro, de modo a sempre deixar uma cadeira disponível, permitindo a continuidade da dinâmica.

• Metodologia da problematização
A metodologia da problematização se destaca como uma ferramenta de ensino que pode ser utilizada em momentos oportunos e fundamenta-se nas proposições de Bordenave e Pereira (1991) e nos princípios de Freire (2002). Zanotto e de Rose (2003) discutem sobre a ação de problematizar em Freire, a qual destaca que o processo de problematização enfatiza o sujeito práxico, isto é, considera o contexto social do sujeito, buscando a explicação da sua própria realidade para transformá-la a partir disso. Nessa visão, essa abordagem metodológica é dotada de capacidade para mobilizar o potencial social, político e ético do estudante.

• Aprendizagem baseada em problemas (ABP)
A ABP é centrada no discente e utiliza problemas ou situações da vida real com o propósito de estimular o desenvolvimento conceitual, procedimental e atitudinal do aluno (BOROCHOVICIUS, TORTELLA, 2014). Essa abordagem pauta-se pelos fundamentos do filósofo norte-americano John Dewey, o qual destaca que os problemas devem ser capazes de gerar dúvidas, desequilíbrios ou perturbações intelectuais, possibilitando interações ativas com o conhecimento para que o aluno desenvolva uma aprendizagem significativa (CYRINO, TORALLES-PEREIRA, 2004). Na ABP, os discentes recebem um problema que precisa ser discutido no grupo tutorial. Para isso, são traçados objetivos a serem alcançados, e os alunos devem levantar hipóteses e, posteriormente, encontrar alternativas para a resolução desse problema. Os alunos são motivados a utilizar os seus conhecimentos prévios acerca do assunto e a fazer uma busca sobre a questão levantada, a fim de discutir, sintetizar e compartilhar os conhecimentos adquiridos.

Referências
• Angus DC, Barnato AE, Linde-Zwirble WT, Weissfeld LA, Watson RS, Rickert T, Rubenfeld GD; Robert Wood Johnson Foundation ICU End-Of-Life Peer Group. Use of intensive care at the end of life in the United States: an epidemiologic study. Crit Care Med. 2004;32(3):638-43.
• Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB). UTIs brasileiras. Registro Nacional de Terapia Intensiva. Disponível em: http://www. utisbrasileiras.com.br/uti-adulto/diagnosticos-principais/
• Begley CE, Famulari M, Annegers JF, Lairson DR, Reynolds TF, Coan S, et al. The cost of epilepsy in the United States: Na estimate from population-based clinical and survey data. Epilepsia 2000;41:342-51.
• Berg AT, Langfitt J, Shinnar S, Vickrey BG, Sperling MR, Walczak T, et al. How long does it take for partial epilepsy to become intractable? Neurology 2003;60:186-90.
• Bordenave JD, Pereira AM. Estratégias de ensino aprendizagem. 12a ed. Petrópolis: Vozes; 1991.
• Borochovicius E, Tortella JCB. Aprendizagem baseada em problemas: um método de ensino-aprendizagem e suas práticas educativas. Ensaio: Aval Pol Públ Educ. 2014;22(83):263-94.
• Brizzi K, Creutzfeldt CJ. Neuropalliative care: a practical guide for the neurologist. Semin Neurol. 2018;38(5):569-75.
• Bryant L. The art of active listening. Pract Nurse. 2009;37(6):49-52.
• Creutzfeldt CJ, Kluger B, Kelly AG, Lemmon M, Hwang DY, Galifianakis NB, et al. Neuropalliative care: priorities to move the field forward. Neurology. 2018;91(5):217-26.
• Cyrino EG, Toralles-Pereira ML. Trabalhando com estratégias de ensinoaprendizado por descoberta na área da saúde: a problematização e a aprendizagem baseada em problemas. Cad Saude Publica. 2004;20(3):780-8.
• Freire P. Pedagogia da autonomia. Saberes necessários à prática educativa. 25a ed. São Paulo: Paz e Terra; 2002.
• Hesdorffer DC, Logroscino G, Benn EK, Katri N, Cascino G, Hauser WA. Estimating risk for developing epilepsy: A populationbased study in Rochester, Minnesota. Neurology 2011;76:23-7.
• Kobau R, Zahran H, Thurman DJ, Zack MM, Henry TR, Schachter SC, et al, Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Epilepsy surveillance among adults-19 states, Behavioral Risk Factor Surveillance System, 2005. MMWR Surveill Summ 2008;57:1-20.
• Mercadante S, Gregoretti C, Cortegiani A. Palliative care in intensive care units: why, where, what, who, when, how. BMC Anesthesiol. 2018;18(1):106.
• Murray CJ, Lopez AD, editors. Global Comparative Assessment in the Health Sector; Disease Burden, Expenditures, and Intervention Packages. Geneva: World Health Organization; 1994.
• Sutherland RM, Reid K, Kok D, Collins M. Teaching a fishbowl tutorial: Sink or swim? Clin Teach. 2012;9(2):80-4.
• World Health Organization (WHO). Palliative Care 2020. Available from: https://www.who.int/health-topics/palliative-care),
• Zanotto MAC, de Rose TMS. Problematizar a própria realidade: análise de uma experiência de formação contínua. Educação e Pesquisa. 2003;29(1):45-54.

Carga Horária:

8 horas
Tipo: Obrigatória
Vagas oferecidas: 30
 
Ministrantes: Fabiana Rossi Varallo
Frederico Nakane Nakano
Leila Costa Volpon
Leonardo Régis Leira Pereira
Lincoln Marques Cavalcante Santos
Veriano Alexandre Junior


 
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