123587 - Crônicas da vida artística pariense |
Período da turma: | 05/03/2024 a 26/03/2024
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Descrição: | Programa do curso
Aula 1: Do Lapin Agile ao Bateau-Lavoir, o centro da revolução artística parisiense. Apresentação dos objetivos, programa, autores e textos que serão comentados ao longo do curso. Exposição panorâmica da abrangência e contexto que delimitam o período de produção, discussão e debates, bem como circulação das ideias e proposições artísticas ativas no período. O Bateau-Lavoir, sempre lembrado nas crônicas sobre a vida artística parisiense dos anos iniciais do século XX, foi essencial para a elaboração de uma nova visão acerca da produção artística da época. Ali se constituiu uma espécie de falanstério de artistas, fundamental para a promoção do diálogo entre práticas muito distintas: a pintura de Picasso, Gris, Modigliani, Van Dongen, Braque; a escultura de Manolo, Paco Durio, Brancusi; as ideações dos possíveis destinos das artes a partir dos escritos de Salmon, Jacob e outros frequentadores do local, como Apollinaire e Cendrars. Foi, portanto, o centro da revolução artística que culminou com a consolidação das chamadas vanguardas históricas. Aula 2: A consagração do Douanier Rousseau Figura de proa – provavelmente sem o saber – das novas direções da pintura de vanguarda francesa, Henri-Julien-Félix Rousseau, ou simplesmente o Douanier Rousseau, foi o artista emblemático da dita pintura naïf que tanto instigaria os jovens artistas do início do século XX, como Picasso, Braque, Derain e tantos outros. Pintor amador, professor de desenho e violino, Rousseau foi uma das personalidades mais cultuadas pelos artistas que viveram nos cenáculos artísticos e literários da Paris dos anos de 1910. Episódio marcante da época, o banquete organizado no Bateau-Lavoir e financiado pela escritora e mecenas Gertrude Stein ficou registrado nos anais subterrâneos da história da arte. Produzido e reproduzido em muitas crônicas sobre as artes da época, esse episódio é o centro da presente aula. Aula 3: O encontro entre André Derain e Maurice de Vlaminck e a descoberta das artes africanas. Seminal para a formação da modernidade pictórica do início do século XX, o encontro entre os dois artistas marcou época. A partir de 1901, Derain e Vlaminck passam a trabalhar juntos. Não apenas pintam lado a lado, nos arredores de Chatou, como discutem, por meio de cartas, os caminhos de sua arte, sobretudo por volta 1905, quando Vlaminck descobre, "entre uma garrafa de vermuth e picon", uma estatueta talhada em terras africanas. Em suas memórias, ele relata o episódio que será o ponto central do qual partiremos. Aula 4: Do Montmartre ao Quartier Latin, ou a batalha entre as duas margens do rio Sena. Incontornável, a passagem da movimentação artística do Montmartre ao Montparnasse e, posteriormente, ao Quartier Latin, é o ponto tratado nesta aula. A batalha das duas margens, como ficou conhecida a oposição criada a partir da mudança de muitos artistas do Montmartre para o outro lado do rio Sena, foi registrada, documentada, por muitos daqueles cronistas que foram testemunhas dessa modificação operada na geografia artística da cidade, como André Billy, Francis Carco e Guillaume Apollinaire. Nesta aula, desceremos das colinas da Butte para mostrar como se constitui o trânsito, em função da onda de novas galerias abertas na parte baixa de Paris, dos ateliers e artistas que se estabeleceram na chamada "rive droite". Referências bibliográficas APOLLINAIRE, Guillaume. Correspondance avec les artistes (1903-1918). Édition établie par L. Campa et P. Read. Paris: Gallimard, 2009. _____________________. Journal intime. Limoges: Éditions du Limon, 1991. _____________________. Le flâneur des deux rives - suivi de Contemporains pittoresques. Paris: Gallimard, 1975. _____________________. Œuvres en prose complètes. Paris: Gallimard, Bibliothèque de la Pléiade, 1993. ASSOULINE, Pierre. Grâces à lui soient rendues: Paul Durand-Ruel, le marchand des Impressionnistes. Paris: Gallimard, 2004. BILLY, André. L'époque Contemporaine, 1905-1930. Paris: Éditions Jules Tallandier, 1956. ____________. L'Époque 1900. 1885-1905. Paris: Éditions Jules Tallandier, 1951. BRETON, André. Entretiens 1913-1952. Paris: Gallimard, 1969. CARCO, Francis. L'Ami des Peintres. Genève: Éditions du Milieu du Monde, 1944. ______________. Bohème d'Artiste. Paris: Albin Michel, 2012. ______________. De Montmartre au Quartier Latin. Paris: Albin Michel, 1927. ______________. Histoires montrartroises raccontées par dix montmatrois. Paris: L'édition française illustré, 1919. _______________. Les Veillés du Lapin Agile. Paris: L'édition française illustré, 1919. CHAGALL, Marc. Ma Vie. Paris: Stock, 2003. COCTEAU, Jean. Entre Picasso et Radiguet. Paris: Hermann Éditeurs des Sciences et des Arts, 1997. COURTHION, Pierre. Montmartre. Paris/Genève: Éditions d'Art Albert Skira, 1956. DAUDET, Léon. Paris vécu. Paris: Gallimard, 1969. DÉCAUDIN, Michel. XXe. Siècle Français. Les Temps Modernes. Paris: Seghers, 1964. DELAUNAY, Robert. Du cubisme à l'art abstrait. Paris: SEVPEN, 1957. DERAIN, Lettres à Vlaminck. Paris: Flammarion, 1955. DORGELÈS, Roland. Au beau temps de la butte. Paris: Albin Michel, 1963. _______________. Bouquet de Bohème. Paris: Albin Michel, 1989. FARGUE, Leon Paul. Le Piéton de Paris. Paris : Gallimard Folio, 1982. FRANCK, Dan. Les années Montmartre - Picasso, Apollinaire, Braque et les autres. Paris: Éditions Mengès, 2006. GRIS, Juan. Écrits. Paris: La Nerthe, 2014. KAHNWIELR, Daniel Henry. Minhas galerias e meus pintores. Porto Alegre: L&PM, 1989. LEVEL, André. Souvenirs d'un collectionneur. Paris: A.C. Mazo, 1959. MAC ORLAN, Pierre. Images secrètes de Paris. Paris: René Kieffer, 1928. ________________. Montmartre - Souvenirs. Bruxelles: Éditions de Chabassol, 1946. MOLLET, Jean. Les Mémoires du Baron Mollet. Éditions Gallimard, 2008. OLIVIER, Fernande. Picasso et ses amis. Paris: Éditions Stock, 1945. RACHILDE. Alfred Jarry ou surmâle de lettres. Paris: Bernard Grasset, 1928. ROMAINS, Jules. Souvenirs et confidences d'un écrivain. Paris: Fayard, 1953. SALMON, André. Montparnasse. Paris: Arcadia Éditions, 2003. _______________ . Propos d'Atelier. Paris: Les Éditions G. Crès et Cie., 1922. _______________ . Souvenirs sans Fin. Paris: Gallimard, 3 vol. 5ª ed., 1955. SINCLAIR, Anne. 21 rue La Boétie. Paris: Grasset, 2012. VLAMINCK, Maurice. Tournant dangereux. Paris: Libraire Stock, Delamain et Boutelleau, 1929. VOLLARD, Ambroise. Souvenirs d'un marchand de tableaux. Paris: A. Michel, 1957. WARNOD, André. Bals, cafés et cabarets. Paris: Eugène Figuière Éditeur, 1913. _______________ . Ceux de la Butte. Paris: René Julliard, 1947. _______________ . L'Esprit Montmartrois. Joinville-le-Pont: Laboratoires Carlier, 1938. _______________ . Fils de Montmartre, souvenirs. Paris: A. Fayard, 1955. _______________ . Montparnasse. S.l., 1925. _______________ . Les Peintres de Montmartre: Gavarni, Toulouse-Lautrec, Utrillo. Paris: La Rennaissance du Livre, 1928. WARNOD, Jeanine. Le Bateau-Lavoir. Paris: Éditions Mayer, 1986. WILDENSTEIN, D. & SATVRIDES, Y. Marchands d'Art. Paris: Plon, 1999. WISER, Willian. Os anos loucos. Paris na década de 1920. Rio de Janeiro: José Olympio, 1993. Outras referências Filmes - Les aventuriers de l'art moderne. Série documental criada pelo jornalista e pesquisador Dan Franck. Especialista na história da belle-époque parisiense para o canal francês Arte, nessa série ele reconstitui com fidelidade os episódios artísticos mais marcantes dos decênios iniciais do século XX. |
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Carga Horária: |
12 horas |
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Tipo: | Obrigatória | ||||
Vagas oferecidas: | 150 | ||||
Ministrantes: |
Conrado Augusto Barbosa Fogagnoli |
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