Atividade

101855 - Pluralidades artísticas no Japão: expressões literárias, visuais e sonoras

Período da turma: 10/08/2021 a 14/09/2021

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Descrição: AULA 1 (10/08/2021, terça): Cultura clássica japonesa: música, literatura e expressividades artísticas nos séculos IX a XII

Ministrante: Helena Xavier

Ementa: Esta aula tem como objetivo apresentar um panorama da cultura japonesa do período Heian (794-1192), com destaque para manifestações artísticas como a poesia, música, caligrafia e a arte do incenso. Serão apresentados trechos de duas importantes obras literárias da época, ‘As Narrativas de Genji’ e ‘O Livro do Travesseiro’, que mostram a presença ubíqua das artes no cotidiano da aristocracia. Além disso, será comentada a importância do intercâmbio cultural com a China e a necessidade de rever discursos e estereótipos sobre a suposta “pureza” da cultura japonesa.

Referências bibliográficas
MORRIS, I. The world of the Shining Prince: court life in ancient japan. Nova Iorque: Kodansha America Ltd., 1994.
SHIKIBU, M. The Tale of Genji. Tradução de Dennis Washburn. Nova Iorque: W. W. Norton & Company, 2015.
SHIRANE, H. The Bridge of Dreams: A Poetics of ‘The Tale of Genji’. Stanford: Stanford University Press, 1987.
SHONAGON, S. O Livro do Travesseiro. Tradução de Geny Wakisaka, Junko Ota, Madalena Hashimoto Cordaro, Lica Hashimoto e Luiza Nana Yoshida. Editora 34, 2013.
SMITS, I. The Way of the Literati Chinese Learning and Literary Practice in Mid-Heian Japan. In: ADOLPHSON, Mikael (Org). Heian Japan, Centers and Peripheries. Honolulu: University of Hawai‘i Press, 2007. P. 105-128.

AULA 2 (12/08/2021, quinta): O teatro Nō e o Yūgen: formação estética e percursos históricos

Ministrante: Felipe Mendes

Ementa: A tradicional arte teatral do Nō, reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO, constitui uma das manifestações artísticas mais antigas que permanecem ainda ativas e relevantes mesmo no tecnológico e acelerado Japão contemporâneo. Sua estética característica pode evocar as mais variadas sensações nos espectadores, e é passível de estudo por diversas abordagens diferentes. Esta aula tem como objetivo apresentar um panorama no que toca essa forma teatral, que teve desenvolvimento expressivo junto à elite japonesa entre os séculos XIV e XV, principalmente com o trabalho dos atores e escritores Kan'ami Kiyotsugu e Zeami Motokiyo. A apresentação também deve discutir a ideia estética yūgen, importante para a arte japonesa e frequentemente associada ao Nō.

Referências bibliográficas
CAMPOS, Haroldo de. Hagoromo de Zeami: o charme sutil. São Paulo: Estação Liberdade, 2006.
GIROUX, Sakae Murakami. Zeami: cena e pensamento nô. São Paulo: Perspectiva, 1991.
KUSANO, Darci. O Que é Teatro Nô. São Paulo: Brasiliense, 1984.
MARRA, Michael F.. Essays on Japan: Between Aesthetics and Literature. Danvers: Brill, 2010. 505 p.
PINNINGTON, Noel J.. A New History of Medieval Japanese Theatre: Noh and Kyōgen from 1300 to 1600. [S.l.]: Palgrave Macmillan, 2019.

AULA 3 (17/08/2021, terça): Cerimônia do chá japonesa

Ministrante: Narumi Ito

Ementa: A aula consistirá, entre outros aspectos, em apresentar a chanoyu ou cerimônia de chá japonesa para um público que possa não conhecer nada sobre o assunto. Desse modo, nos debruçaremos sobre um percurso histórico do chá, assim como apresentaremos nomes importantes para a arte do chá, como o mestre Sen no Rikyū (1522-1591). Outros temas que serão explorados são: a influência do taoísmo e do zen budismo; o aposento da cerimônia de chá; os principais utensílios e por último a estética do “wabicha”.

Referências bibliográficas
GAYLARD, Linda. The Tea Book: Experience the World´s Finest Teas, Qualities, Infusions, Rituals, Recipes. New York: DK - Adult (US), 1ª edição, 2015.
GRACINDO, Ina. Viagem ao mundo do chá. 1. ed. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2013.
HAMMITZSCH, Horst. O zen na arte da cerimônia do chá. Tradução Alayde Mutzenbecher. São Paulo: Editora Pensamento, 2016.
OKAKURA, Kakuzō. O Livro do Chá. 2° edição. Prefácio e Posfácio de Hounsai Genshitsu Sen. Tradução de Leiko Gotoda. São Paulo: Estação Liberdade, 2008.
SEN, Sōshitsu, (1923–). [Chakyō to waga kuni chadō no rekishiteki igi]. The Japanese way of tea: from its origins in China to Sen Rikyū. Translated by V. Dixon Morris. University of Hawai‘i Press, 1998.

AULA 4 (19/08/2021, quinta): De Edo à belle époque: a arte kôgei e seus primeiros contatos com o Ocidente

Ministrante: Keiko Nishie

Ementa: A partir de um esclarecimento sobre a origem da palavra kôgei 工芸, criada para traduzir o termo inglês industry no contexto da modernização do Japão em fins do século XIX, investigamos alguns elementos que contribuíram para a reelaboração desse significado, mais próximo de arte e de artesanato. Relatos de viajantes, a participação nas exposições internacionais, o japonismo, o debate ocidental sobre as artes e ofícios e a própria ideia de arte no Japão antigo, diferente das belas artes ocidentais, são alguns dos temas a serem abordados.

Referências bibliográficas
DRESSER, Christopher. Japan: its architecture, art, and art manufactures. Londres: Longmans, Green and Co.; Nova York: Scribner and Welford, 1882.
GUTH, Christine. Art of Edo Japan: the artist and the city 1615-1868. Nova York: Harry Abrams, 1996.
OKANO, Michiko. Bijutsu (Belas Artes): o símbolo da história da ocidentalização do Japão. In: XV CONGRESO INTERNACIONAL ALADAA: 40 AÑOS DE ALADAA: IDENTIDAD, PERTINENCIA E IMPACTO DE LOS ESTUDIOS DE ASIA Y ÁFRICA EN AMÉRICA LATINA, 2016. Santiago. Anais… Santiago: ALADAA Chile, 2016, p. 1141-1155. Disponível em: . Acesso em 03/12/2016.
SHIMIZU, Yoshiaki (ed.). Japan: the shaping of daimyo culture 1185-1868. Washington: National Gallery of Art, 1988.
SUZUKI, Sadami. Para uma releitura da história cultural do Japão moderno e contemporâneo: os conceitos de literatura (bungaku 文学) e artes (geijustsu 芸術). Estudos Japoneses, v. 28, p. 39-62, 2008.

AULA 5 (24/08/2021, terça): Narrativas e diálogos entre moda, arte e Japonismo

Ministrante: Rafael Hett (Rafael Felipe dos Santos)

Ementa: De Hiroshige a Hokusai, de Monet a Van Gogh, inúmeros artistas ocidentais e japoneses foram impactados pelo movimento que ficou conhecido como Japonismo, cuja popularidade atingiu o apogeu entre o fim do século XIX e o início do século XX. Esta aula tem como objetivo fornecer um panorama acerca do Japonismo centralizando a moda como domínio de estudo. A partir da análise de obras artísticas e de peças do vestuário produzidas por nomes importantes, tais como Paul Poiret e Madeleine Vionnet, retraçaremos parte do longo e fecundo diálogo entre a Europa e o Japão.

Referências bibliográficas
BURNHAM, Helen; THOMPSON, Sarah E. Thompson; BRAUN, Jane E. Braun. Looking east: western artists and the allure of Japan. Boston, Massachusetts: MFA Publications Museum of Fine Arts, Boston, 2014.
IVES, Colta. “Japonisme.” In: Heilbrunn Timeline of Art History. New York: The Metropolitan Museum of Art, 2004. http://www.metmuseum.org/toah/hd/jpon/hd_jpon.htm.
MORISHIMA, Yuki, et al. Kimono refashioned: Japan's impact on international fashion. San Francisco: Asian Art Museum, 2018.
WICHMANN, Siegfried. Japonisme: the Japanese influence on Western art since 1858. New York, N.Y: Thames & Hudson, 1999.

AULA 6 (26/08/2021, quinta): Yūrei, o fantasma japonês e suas representações nas artes

Ministrante: Maria Ivette Job

Ementa: O yūrei, traduzido como fantasma japonês, vincula-se a séculos de tradição e cultura. Com aspectos bastante singulares, tributários da relação do Japão com a morte e o sobrenatural, os yūrei encontram-se representados amplamente e em diversos suportes artísticos. Nesta aula, serão vistas algumas dessas representações, explorando-se ao mesmo tempo as características peculiares desses entes.

Referências bibliográficas
CUEVAS, B. J., & STONE, J. I. The Buddhist Dead, Practices, Discourses, Representations. Honolulu: University of Hawai‘i Press, 2007.
DAVISSON, Z. Yūrei, the Japanese Ghost. Seattle: Chin Music Press, 2015.
HUNTER, J. Night Parade of Dead Souls. Baltimore: Shinbaku Books, 2013.
IWASAKA, M., & TOELKEN, B. Ghosts And The Japanese: Cultural Experience in Japanese Death Legends. Logan: Utah State University Press, 1994.
KOYAMA-RICHARD, B. Yōkai, Fantastique Art Japonais. Paris: Nouvelles Éditions Scala, 2017.
READER, I. Religion in Contemporary Japan. London: MacMillan Press LTD, 1991.

AULA 7 (31/08/2021, terça): Lee Ufan: do Mono-ha ao retorno da pintura nos anos de 1970

Ministrante: João Víctor Kurohiji Bonani

Ementa: Um dos artistas japoneses e sul-coreanos mais reconhecidos na cena artística internacional, a aula se propõe a apresentar, a partir do pensamento e da prática artística de Lee Ufan (1936-), o importante movimento para a história da arte do pós-guerra japonês Mono-ha ocorrido em torno do ano de 1970, bem como o retorno da pintura que o sucede na metade da década de 1970. Dessa forma, pretende-se apresentar um panorama da obra escultórica, pictórica e teórica de Lee Ufan em consonância com o contexto histórico-cultural japonês e suas conexões com a pintura contemporânea sul-coreana.

Referências bibliográficas
CHONG, Doryun; HAYASHI, Michio; KAJIYA, Kenji; SUMITOMO, Fumihiko (Ed.). From Postwar to Postmodern: Art in Japan 1945-1988 Primary Documents. Nova Iorque – Estados Unidos: The Museum of Modern Art, 2012, 440p.
HAYASHI, Michio. Cultural Rebellion: Japan from the 1960s to the 1980s. Art Studies, vol.01, p.40-45. 2015.
KEE, Joan. Contemporary Korean Art: Tansaekhwa and the Urgency of Method. Minneapolis - Estados Unidos: University of Minnesota Press, 2013. 347p.
LEE, Ufan. The Art of Encounter. Tradução Stanley N. Anderson. Londres - Reino Unido: Lisson Gallery & Serpetine Galleries, 2019. 301p.
MUNROE, Alexandra. Japanese Art After 1945: Scream Against The Sky. Nova Iorque – Estados Unidos: Harry N. Abrams Inc., 1994. 416p.

AULA 8 (02/09/2021, quinta): Takashi Murakami: obra, técnicas, conceitos, referências e desdobramentos

Ministrante: Lizia M. Ymanaka Barretto

Ementa: Esta aula pretende oferecer uma breve leitura panorâmica da obra do artista contemporâneo japonês Takashi Murakami (1962-), apresentando a diversidade experimentada em sua produção - iniciada no estilo japonês de pintura nihonga na década de 1980, marcada por diversas experimentações na década de 1990, até o desenvolvimento do conceito de superflat em 2000. A contemplação da transformação de sua obra também fundamenta as discussões do artista sobre o mercado e o próprio conceito de arte, permitindo abordarmos a sua atuação além da produção artística.

Referências bibliográficas
DARLING, Michael (org.). Takashi Murakami: The Octopus Eats Its Own Leg. New York: Skira Rizzoli, 2017.
MIKI, Akiko (org.). Takashi Murakami: the 500 Arhats. Tokyo: Mori Art Museum, 2016.
MURAKAMI, Takashi. Ego. New York: Skira Rizzoli Publications, 2012.
MURAKAMI, Takashi. Superflat. Tokyo: Madra, 2000.
TSUJI, Nobuo. History of Art in Japan. Tradução: Nicole Coolidge Rousmaniere. New York: Columbia University Press, 2019

AULA 9 (09/09/2021, quinta): Poética da rotina: introdução ao cinema de Hirokazu Kore-eda

Ministrante: Claudia Ideguchi

Ementa: O cinema japonês apresenta uma série de desdobramentos que dialogam diretamente com o contexto social, econômico e político do país. Para abordar o cinema contemporâneo, vamos utilizar as obras do cineasta Hirokazu Kore-eda e sua habilidade de retratar os dramas e desafios do dia a dia de uma sociedade nada homogênea.

Referências bibliográficas
JACOBY, Alexander. A critical handbook of Japanese film directors: from the silent era to present day. Berkley: Stone Bridge Press, 2008.
LEE, Cheuk-chi. To live and forget: the limits of comprehension and remembrance in the feature films of Hirokazu Kore-eda. University of Hong Kong, Pokfulam, Hong Kong SAR, 2012.
RICHIE, Donald. A hundread years of Japanese Film: a concise history, with a selective guide to DVDs and videos. New York: Kodansha, 2012.
RICHIE, Donald. Japanese cinema: film style and national character. Garden City: Doubleday, 1971.
VAN OMMEN, Merel. The visual representation of time in the Œuvre of Kore-eda Hirokazu. Image and Narrative, v. 15, p. 17-29, 2014.

AULA 10 (14/09/2021, terça): O som da identidade: música popular no Japão

Ministrante: Josieldo Pereira

Ementa: Associada ao viés mercadológico, a música popular vai além, intercalando a fruição estética a eventos políticos e movimentos artísticos. Nesta apresentação, são esmiuçados os contextos sociais que configuram a formatação da música popular japonesa, sobretudo nas últimas décadas do século XX, até sua estruturação contemporânea, em específico em artistas que se combinam hoje aos elementos do gênero conhecido como j-pop (Japanese pop). O objetivo do curso é discutir os tensionamentos acerca da construção da identidade sonora em relação direta com a identidade nacional nipônica.

Referências bibliográficas
BOURDAGHS, Michael. Sayonara Amerika, sayonara Nippon: a geopolitical prehistory of j-pop. Nova Iorque: Columbia University Press, 2012. (Asia Perspectives: History, Society, and Culture)
GALBRAITH, Patrick W.; KARLIN, Jason G. (org.). Idols and celebrity in Japanese media culture. Londres: Palgrave Macmillan, 2012.
IMADA, Tadahiko; TAKAHIRO, Sato. Ongaku no kime ni tsuite: jeipoppu wa kikoenai [Sobre textura musical: não se pode ouvir o j-pop]. Ongaku kyōiku jissen jānaru, Tóquio, v. 5, n. 1, ago 2007, p. 6-16.
MITSUI, Tōru (org). Made in Japan: studies in popular music. Nova Iorque, Londres: Routledge, 2014. (Routledge Global Popular Music Series)
STEVENS, Carolyn S.. Japanese popular music: culture, authenticity, and power. Londres, Nova Iorque: Routledge, 2008.

Carga Horária:

20 horas
Tipo: Obrigatória
Vagas oferecidas: 120
 
Ministrantes: Cláudia Midori Ideguchi
Felipe Mendes Pinto
Helena Mindlin Xavier
João Víctor Kurohiji Bonani
Josieldo Silva Pereira
Keiko Nishie
Lizia Maria Ymanaka Barretto
Maria Ivette Job
Narumi Ito
Rafael Felipe dos Santos


 
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