Atividade

122855 - ENSINANDO COMUNIDADE: Ferramentas Educativas para o Cuidado na Saúde Mental e ao Aquilombamento

Período da turma: 19/02/2024 a 21/02/2024

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Descrição: Aula 1 – Aquilombamento
19/02/2024 – Local: EACH-USP/online (híbrido, das 8h às 12h)
Docentes: Douglas Roque Andrade, Jéssica Rocha e Bruna Candido
Objetivo da aula: Apresentar o curso, os objetivos pedagógicos, o cronograma previsto e a avaliação. Aula dialogada para entrosamento do grupo e compreensão do repertório sociocultural dos educandos.
Além disso, pautar a resistência dos povos estigmatizados e marginalizados pelo avanço da urbanização e civilização, a partir das práticas culturais, contextualizando a saúde mental e o protagonismo no território.
Tempo total: 4 horas
50 minutos Objetivo específico/estratégia: A fim de trabalhar as relações entre discentes e docentes, será proposta uma dinâmica em grupos diversificados para que todos possam se conhecer, ocupando toda a sala de aula.
Questões norteadoras: No quesito emocional, como eu chego aqui e quais são as expectativas para o curso?
1 hora e 40 minutos Objetivo específico/estratégia: Exibição do Documentário Orí, de Beatriz Nascimento.
Recursos utilizados: Audiovisuais
Intervalo: 20 minutos
1 hora e 10 minutos Objetivo específico/estratégia: Roda de conversa mediada pelos docentes sobre o Documentário Orí, de Beatriz Nascimento e apresentação dos conceitos de aquilombamento sob a perspectiva da saúde mental.
Questões norteadoras: o que é aquilombamento? como podemos utilizar deste conceito para as práticas de cultura e saúde mental?

Bibliografia Básica:
NASCIMENTO, B. do. Documentário Orí. Disponível em: https://web.facebook.com/watch/?v=677188599155700

DAVID, Emiliano de Camargo; Vincentin Maria Cristina Gonçalves. Nem crioulo doido nem negra maluca: por um aquilombamento da Reforma Psiquiátrica Brasileira. Rio de Janeiro: Saúde em Debate, v. 44, n. especial 3, p. 264-277, 2020.

CANDIDO, Bruna de Paula et al.. O quesito raça/cor no processo de cuidado em centro de atenção psicossocial infantojuvenil. São Paulo: Revista da Escola de Enfermagem da USP, n. 56, 2022. DOI: https://doi.org/10.1590/1980-220X-REEUSP-2021-0363

Complementar:
NASCIMENTO, B. do. Uma história feita por mãos negras. Rio de Janeiro: Zahar, 2021.

Coletivo Kilombrasa. Coletivo discute formas de melhorar o acesso aos serviços de saúde da Capital [online]. Disponível em : https://expresso.estadao.com.br/bairros/2023/06/12/kilombrasa-cuida-da-saude-da-populacao-negra-na-zona-norte/


Aula 2 – Saúde Mental e Territórios
20/02/2024 – Local: EACH-USP/online (híbrido, das 8h às 10h)
Docente: Bruna de Paula Candido
Objetivo da aula: abordagem do conceito de saúde mental e o território sob a perspectiva de sujeitos históricos e a produção do sentimento de pertencimento.
Tempo total: 2 horas


30 minutos Objetivo específico/estratégia: Divisão em grupos, escolha do local por consenso coletivo (podendo estar ou não na sala de aula), leitura do capítulo 10 do livro “Memórias da Plantação” (Kilomba, 2019) + audição musical “Da ponte pra cá” (Racionais MCs, 2002).
Questões norteadoras: o que deve ser observado? quais aspectos chamam a atenção?

30 minutos Objetivo específico/estratégia: Aula expositiva sobre os conceitos lidos, abordando a perspectiva de escolha dos/as sujeitos/as e o sentimento de pertencimento no território.
Questões norteadoras: qual território eu pertenço? o que faz dele o meu território?
Recursos utilizados: livro acadêmico, música de rap e espaço da universidade.


1 hora Objetivo específico/estratégia: Roda de conversa sobre o tema da aula.
Questões norteadoras: por que escolheram aquele local para ler? quais espaços se sentem pertencidos e por quê? locais que moram, trabalham e se divertem? etc.

Bibliografia Básica:
KILOMBA, Grada. Memórias da Plantação. Episódios de racismo cotidiano. Rio de Janeiro: Cobogó, 2019.
BATISTA, Luis Eduardo et al. Aspectos da territorialização do cuidado em um CAPSij: estudo seccional. Research, Society and Development, vol. 10, n. 10, 2021.
Complementar:
RACIONAIS MC’s. Da ponte pra cá. Álbum: nada como um dia após o outro dia, 2002. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Xe8DN92jtbg

Intervalo: 20 minutos

Aula 3 – Redução de Danos (RD) e o direito à cidade
20/02/2024 – Local: EACH-USP/online (híbrido, das 8h às 12h20min)
Docente: Jessica Rocha
Objetivos da aula: Problematizar o acesso e o direito à cidade a partir do contexto histórico de ocupação da cidade de São Paulo, levantar questionamentos acerca das condições de vulnerabilidade social dos e das que se encontram em situação de rua e sobre as estratégias de redução de danos emergentes neste cenário.
Tempo total: 2 horas

30 minutos Objetivos específicos/estratégias: Aula expositiva sobre o contexto de pós-Abolição no Brasil, até os dias atuais, para compreender como se deu a distribuição e ocupação do centro da cidade de São Paulo; e iremos problematizar o acesso e o direito à cidade compreendendo que esses são concedidos apenas a determinados corpos.
Questões norteadoras: como se deu o acesso e direito à cidade? para quem e quais corpos a cidade foi feita?

1 hora Objetivos específicos/estratégias: Assistiremos a alguns vídeos em que, veremos uma breve apresentação sobre a história e os conceitos da Redução de Danos enquanto uma estratégia de cuidado entre aqueles/as que se encontram em condições de vulnerabilidade social, tais como a permanência na rua e o uso compulsório de drogas.

Questões norteadoras: o que é a redução de danos? De quais maneiras é possível minimizar os danos sociais na vida de pessoas afetadas pela guerra às drogas?
Recursos utilizados: lousa, giz, texto e vídeos


30 minutos Objetivos específicos/estratégias: Estudos de casos sobre a necessidade de permanência na rua, quais são os perfis da população de rua, o paradoxo entre a ausência e a presença truculenta do Estado e o cuidado em rede através da Redução de Danos.

Questões norteadoras: de que maneira o Estado age sob a população em vulnerabilidade? quais são os perfis da população de rua?
Atividade para a próxima aula: Resenha do livro “Corpos Abjetos: etnografia em cenários de uso e comércio de crack”.

Bibliografia Básica:
MATTOS, Hebe M; RIOS, Ana M. O pós-abolição como problema histórico: balanços e perspectivas. Topoi, vol. 5, n. 8, jan-jun, 2004, pp. 170-198.

RUI, Taniele. Corpos Abjetos: Etnografia em cenários de uso e comércio de crack. Campinas: Zaluar, 2012.

Complementar:
Documentário Não é confronto, é massacre! Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=EpF_mBXbEGQ&pp=ygUNY3JhY28gcmVzaXN0ZQ%3D%3D

A Craco Resiste. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=oYk8cf0z1aM&pp=ygUNY3JhY28gcmVzaXN0ZQ%3D%3D

Documentário Dirijo. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=QgMIbL_NZXI
Objetivos específicos/estratégias: Atividade - Dialogar sobre a ocupação da cidade a partir de coletivos culturais negros que se propõem entregar aos seus e às suas em situação de vulnerabilidades sociais condições dignas de acesso à saúde, ao cuidado em rede, à cultura e ao lazer.
Questões norteadoras: como se dá a ocupação de coletivos negros na cidade? quais poderão ser suas funções sociais?

Aula 4 – Visita ao Centro Histórico da Cidade de São Paulo
21/02/2024 – Roteiro: Santa Ifigênia, República, Campos Elíseos, Bom Retiro e Luz (das 8h às 10h)

Docentes: Douglas Roque Andrade, Jéssica Rocha e Bruna de Paula Candido

Objetivo da aula: Visita mediada ao centro histórico da cidade de São Paulo, no intuito da elaboração de uma cartografia afetiva baseada nas percepções de cada estudante
Tempo total: 2 horas
Tempo:
1 hora Objetivos específicos/estratégias: Passaremos pelos principais espaços de ocupação cultural, de cuidados com a saúde física e mental, e de assistência social disponíveis na região central da cidade de São Paulo. Também avistaremos os pequenos guetos gerados pelo acesso negado à cidade, refletindo sobre suas consequências e impactos sociais.
Questões norteadoras: O que iremos observar? Por que estamos aqui neste momento? O que me afeta? Como a realidade do outro me afeta?
Recursos utilizados: Recursos visuais (fotos dos anos anteriores do bairro)
Tempo:
1 hora
Objetivos específicos/estratégias: Diálogo sobre as modificações no bairro em decorrência do aumento da população em situação de rua, e sobre as percepções imediatas do coletivo de estudantes.
Questões norteadoras: Quais debates podemos tecer a partir do que foi discutido em sala?
Atividade a ser entregue na próxima aula: desenvolver relato escrito a partir de percepções, afetações e descobertas ocorridas na visita mediada.
Intervalo: 20 minutos
Aula 5 – Cartografia Afetiva
21/02/2024 – Local: Museu das Favelas – Palácio Campos Elíseos (10h às 12h 20min)
Docentes: Douglas Roque Andrade, Bruna de Paula Candido e Jessica Rocha
Objetivo da aula: Avaliação final do curso através da metodologia de cartografia afetiva
Tempo total: 2 horas 20min

20 minutos Objetivos específicos/estratégias: Elaboração de uma cartografia afetiva coletiva a partir da narrativa criada sobre as afetações e percepções dos e das estudantes.
Questões norteadoras: Quais os afetos da cidade? Como afetamos a cidade? Como ela nos afeta?

20 minutos Objetivos específicos/estratégias: Apresentações dos grupos e contribuições dos demais grupos. Aula expositiva-dialogada.
Questões norteadoras: Como podemos modificar o cenário da cidade? Quais narrativas precisam emergir para que os corpos marginalizados possam ser acolhidos? De que maneira podemos propor ações coletivas que impactem na produção de redes de afeto ou de aquilombamento?

1 hora 20 minutos Objetivos específicos/estratégias: Debates em pequenos grupos acerca dos principais pontos levantados e cartografados pelas e pelos estudantes ao decorrer do curso, para posterior apresentação de esquema cartográfico de autoavaliação sobre as mudanças de percepção e descobertas sobre os temas abordados.
Questões norteadoras: Você tem fome de quê? O que te mobiliza?
Recursos utilizados: Lousa, giz e materiais de papelaria

Bibliografia Básica:
CINELLI, Cadu. Percursos afetivos. Curitiba: Kotter Editorial, 2021.
Complementar:
GUATTARI, Félix; ROLNIK, Suely. Micropolítica: Cartografias do desejo. Petrópolis/RJ: Vozes, 2013; hooks, bell. Ensinando a Transgredir: A educação como prática da liberdade. São Paulo: WMF, 2020.
ROLNIK, Suely. Cartografia Sentimental: Transformações contemporâneas do desejo. São Paulo: Editora Estação Liberdade, 1989.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Silvio. Racismo Estrutural. São Paulo: Pólen, 2019.
BERNARDES, Maria Eliza Mattosinho. Ensino e aprendizagem como unidade dialética na atividade pedagógica. Psicol. Esc. Educ., v. 13, n. 2, p. 235-242, 2009.
A Craco Resiste. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=oYk8cf0z1aM&pp=ygUNY3JhY28gcmVzaXN0ZQ%3D%3D

CANDIDO, Bruna de Paula et al.. O quesito raça/cor no processo de cuidado em centro de atenção psicossocial infantojuvenil. São Paulo: Revista da Escola de Enfermagem da USP, n. 56, 2022. DOI: https://doi.org/10.1590/1980-220X-REEUSP-2021-0363

CHAUÍ, Marilena. A universidade sob nova perspectiva. Revista brasileira de educação. Rio de Janeiro, m.24, Dec. 2003.
CINELLI, Cadu. Percursos afetivos. Curitiba: Kotter Editorial, 2021.
COSTA, Roberta M. Mil Fitas na Cracolândia: Amanhã é Domingo e a Craco Resiste. Dissertação de Mestrado. PPG Culturas e Identidades. IEB/USP, 2017.
DAVID, Emiliano de Camargo; VINCENTIN, Maria Cristina Gonçalves. Nem crioulo doido nem negra maluca: por um aquilombamento da Reforma Psiquiátrica Brasileira. Rio de Janeiro: Saúde em Debate, v. 44, n. especial 3, p. 264-277, 2020.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. Editora Paz e Terra, 1996.
GUATTARI, Félix; ROLNIK, Suely. Micropolítica: Cartografias do desejo. Petrópolis: Vozes, 2013.
hooks, bell. Ensinando a Transgredir: A educação como prática da liberdade. São Paulo: WMF, 2020.
KILOMBA, Grada. Memórias da Plantação. Episódios de racismo cotidiano. Rio de Janeiro: Cobogó, 2019.
LIBÂNEO, José Carlos. Formação de Professores e Didática para Desenvolvimento Humano. Educ. Real Porto Alegre, v. 40, n. 2, p. 629-650, June 2015.
MATTOS, Hebe M; RIOS, Ana M. O pós-abolição como problema histórico: balanços e perspectivas. Topoi, vol. 5, n. 8, jan-jun, 2004, pp. 170-198.

NASCIMENTO, Abdias. O quilombismo: documentos de uma militância pan-africanista. 3ª ed. São Paulo: Editora Perspectiva, 2019.

NASCIMENTO, Beatriz. Documentário Orí. Raquel Gerber [produção], 1989. Disponível em: https://web.facebook.com/watch/?v=677188599155700

NASCIMENTO, Beatriz. do. Uma história feita por mãos negras. Rio de Janeiro: Zahar, 2021.
RACIONAIS Mc’s. Da Ponte Pra Cá.. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=VDYRbLOdTAI&pp=ygUPZGEgcG9udGUgcHJhIGNh
ROCHA, Jessica. Experimentações Enteogênicas: Santa Maria e Exu no Santo Daime. (Dissertação de Mestrado) PPG Estudos Culturais. São Paulo, USP, 2021.
ROLNIK, Suely. Cartografia Sentimental: Transformações contemporâneas do desejo. São Paulo: Editora Estação Liberdade, 1989.
ROSA, Allan da. Pedagoginga, autonomia e mocambagem. São Paulo: Pólen, 2019.
RUI, Taniele. Corpos Abjetos: Etnografia em cenários de uso e comércio de crack. Campinas: Zaluar, 2012.
SAUL, A. M. Referenciais freireanos para a prática da avaliação. Revista de Educação PUC-Campinas, Campinas, n. 25, p. 17-24, nov. 2008. Disponível em: http://periodicos.puc-campinas.edu.br/seer/index.php/reveducacao/article/view/90
SFORNI, Marta Sueli de Faria. Interação entre Didática e Teoria Histórico-Cultural. Educ. Real., Porto Alegre, v. 40, n. 2, p. 375-397, June 2015. Disponível em: https://doi.org/10.1590/2175-623645965.

Carga Horária:

12 horas
Tipo: Obrigatória
Vagas oferecidas: 60
 
Ministrantes: Bruna de Paula Candido
Douglas Roque Andrade
Jéssica Rocha


 
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