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129484 - Diagnóstico:Prova de Função Pulmonar – método de exames direto

Período da turma: 03/03/2025 a 28/02/2027

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Descrição: Prova de função pulmonar, teste do sopro, prova ventilatória ou espirometria (etimologicamente do latim spirare = respirar + metrum = medida). Os nomes são muitos, mas o conceito é um só.
Podemos definir a prova de função pulmonar como uma técnica que mede o desempenho respiratório do paciente.
Quando realizado com broncodilatador, é um exame decisivo na investigação e acompanhamento da asma, principalmente em seu estágio inicial.
Isso porque o teste permite medições específicas para designar a gravidade desse e outros males respiratórios, além da avaliação sobre os efeitos de tratamentos.
Conceito de Prova de Função Pulmonar
Conceito de Prova de Função Pulmonar
Observando a etimologia da palavra espirometria, fica mais simples compreender em que consiste esse exame.
O nome vem do latim, combinando spirare (respirar) e metrum (medida). Ou seja, a prova de função pulmonar é o teste que mede o desempenho respiratório do paciente.
Criado em 1789, quando cientistas procuravam uma forma de avaliar a quantidade de oxigênio inalado na respiração, o teste do sopro é, hoje, um dos exames mais relevantes em pneumologia.
De um modo simplificado, podemos dizer que prova de função pulmonar mede a quantidade e a velocidade com a qual determinado indivíduo consegue inalar (colocar para dentro) e exalar (colocar para fora) o ar.
O aparelho que viabiliza o exame é chamado de espirômetro, e possibilita a avaliação com ou sem o uso de broncodilatador.
De qualquer forma, o teste é simples, indolor, não invasivo e raramente contraindicado.
Para que serve o exame de prova de função pulmonar?
A prova de função pulmonar serve como apoio ao diagnóstico e avaliação de doenças no aparelho respiratório, revelando se os pulmões, brônquios, traqueia e outras estruturas estão funcionando de maneira adequada.
Juntas, essas estruturas são responsáveis pela captação do ar que contém o oxigênio necessário para nutrir todas as células do organismo.
Ao medir a capacidade respiratória do paciente, o teste do sopro auxilia na detecção, evolução e análise dos resultados do tratamento de asma, bronquite, enfisema, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), fibrose e outras patologias nos pulmões.
Atletas profissionais ou pessoas que participam de competições também podem fazer o exame para se certificar de que estão aptos para o esforço físico exigido em suas atividades.
Finalidade da Prova de Função Pulmonar

Finalidade da Prova de Função Pulmonar
Como expliquei acima, o exame costuma ser solicitado para confirmar a suspeita ou avaliar a gravidade de doenças respiratórias crônicas.
Neste tópico, listo os casos que se beneficiam da realização da espirometria.
Confira as seis principais indicações:
1. Diagnóstico de doenças pulmonares, sejam congênitas ou adquiridas
2. Avaliação dos efeitos de agentes como substâncias químicas e cigarro
3. Levantamento sobre possíveis riscos em pacientes que vão passar por grandes procedimentos cirúrgicos, a fim de evitar a ocorrência de insuficiência pulmonar e outras complicações
4. Suspeita de alterações devido ao uso de alguns medicamentos por pacientes alérgicos
5. Avaliação da gravidade de doenças já diagnosticadas, como patologias cardíacas, asma, doenças neuromusculares, etc.
6. Avaliação de invalidez e deficiência pulmonar, a exemplo do enfisema.
Prova de função pulmonar com broncodilatador
Citei, no início deste artigo, que a espirometria pode ser realizada com ou sem o uso de broncodilatador – medicamento que provoca abertura dos brônquios, as ramificações na traqueia que viabilizam a condução do ar até os pulmões.
O uso da medicação serve para verificar se há mudanças na capacidade respiratória após a dilatação dos brônquios, o que sinaliza a presença de males como a asma (inflamação das vias aéreas).
Segundo diretrizes da Associação Médica Brasileira (AMB) e Conselho Federal de Medicina (CFM), testes de broncoprovocação com substâncias como metacolina, carbacol ou histamina são recomendados quando a primeira fase da espirometria tem resultado normal, porém:
• Há suspeita de asma de início recente
• Paciente tem falta de ar ou tosse crônica, sem causa aparente
• Paciente apresenta chiado ou aperto no peito repetidamente.
Como fazer a prova de função pulmonar ou espirometria

Como fazer a prova de função pulmonar ou espirometria
O primeiro passo para realizar uma prova de função pulmonar de sucesso é a orientação do paciente, que não deve ingerir bebidas estimulantes seis horas antes do exame.
Ele também deverá colaborar durante o procedimento, seguindo as recomendações do médico ou técnico de enfermagem na condução do teste.
No dia agendado, esse profissional coloca um clipe no nariz do paciente, garantindo que ele respire apenas pela boca.
Em seguida, a prova de função pulmonar se inicia.
Sua modalidade completa é dividida em duas fases:
1. Teste do sopro sem uso de medicação
2. Teste com broncodilatador.
A primeira etapa serve para documentar como está o sistema respiratório do paciente no seu ambiente tradicional.
Para isso, o paciente deve encher os pulmões por completo e assoprar no bocal do espirômetro com o máximo de força possível, mantendo o sopro por pelo menos 6 minutos.
Ao final dessa parte, é possível verificar se existe alguma restrição ao fluxo aéreo, tanto na entrada quanto na saída de ar dos pulmões.
Dependendo do resultado e suspeita clínica, será feita uma segunda etapa, na qual é administrado o broncodilatador, inalado com a ajuda de uma bombinha.
Depois de alguns minutos, o paciente sopra novamente no bocal, o que pode resultar em diferenças quanto ao exame inicial.
Na interpretação do teste, o pneumologista constata se houve mudança no resultado com o uso do broncodilatador, o que significa que o paciente tem uma doença pulmonar que só aparece com teste medicamentoso.
Prova de função pulmonar: volumes e capacidades pulmonares
Após a realização do exame, o espirômetro produz gráficos a partir de dados sobre a capacidade de funcionamento dos pulmões e os volumes de ar expirados.
Esses gráficos serão comparados aos valores de referência e interpretados posteriormente, fundamentando o laudo médico da prova de função pulmonar.
Conheça, a seguir, as principais medidas obtidas através da espirometria:
• Capacidade vital (CV) – descreve o maior volume de ar registrado durante a expiração
• Capacidade vital forçada expiratória (CVF) – maior volume de ar exalado com esforço pelo paciente
• Volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) – medida do volume de ar no primeiro segundo da manobra de CVF
• Pico de Fluxo Expiratório (PFE) – máximo fluxo de ar durante a CVF.
Resultados da Prova de Função Pulmonar

Resultados da Prova de Função Pulmonar
Conforme determina o CFM, o teste pode ser realizado por um técnico em enfermagem após treinamento, mas apenas pneumologistas qualificados podem elaborar o laudo médico.
Partindo da análise dos dados da espirometria, suspeita clínica e histórico do paciente, esse especialista poderá apontar cinco resultados diferentes no laudo.
Trago detalhes sobre cada um deles agora.
1. Exame normal
Neste caso, o paciente não apresenta restrição no fluxo de ar que entra e sai dos pulmões.
Significa que ele não tem asma e nem alterações no parênquima pulmonar devido a poluentes.
2. Distúrbio ventilatório obstrutivo (leve, moderado ou grave)
Esse é o caso típico de asmáticos com manifestação variável da doença.
Como a classificação sugere, a restrição ao fluxo de ar que sai dos pulmões pode ser leve, moderada ou grave.
Independentemente da gravidade do distúrbio, os pacientes devem receber tratamento imediato, prevenindo que os sintomas se agravem.
O tratamento engloba mudança nos hábitos e na rotina, evitando o uso de tapetes, cortinas e outros utensílios domésticos capazes de acumular ácaros e provocar crises, além de medicamentos broncodilatadores de forma permanente.
3. Distúrbio ventilatório restritivo (leve, moderado ou grave)
Ocorre quando há restrição da entrada de ar nos pulmões, normalmente causada por poluentes que afetam as vias respiratórias.
4. Distúrbio ventilatório misto
Indica a presença simultânea de anormalidade obstrutiva e restritiva.
Em geral, é fruto de um somatório de asma e poluentes, afetando tanto a entrada quanto a saída de ar dos pulmões.
5. Exame inespecífico
Resulta de anormalidade ventilatória sem elementos que permitam distinguir claramente obstrução ou restrição, ou seja, há dúvidas se o problema está na entrada ou saída de ar dos pulmões.
Nesse caso, é recomendado acompanhamento específico de um pneumologista para aprofundar os exames e investigar a real situação de saúde.
Riscos da Prova de Função Pulmonar
Riscos da Prova de Função Pulmonar
O teste envolve poucos riscos, podendo ser feito até em crianças e pacientes asmáticos.
No entanto, é importante investigar possíveis sangramentos e infecções pulmonares antes do procedimento, pois interferem no resultado do exame mesmo depois de curados.
Também é preciso estar atento a crises agudas de falta de ar, que podem levar a complicações graves, sobrecarregando os pulmões e o coração.
Esses eventos, todavia, são bastante raros e costumam acontecer somente quando há uso de broncodilatador em pacientes sensíveis.
Durante a prova de função pulmonar completa, é comum a sensação de taquicardia, provocada pelo uso desse medicamento.
Isso porque o broncodilatador expande os canais por onde o ar passa, exigindo mais dos pulmões e, por consequência, eleva os batimentos cardíacos por algumas horas.
Apesar de desagradável para algumas pessoas, a palpitação sentida não representa risco aumentado, nem contraindica a espirometria completa.
As 7 contraindicações para realizar espirometria
Há situações em que o exame implica em maiores riscos ao paciente, e não deve ser realizado.
Observe, abaixo, em quais casos a espirometria não é recomendada:
1. Infecções respiratórias ativas ou recentes, como pneumonia, resfriado ou gripe
2. Dor torácica que interfira na respiração
3. Infarto do miocárdio ou angina recente
4. Aneurisma de aorta
5. Descolamento de retina ou cirurgia ocular recente
6. Tosse com sangue (hemoptise)
7. Respiração por traqueostomia.
Como funciona a emissão de laudo a distância na prova de função pulmonar?
O laudo a distância para a espirometria é um dos serviços prestados por empresas de telemedicina no Brasil, a partir de uma plataforma acessível pela internet.
Conforme expliquei antes, o CFM permite que técnicos capacitados conduzam o exame, desde que recebam treinamento prévio.
Esses profissionais realizam a prova de função pulmonar com um espirômetro digital, que envia os registros do teste a um computador com software integrado.
O programa converte os dados recebidos em arquivos digitais, que podem ser observados no computador.
Em seguida, o técnico se loga no portal de telemedicina e compartilha os resultados da espirometria.
Assim que os dados ficam disponíveis no sistema, os pneumologistas de plantão iniciam sua análise e interpretação de acordo com a suspeita clínica.
Por fim, eles compõem o laudo médico, liberando-o na plataforma para impressão, arquivamento ou envio ao médico solicitante.
Esse processo dura apenas alguns minutos.
Referências Bibliográficas
Testes de Função Pulmonar – Projeto Diretrizes – Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.
Resolução CFM Nº 1.821/07 – Aprova as normas técnicas concernentes à digitalização e uso dos sistemas informatizados para a guarda e manuseio dos documentos dos prontuários dos pacientes.
Manual de Certificação para Sistemas de Registro Eletrônico em Saúde – Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS).
SBPT esclarece aspectos legais sobre laudos de espirometria. 2019.

Carga Horária:

100 horas
Tipo: Obrigatória
Vagas oferecidas: 11
 
Ministrantes: Rosana Camara Agondi


 
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