Atividade

127433 - Territórios Corais: voz, corpo, espaço, percepção e invenção musical

Período da turma: 21/02/2026 a 27/06/2026

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Descrição: EMENTA
Esta disciplina propõe a experiência musical em coro como caminho para a descoberta, a redescoberta e o aprofundamento de nossa articulação de pensamento sobre as essências da música e seus grandes princípios de funcionamento, para aprender a planejar, realizar e avaliar ações que visem levantar e desenvolver questões de educação musical no cotidiano da sala de aula. Entendemos aqui a palavra coro como um coletivo de pessoas que se articula para construir ações musicais em conjunto, em um tempo-espaço determinado.
Daremos atenção a ações que estejam ao nosso alcance imediato realizar, e adequadas à infinita rede de variáveis de nosso educandos e de nós próprios, educadores. Precisamos aprender a fazer esse diagnóstico para elaborar nossa proposta de ação musical a partir da consciência e articulação dos nossos próprios saberes musicais.
A realização desse diagnóstico está intimamente ligada ao conhecimento e manejo dos princípios de funcionamento da linguagem musical, princípios estes que podem ser investigados e aprendidos a partir da experiência musical individual e prosseguindo pela experiência coral. Está ligada também à compreensão de que existem muitas educações musicais diferentes, que se inter-relacionam; o que significa que devemos dar atenção a cada experiência - não a modelos - e exercitar a curiosidade de conhecer novas propostas.
Nosso trabalho estará focado em dois verbos: perceber e inventar. Aprender a inventar músicas, exercícios e jogos. E, para isso, nossas ações se ocuparão do som e do silêncio, do corpo, do espaço e do tempo – nas acepções mais amplas e variadas. Nesse contexto, nossas ações principais serão a escuta, o movimento no espaço e o cantar. Essas ações nos possibilitarão o contato com os grandes princípios do fazer musical, através da escuta, da escrita e da execução musicais.

OBJETIVOS GERAIS
1. Exercitar a reflexão e a construção conceitual a partir da prática musical em coro
2. Proporcionar ao professor a possibilidade de planejar, executar e avaliar atividades musicais corais em sala de aula, a partir de seus saberes e limites conscientes.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
1. Entrar em contato com as bases da prática musical em coro
2. Exercitar e ampliar o conceito de escuta
3. Explorar o conceito de corpo como centro da ação musical
4. Explorar o conceito de coro enquanto processo colaborativo, simultaneamente artístico e pedagógico
5. Aprender a construir ferramentas teóricas para a realização de ações musicais
6. Refletir sobre o conceito de redes musicais
7. Refletir sobre a importância das dimensões poética e afetiva da música

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
1. Educação musical como rede
Contexto, grupo, relação, multiplicidade, interação. Rede de ações: criar investigar, explorar, re-conhecer, estudar, compreender, experimentar, propor, improvisar, escutar, escolher, compor.
2. Educação musical coral
Ampliação do conceito de coro: o grupo como instância coletiva de escuta, análise, reflexão e proposição musical. Características do canto coletivo (técnicas, históricas). Levantamento de elementos do canto em coro : escuta, silêncio, voz, corpo, espaço. O corpo como centro da ação musical.
3. Reconhecendo a história de sua educação musical pessoal.
Uma pedagogia da escuta como ação e necessidade.
4. O que é repertório
Memórias de tempos, espaços e ações diversos. Exploração das dimensões poética e afetiva indissociáveis dos registros pessoais. Leitura crítica do repertório: elegendo recortes possíveis.
5. Ação coral
Aprendendo a eleger objetivos e conteúdos musicais em grupo. Construindo modos de ação musical próprios. Afinando as pessoas. Ações do eu-tu-eles-nós-vós-eles (processo colaborativo no coro): quais as ações corais possíveis, num espaço e tempo determinados. Como planejar uma ação coral em rede. Que elementos musicais e culturais levar em conta. O triângulo Escuta – Escrita – Execução: uma proposta de ação.

METODOLOGIA
Durante as aulas serão realizadas atividades de reflexão crítica (discussão no grande grupo, em grupos menores e textos individuais), realizadas a partir das seguintes propostas:
- Experiências de escuta e canto em movimento no espaço; (ampliação do repertório)
- Criação de momentos corais a partir do repertório e da improvisação; (percepção, exercício do canto e da improvisação)
- Pesquisa de repertório musical e sonoro
- Leitura de textos diversos
Essas atividades e seus resultados são tomadas como material para o levantamento de conceitos e a articulação de pensamento:
- Sobre os processos experienciados e sobre os objetos criados;
- Sobre as possibilidades didáticas de ação musical coral em classe.

SISTEMÁTICA DE AVALIAÇÃO

A avaliação será feita a partir:
- Participação nas discussões em classe;
- Cumprimento de tarefas propostas (pesquisas, leitura de textos e redação de textos);
- Entrega de monografia final (planejamento de um processo de atividade musical);
- Frequência nas aulas.


BIBLIOGRAFIA

Livros, dissertações e teses

MÚSICA
BRITO, Teca Alencar de. Koellreutter educador. S. Paulo: Peirópolis, 2001.
__________. Música na educação infantil. São Paulo: Peirópolis, 2003.
CIAVATTA, Lucas. O passo: a pulsação e o ensino-aprendizagem de ritmos. R. Janeiro: L. Ciavatta, 2003.
CINTRA, Fábio Cardozo de Mello. A musicalidade como arcabouço da cena: caminhos para uma educação musical no teatro. S. Paulo, ECA-USP, 2006. Tese de doutorado.
CUNHA, Alberto Luís da. A oficina coral como atividade de apoio ao coro amador. S. Paulo: ECA-USP, 1999. Dissertação de mestrado.
DELALANDE, François. Le son des musiques. Paris: INA- Buchet-Castel, Pierre Zech, 2001.
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HENTSCHKE, Liane; DEL BEN, Luciana. Ensino de Música: propostas para pensar e agir em sala de aula. São Paulo: Moderna, 2003.
HENTSCHKE, L.; SOUZA, J. (Orgs.) Avaliação em música: reflexões e práticas. São Paulo: Moderna, 2003.
HIKIJI, Rose Satiko Gitirana. A música e o risco: etnografia da performance de crianças e jovens participantes de um projeto social de ensino musical. S. Paulo: EDUSP, 2006.
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JACQUES-DALCROZE, Émile. Ginnastica ritmica estetica e musicale. Milano: Ulrico Hoepli, 1925.
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1999.
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ZAGONEL, Bernadete; LA CHIAMULERA, Salete M. (Orgs.). H. J. Koellreuter: introdução à estética e à composição musical contemporânea. Porto Alegre: Movimento, 1987.
ZAMPRONHA, Maria de Lourdes Sekeff. Da música: seus usos e recursos. S. Paulo: UNESP, 2002.


TEATRO

ANDRADE, Maíra Leme de. O ritmo na ação do ator. S. Paulo: ECA-USP, 2005. Dissertação de mestrado.
BOAL, Augusto. Jogos para atores e não-atores. 5a. ed. revista e ampliada. R. de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002.
CAMARGO, Roberto Gill. Som e cena. Sorocaba, SP: TCM Comunicação, 2001.
LABAN, Rudolf. Domínio do movimento. S. Paulo: Summus, 1978.
QUINTEIRO, Eudósia Acuña. Estética da voz: uma voz para o ator. S. Paulo: Summus, 1989.
SPOLIN, Viola. Improvisação para o teatro. S. Paulo: Perspectiva, 1982.
__________. Jogos Teatrais: o fichário de Viola Spolin. S. Paulo: Perspectiva, 2001.

OUTROS
Rodari, Gianni. Gramática da fantasia. S. Paulo: Summus, 1982.

ARTIGOS
GAINZA, Violeta H. de. “A improvisação musical como técnica pedagógica”. In: Cadernos de Estudo: Educação Musical. No. 1. S. Paulo - B. Horizonte: Atravez/UFMG, 1988, p. 22-29.
GLOBOKAR, Vinko. “Réagir”. In: Musique en Jeu. No. 1. Paris: Seuil, Mars 1970, p. 46-47.

Carga Horária:

20 horas
Tipo: Obrigatória
Vagas oferecidas: 60
 
Ministrantes: Fabio Cardozo de Mello Cintra


 
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