Atividade

108652 - Cidades Inteligentes, Mobilidade de Políticas e Turismo

Período da turma: 20/10/2022 a 22/10/2022

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Descrição: Justificativa do curso:

As cidades inteligentes têm sido apregoadas como a solução para os problemas urbanos do século XXI, baseadas no uso ostensivo de Tecnologias de Informação e Comunicação. Todavia, ainda pouco se debate sobre como essas iniciativas têm engendrado desigualdades sociais por onde foram instaladas.

Nesse sentido, cabe refletir sobre a possibilidade de imaginar outros modelos de cidades inteligentes, que valorizem tecnologias sociais e reconheçam as inteligências que já emanam do tecido urbano.

O presente curso visa compartilhar os achados do Projeto de Pesquisa "A inteligência emana da cidade: o valor das tecnologias sociais para a gestão urbana contemporânea", apoiado pelo Programa Integrado de Pesquisas em Áreas Estratégicas (PIPAE).


Objetivo

Explorar as potencialidades e limitações das smart cities, evidenciando que estes modelos não precisam se resumir apenas ao desenvolvimento e aplicação de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC). Propõe-se pensar em um modelo de cidade inteligente insurgente, pautado por tecnologias sociais.

Para tanto, lançaremos mão do conceito de Mobilidade de Políticas, com o objetivo de explicar: a) como os projetos de smart cities se difundiram por cidades em todos os continentes ao longo do século XXI; b) como esses projetos assumiram diferentes formas e compõem um grupo bastante heterogêneo; e c) como as narrativas de smart city são inventadas acionando ideais de progresso, eficiência, sustentabilidade e racionalidade.


Esse debate teórico será ilustrado com o caso da cidade de São Paulo. Apesar da cidade não ter ainda um plano ou política formalizado de smart city, ela recorrentemente figura no topo dos rankings de cidades inteligentes. Para além disso, nos interessa evidenciar que há outras formas de inteligência, não somente pautada nas tecnologias convencionais. Nesse sentido, mostraremos como coletivos culturais de zonas não centrais da cidade de São Paulo estão se engajando em atividades relacionadas a turismo e acionando diferentes tecnologias sociais, nos permitindo imaginar um outro tipo de cidade inteligente.



Aula 1 - Cidades Inteligentes

Aula 2 - Mobilidade de políticas (parte 1) e Turismo inteligente (parte 2)

Aula 3 - Inteligência emanando da cidade - Notas empíricas sobre iniciativas inteligentes em São Paulo


Bibliografia completa:

DAGNINO, R. Tecnologia Social: contribuições conceituais e metodológicas. Campina Grande: EDUEPB, 2014.

FREIRE-MEDEIROS, B.; FREITAS, J. Rio, Cidade Inteligente? Mobilidade de políticas e políticas de mobilidade no contexto dos megaeventos. Interseções: Revista de Estudos Interdisciplinares, v. 22, n. 2, 18 set. 2020.
FREITAS, J. A. Por cidades menos inteligentes e mais justas. Em: (In) justicias urbanas, ciudades (in) justas: políticas urbanas, mercantilización y turistificación en ciudades de América Latina y España. Madrid: Los Libros de la Catarata, 2021. p. 123–136.
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REBENTISCH, H. et al. Unicorn planning: Lessons from the rise and fall of an American ‘smart’ mega-development. Cities, v. 101, p. 102686, 1 jun. 2020.
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SHELTON, T.; ZOOK, M.; WIIG, A. The ‘actually existing smart city’. Cambridge Journal of Regions, Economy and Society, v. 8, n. 1, p. 13–25, 1 mar. 2015.
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TEMENOS, C.; BAKER, T.; COOK, I. R. Inside mobile urbanism: cities and policy mobilities. Em: SCHWANEN, T. (Ed.). Handbook of Urban Geography. [s.l.] Edward Elgar Publishing, 2019.
URRY, J.; LARSEN, J. Culturas turísticas em mutação. Em: URRY, J.; LARSEN, J. (Eds.). O olhar do turista 3.0. São Paulo: Edições Sesc SP, 2022.
WIIG, A. IBM’s smart city as techno-utopian policy mobility. City, v. 19, n. 2–3, p. 258–273, 4 maio 2015.

Carga Horária:

12 horas
Tipo: Obrigatória
Vagas oferecidas: 50
 
Ministrantes: João Alcantara de Freitas
Thiago Allis


 
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