Atividade

125358 - Palestra: Relato de experiência de uma educação antirracista na infância

Data da turma: 18/07/2024

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Descrição: Sinopse: O objetivo da atividade é compartilhar relatos de experiências com projetos que abordam uma educação antirracista, valorizando o respeito, a equidade, representatividade e ancestralidade. Esses projetos vêm de encontro aos princípios dos Direitos Humanos.
Começaremos pela apresentação das ministrantes e seus currículos.
Uma dinâmica do “menininho” com a entrega do texto, fazer a leitura e reflexões, como o professor que não pensa em suas práticas, podem ocultar até destruir o protagonismo dos alunos.
Apresentação do projeto Étnico racial no lúdico do CEI, projeto A Representatividade resignificando o brincar na educação infantil, projeto Trança e História.
Esses projetos conversam entre si, assim vamos apresentá-los através de PowerPoint, compartilhando e mostrando a sua importância para a construção de uma educação antirracista.
Serão expostos para a apreciação todos os materiais utilizados nos projetos, tais como bonecos, livros etc. Serão compartilhadas bibliografias que contemplem os temas.
Abertura para perguntas e discussões.
O objetivo geral é compartilhar as ideias, já que o racismo é um assunto de extrema urgência de ser tratado e com certeza deve ser iniciado desde a base que é a educação infantil.
Segue uma prévia dos projetos:
Projeto Étnico Racial no Lúdico do CEI
Publico alvo: crianças de 1 ano a 4 anos e famílias
Duração: 6 meses
Problemática:
Sabendo que vivemos em um mundo estruturalmente racista e com a consciência que a educação antirracista deve ser iniciada desde a primeira infância, porque é mais fácil ensinar o certo a uma criança do que tentar mudar as más atitudes de um adulto. Trabalhar conceitos de etnia e raça contra o preconceito através do brincar; Trabalhar a aceitação do outro; Envolver a família no projeto, tendo uma devolutiva; Gerar reflexões sobre as ações dentro e fora do CEI, e mostrar que é possível trabalhar assuntos que contemplem direitos humanos dentro do CEI Centro de Educação Infantil é o propósito desse projeto.
Justificativa:
Este projeto foi pensado também para contemplar a LDB Lei nº 11.645/08 onde traz as orientações do trabalho com história e cultura Afro-brasileira, o currículo da Cidade de São Paulo, o qual traz orientações sobre a educação antirracista e também na observação das professoras que verificaram a necessidade de produzir um projeto para tratar a discriminação étnica racial, através do lúdico dentro do CEI pois como educadoras de crianças bem pequenas acreditamos que é de criança que se aprende o respeito ao próximo e nada melhor para trabalhar com as crianças se não através da linguagem delas, que é o brincar. Assim, dentre outros foi desenvolvido o projeto dos bonecos negros para visitarem as casas das crianças, fazendo com que aprendam através do lúdico o autoconhecimento o conhecimento do outro, o respeito ao próximo e a si, trabalhar o convívio e as relações, a empatia, o empoderamento e a representatividade. Partindo do suposto que crianças não nascem com preconceito, o projeto vai para além dos muros do CEI, se estendendo às famílias de nossas crianças. Assim também como ponto de partida para praticarmos como educadores reflexões sobre as nossas ações no dia-a-dia.
Objetivo geral:
Trazer para o contexto da criança um brincar cheio de significados para a vida, também o projeto vem com o objetivo de trazer o contato das crianças com bonecos negros, fazer com que esse contato comece a fazer parte de sua rotina para que não cause estranhamento, comece a entender e respeitar o outro, para que as crianças negras se sintam representada com os brinquedos, e, o principal, é um projeto que envolve as famílias, contando assim com a participação e colaboração da mesma, o objetivo é trabalhar a etnia racial dentro do convívio no CEI e familiar. As famílias participam recebendo os bonecos em suas residências, e dando devolutiva através de um questionário e também fotos.
Recursos:
Bonecos de tecidos, TNT, bolsas de TNT e tecido, caderno para portfólio com sulfite coloridas pasta.
Desenvolvimento:
Foi feita a apresentação dos bonecos para as crianças onde falamos o nome “Tina” e “Pepe” e criamos uma história onde os bonecos dizem que se sentem tristes quando as crianças vão para casa, aí falam que querem ir visitar as crianças. Assim dia-a-dia os bonecos vão para a casa das crianças quando voltam perguntamos se gostaram da visita, como foi. É enviado junto com os bonecos um questionário com 3 perguntinhas e junto um número de telefone para que as famílias respondam e possam enviar fotos para ficar registrado como foi a visita.
Avaliação/culminância
Com o retorno do questionário e as fotos podemos acompanhar o desenrolar do projeto e também avaliar se está dando resultado em contemplar crianças e família, para que possam fazer reflexões sobre o significado desse projeto em suas vidas.
Produto final
Um livro de registros escrito e fotográfico
Projeto “A Representatividade resignificando o brincar na educação infantil”
Público alvo: crianças de 1 ano a 4 anos
Duração: 6 meses
Problemática:
Sabendo que vivemos em um mundo estruturalmente racista e com a consciência que a educação antirracista deve ser iniciada desde a primeira infância, reconhecendo a falta de representatividade e valorização para nossas crianças periféricas em sua maioria negras ou descendentes de negros, que a elas são oferecidos brinquedos de um mercado totalmente europeu, que não as representam, e nem nas literaturas, as quais reforçam a valorização dos brancos e a desvalorização dos negros. Por observar também a recusa de criança branca em brincar com boneca negra e até das próprias negras, pois a qualidade dos bonecos oferecidos não agradam aos olhos ou falta o costume de manusear o mesmo, assim esse projeto vem para lutar, para mudar essa triste realidade, a qual culturalmente faz perpetuar o racismo estruturado. Trazer reflexões também sobre a ação dos adultos, pois quem tem o poder de compra e oferece os brinquedos carregados de preconceito de raça e gêneros às crianças são os adultos. Então a educação começar a agir contra essa atual realidade é o propósito desse projeto.
Justificativa:
Este projeto foi pensado para contemplar a LDB Lei nº 10.639/03 e 11.645/08, onde traz as orientações do trabalho com história e cultura Afro–brasileira e indígenas, o currículo da Cidade de São Paulo o qual traz orientações sobre a educação antirracista e também na observação minha como professora que verifiquei a necessidade de produzir um projeto para tratar a discriminação étnica racial, através do lúdico dentro do CEI, pois como educadora de crianças bem pequenas acredito que é de criança que se aprende o respeito ao próximo e nada melhor para trabalhar com as crianças se não através de sua linguagem, que é o brincar. Assim, pensei em um projeto que traga a representatividade negra para dentro do CEI através dos brinquedos e literaturas fazendo com que aprendam através do lúdico, o autoconhecimento o conhecimento do outro, o respeito ao próximo e a si, trabalhar o convívio, as relações, a empatia, o empoderamento e a representatividade.
Objetivo geral:
Trabalhar conceitos de etnia e raça contra o preconceito através do brincar; Trabalhar a aceitação de si e do outro; Gerar reflexões sobre as ações dentro e fora do CEI, e mostrar que é possível trabalhar assuntos que contemplem direitos humanos dentro do CEI Centro de Educação Infantil.Trazer para o contexto da criança um brincar cheio de significados para a vida, também o projeto vem com o objetivo de trazer o contato das crianças com bonecos negros, fazer com que esse contato comece a fazer parte de sua rotina para que não cause estranhamento, comece a entender e respeitar o outro, para que as crianças negras se sintam representada com os brinquedos, e principal objetivo é trabalhar a etnia racial dentro do convívio no CEI e familiar.
Recursos:
Bonecos negros variados, livros com personagens negros variados.
Desenvolvimento:
Irei criar uma rotina de dois dias da semana para trabalhar a representatividade até o final do semestre. Nas terças-feiras teremos uma leitura com personagens negros, depois manuseios de livros com personagens negros, para que as crianças façam leitura de imagens e possam se perceber neles. Na quinta-feira irei oferecer os bonecos negros que fiz de um acervo de qualidade cada um mais bonito que o outro e temos, bonecos e bonecas, contemplando os meninos e meninas juntos tem roupas sapatos, seringas, cobertores e mamadeiras, para que brinquem a vontade. Ficarei na observação, participação e orientação desse brincar representativo.
Avaliação/culminância
Se dará através da observação contínua das atitudes e aceitação das crianças com acesso aos livros e aos bonecos, registro escrito de suas falas e registros fotográficos.
Projeto Tranças e Histórias
Professora: Márcia A. Martins
Público alvo: criança de 1 a 6 anos
Justificativa
Eu Marcia A. Martins, mulher negra periférica, mãe, estou construindo e afirmando minha identidade étnico racial, após anos convivendo com críticas e julgamentos, mudando várias vezes a textura do cabelo para me encaixar nos padrões da sociedade, resolvi que era a hora de aprender a fazer algo prazeroso e que tivesse a ver com minha personalidade, pois uso tranças há mais de 20 anos, sempre foi uma questão delicada durante minha trajetória de vida, porém a oportunidade de saber mais sobre o assunto só foi possível em 2019 durante a pandemia, aproveitei o momento de reclusão para me tornar trancista.
Uma busca que além de pessoal, também foi motivada para levar durante os eventos escolares, algo realmente significativo para as crianças, sabendo que desde muito pequenas precisam ser auxiliadas a construírem sua autoimagem positivamente, desmistificar o uso das tranças e outros modelos de penteados deixados como herança por nossos ancestrais que expressam, resistência, luta, identidade e força, pois somos lindos(as) com nossos cabelos naturais soltos, trançados, com adereços ou qualquer que seja a forma que queiramos usá-los.
Objetivo
Trazer ao conhecimento de nossa comunidade a história da trança africana e sua importância como símbolo de resistência que carregam bagagem da ancestralidade, trazer a valorização negra e a representatividade através da valorização de nossos cabelos, mostrando assim o como ele é bonito e as varias formas de tratá-los e trançá-los, buscando através da cultura afro valorizar os cabelos de nossas crianças negras periféricas, trabalhando assim uma educação antirracista e descontruindo uma cultura europeia que está enraigada em nossa sociedade. Esse projeto vai para além do muro da escola, pois me disponibilizo para fazer tranças nas comunidades e onde me convidarem sem custo nenhum, o que já ocorreu diversas vezes e foi maravilhoso.
Materiais
Cadeiras, espelhos, fitas, laços, presilhas, gel, creme, borrifadores, grampos e muito carinho
Metodologia
Oficina voluntária de trança
A metodologia e fazer uma breve explicação:
Trançar o cabelo é um momento de reunião com a mãe com a avó, é um momento “Grio” onde os mais velhos contam as história de vida, de suas ancestralidade, é um compartilhamento de cultura, de troca, de carinho, de atenção, de embelezamento, trazendo a sensação de pertencimento. Para além disso as tranças já vieram de costumes dos ancestrais africanos e aqui começaram a servir a outras prioridades da época da escravidão, onde os cabelo eram trançado como um mapa, com caminhos para os quilombos para quem ia fugir das fazendas, e também serviam para transportar sementes para serem plantadas nos quilombos, ajudando assim a serem produtores de seus sustentos. Dessa forma, a trança é um forte vínculo de ancestralidade e também de resistência e sobrevivência da nossa negritude. Dito isto começa a oficina de tranças a quem quiser trançar. Eu Márcia organizo filas e começo a trançar os cabelos tanto na minha unidade escolar como onde me convidarem se aparecer mãe trancista voluntária é sempre bem vinda.
Produto final: cabelos trançados, painel com fotos de crianças trançadas.
A avaliação é contínua, através de registros fotográficos e registro escrito.
Bilbliografias
HOLANDA, ARLENE; Todas as cores do negro. Brasília/DF: Conhecimento, 2008. PATERNO, SEMIRAMIS; A Cor da vida. Belo Horizonte/MG: Editora Lê Contexto Pessoal.
LDB, Lei no 9.394/1996 Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Brasília, 20/12/ 1996, Brasil.
LDB, Lei nº 10.639/2003 que modifica a LDB de 1996 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.639.htm Brasília, 09/01/2003, Brasil.
LDB, Lei nº 11.645/2008 modifica a LDB de 1996 e 2003 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11645.htm Brasilia, 10/03/2008, Brasil.
Declaração Universal dos Direitos Humanos https://www.unicef.org/brazil/declaracao-universal-dos-direitos-humanos
SÃO PAULO (Município). Secretaria Municipal de Educação. Diretoria de Orientação Técnica. Orientação Normativa nº 01: avaliação na educação infantil: aprimorando os olhares. São Paulo: SME/DOT, 2013.
SÃO PAULO (Município). Secretaria Municipal de Educação. Diretoria de Orientação Técnica. Indicadores de qualidade da Educação Infantil Paulistana. São Paulo: SME/DOT, 2016.
SÃO PAULO (município). Secretaria Municipal de Educação. Coordenadoria Pedagógica. Currículo da cidade: Educação Infantil. São Paulo: SME/COPED, 2019.
Materiais de orientações e apoio de SME. SP
https://educacao.sme.prefeitura.sp.gov.br/nucleo-de-educacao-etnico-racial/

Carga Horária:

2 horas
Tipo: Optativa
Vagas oferecidas: 60
 
Ministrantes: Clarice Mendes dos Santos de Almeida
Márcia Aurelia Martins


 
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