125977 - Curso de Análise de Discurso: aspectos introdutórios |
Período da turma: | 14/05/2024 a 15/05/2024
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Descrição: | EMENTA:
O Referencial teórico-metodológico da Análise de Discurso (AD) de matriz francesa está ancorado em três domínios disciplinares: na filosofia linguística, no materialismo histórico e na psicanálise. A linguística se afirma pela não-transparência da linguagem, por sua opacidade, que tem seu objetivo próprio. Isto é fundamental para a AD, que procura mostrar que a relação linguagem/pensamento/mundo não é uma relação direta, não passando diretamente de um para outro. Deste modo, a linguagem não é; a linguagem está: na história, na ideologia e na organização social de um povo. Por outro lado, a AD pressupõe o legado do materialismo histórico, ou seja, de que há um real da história de tal forma que o homem faz história, mas a história também o faz. E ainda se demarca da psicanálise pelo modo como, considerando a historicidade, trabalha a ideologia como materialmente relacionada ao inconsciente sem ser absorvida por ele (ORLANDI, 2015). Assim, o discurso é a transcrição de opiniões, das atitudes, das falas e das representações do indivíduo/sujeito denotando um recorte de determinado momento, voltados a um processo de análise dos sentidos realizado pelo pesquisador. A linguagem é fonte geradora de cenários, sendo estes constituintes do mundo social num amplo estabelecimento de relações (MINAYO, 2012). Na AD, a linguagem é entendida como um produto sócio-histórico, fruto do encontro entre estrutura e acontecimento, forma e conteúdo. Desta maneira, os sentidos das palavras são construídos socialmente em um dado momento histórico, deixando de ser entendidos como fixos, estáveis ou transparentes, ocupando o patamar de processo e não um produto acabado (MARQUES, 2007). Desta forma, o discurso é considerado como a análise do sentido dimensional no tempo e no espaço das práticas do homem, descentralizando a noção do sujeito e relativizando a autonomia da linguística. É a língua em curso, em movimento. Trata-se de uma ciência descritiva e analítico-reflexiva, pautada na subjetividade, que visa a compreensão de como um objeto simbólico produz sentidos, como ele está investido de significância para e por sujeitos. Trata-se da relação língua – discurso –ideologia. (ORLANDI, 2015). Este curso irá se debruçar sobre esse Referencial e seu uso enquanto dispositivo analítico. CONTEÚDO E CRONOGRAMA: 14/05/24 - 8h às 12h Importância da pesquisa qualitativa na saúde; Condições de produção amplas e restritas: Aplicação na pesquisa em saúde. Profa. Jaqueline Ballestero Prof. Pedro Palha Prof. Fernando Mitano 15/05/24 - 8h às 12h Formação discursiva e interdiscurso; Publicação de pesquisa qualitativa: perspectivas e limitações; Profa. Jaqueline Ballestero Prof. Pedro Palha Prof. Fernando Mitano REFERÊNCIAS: BRANDÃO, H.H.N. Introdução a Analise do Discurso. 3.ed.rev. Campinas, SP: Editora da UNICAMP, 2012. CARNEIRO, E.A. O discurso fundador do Acre: heroísmo e patriotismo no último oeste, 2008. Dissertação (Mestrado em Letras – Linguagem e Identidade) – Departamento de letras da Universidade Federal do acre, Rio Branco, 2008. CAZARIN, E.A. Gestos interpretativos na configuração metodológica de uma FD. Organon, Porto Alegre, v. 24, n. 48, 2010. CHARAUDEAU, P. O discurso político. São Paulo, SP: Editora Contexto, 2013. FONTANILLE, J. Semiótica do discurso. São Paulo, SP: Contexto, 2011. FOUCAULT, M. Microfísica do poder. Rio de Janeiro, RJ: Edições Graal, 2005. FOUCAULT, M. Arqueologia do saber. Rio de Janeiro, RJ: Forense Universitária, 2008. FREUD, S. O inconsciente. Librosenred, 2005. LACAN, J. O seminário – livro 11. Os quatro conceitos fundamentais da psicanálise. Versao de M.D. magno. Rio de Janeiro, RJ: Zahar, 1979. MINAYO, Maria Cecília de Souza. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 13. ed., São Paulo: Hucitec, 2012. ORLANDI, E.P. Análise de discurso: princípios e procedimentos. Campinas, SP: Pontes; 2015. ORLANDI, E.P. A linguagem e seu funcionamento – As formas de discurso. Campinas, SP: Pontes; 2006. ORLANDI, E.P. As formas de silenciamento. Campinas, SP: Pontes; 2007. ORTIZ, E.M. Né/não é? – Uma abordagem discursiva. Organon, Porto Alegre, v.9, n. 23, p. 155-162, 1995. PÊCHEUX, M. Semântica e discurso: uma crítica à afirmação do óbvio. Campinas: Editora da UNICAMP, 2009. PÊCHEUX, M. Análise do Discurso. Campinas: Editora Pontes, 2014. SOUZA, K.M.J.; SÁ, L.D.; SILVA, L.M.C.; PALHA, P.F. Atuação da Enfermagem na transferência da política do tratamento diretamente observado da tuberculose. Rev Esc Enferm USP, v.48, n.5, 874-82, 2014. |
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Carga Horária: |
8 horas |
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Tipo: | Obrigatória | ||||
Vagas oferecidas: | 30 | ||||
Ministrantes: |
Fernando Mitano Jaqueline Garcia de Almeida Ballestero Pedro Fredemir Palha |
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